Crise da Americanas (AMER3) vira livro de terror para editoras e ameaça recuperação depois do baque da pandemia
Só a dívida da Americanas com as editoras de livros representa 3% do faturamento anual do setor
![Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, bilionários acionistas da Americanas (AMER3)](https://media.seudinheiro.com/uploads/2023/01/Lemann-Sicupira-e-Telles-em-frente-a-fachada-da-Americanas-creditos-Shutterstock-site-oficial-Ambev-Seu-Dinheiro-montagem-Brenda-Silva-628x353.jpg)
Editar livros no Brasil é tarefa inglória. A média de leitura no país é bem menor que a de outros países em desenvolvimento. E, embora o mercado editorial tenha voltado a crescer depois do baque provocado pela pandemia em 2020, o ano de 2023 começa sob o impacto das crises envolvendo a Livraria Cultura e a Americanas (AMER3).
Enquanto a Livraria Cultura briga na justiça para não fechar as portas, agora é o rombo no balanço da Americanas que atinge as editoras em cheio.
A Americanas deve um total de R$ 71,87 milhões para cerca de cem editoras de livros, segundo levantamento feito pelo Estadão com base na lista de credores entregue pela varejista à Justiça no âmbito de seu pedido de recuperação judicial.
Os valores das dívidas variam entre R$ 75 e R$ 7,68 milhões. O levantamento foi feito pelo Estadão, com base na lista de credores da empresa.
Os maiores credores da Americanas entre as editoras
A maior credora da Americanas entre as editoras é a Catavento, com R$ 7,68 milhões, seguida pela Intrínseca, que tem R$ 5,9 milhões a receber, e pela Companhia das Letras, com R$ 5,3 milhões. A Panini aparece em quarto lugar, com R$ 5 milhões a serem pagos pela varejista.
Quase 90% da dívida com o setor está concentrada em 20 empresas, que têm R$ 1 milhão ou mais a receber da Americanas.
O prejuízo milionário das editoras ocorre no mesmo ano em que a Livraria Cultura teve a falência decretada pela Justiça por não honrar os pagamentos acordados com os credores - depois, a livraria conseguiu reverter o quadro, ao menos temporariamente, para voltar ao status de empresa em recuperação judicial.
Veja também: o saldo de um ano de guerra para os seus investimentos
Dívida da Americanas com editoras representa 3% do faturamento do setor
Com a Americanas em recuperação judicial, as dívidas com as editoras, que representam 3% do faturamento anual do setor, devem ser pagas no prazo a ser acordado com credores na votação do plano de recuperação. Ou seja, as empresas terão de arcar com o prejuízo pelos próximos meses ou mesmo anos.
O impacto financeiro do caso da Americanas é significativo para o setor, que já enfrentava dificuldades para aumentar a receita.
O faturamento do mercado de livros no Brasil em 2022 foi de R$ 2,58 bilhões, e deve atingir R$ 2,6 bilhões em 2023, um crescimento de 2,3%, de acordo com dados da consultoria Statista.
A previsão do avanço do mercado para este ano é inferior à média global, que é de 3,4%. No País, o gasto anual médio por consumidor no mercado de livros é de R$ 56,46, enquanto chega a R$196 no mundo. Até 2027, a consultoria prevê uma taxa composta anual de crescimento de 1,77% no faturamento do segmento de livros no Brasil.
Procuradas, as editoras citadas na reportagem não comentaram o caso. A Americanas também não se pronunciou.
- Por que estamos no momento ideal para poder ganhar dinheiro com dividendos? O Seu Dinheiro preparou 3 aulas exclusivas para te ensinar como buscar renda extra com as melhores ações pagadoras da Bolsa. [ACESSE AQUI GRATUITAMENTE]
Risco para as pequenas editoras
De acordo com Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), nenhuma das grandes editoras corre o mesmo risco que as pequenas, mais sensíveis às perdas financeiras.
Cid diz que a Americanas era responsável por cerca de 10% do faturamento das grandes - bem menos que a livraria Saraiva, outra que entrou em recuperação judicial e que era responsável por 40% ou 50% do faturamento das editoras. Ainda assim, Cid avalia que a recuperação judicial da Americanas pode levar o setor a registrar crescimento zero em 2022.
"É um problema grave que pegou todo mundo de surpresa. O timing foi péssimo, porque estava se aproximando do momento de as editoras receberem pelas vendas da Black Friday e do Natal. Essas vendas fizeram muita diferença no ano", diz.
Cid afirma que os estoques que antes iam para a Americanas devem ir para concorrentes no comércio eletrônico. Porém, a perda da exposição dos livros nas lojas físicas é um golpe mais difícil para o setor superar.
"Algumas editoras haviam sentido insegurança com a Americanas e reduziram o trabalho com a varejista. Mas a grande maioria trabalhava com ela normalmente. Agora, a maioria vai suspender as negociações com a empresa e outras vão trabalhar apenas com pagamentos à vista", diz.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Acionistas da Zamp (ZAMP3) aprovam aumento de capital milionário; veja quanto a dona do Burger King quer levantar com a operação
Cada nova ação será emitida por R$ 3,42, cifra cerca de 2,3% inferior ao fechamento dos papéis hoje
Quem destronou o iPhone? Apple enfraquece ainda mais no mercado chinês e sai do top 5 de vendas de smartphones
A maçã teria sido prejudicada pela crescente popularidade de marcas locais
Vale (VALE3): o que fazer com as ações após os dividendos bilionários e o balanço do segundo trimestre?
A maioria dos analistas considera que o desempenho financeiro da mineradora no segundo trimestre veio em linha com o esperado; as ações sobem mais de 1% na B3 nesta sexta-feira (26)
Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Coteminas (CTNM4), empresa ‘abandonada’ pela Shein
Após meses do anúncio do acordo entre Coteminas e Shein, os avanços foram mínimos e não se refletiram em uma melhora dos negócios de nenhuma das empresas
Ação da JBS (JBSS3) sobe forte e lidera ganhos do Ibovespa hoje — e aqui estão os motivos para se tornar sócio da dona da Seara agora
JP Morgan fixou preço-alvo de R$ 37 para dezembro de 2025, implicando em um potencial de alta de 19% em relação ao último fechamento
Petrobras (PETR4) avança em potencial oferta de recompra da refinaria do Mubadala — mas há obstáculos no caminho
Fontes citadas pela Reuters afirmam que a petroleira concluiu o processo de due diligence para uma oferta pela Refinaria Landulpho Alves
É o fim do Google? Dona do ChatGPT anuncia nova ferramenta para competir com a gigante de buscas
O SearchGPT é integrado com a inteligência artificial de modelos GPT-4 e estará disponível em fase de testes para apenas 10 mil usuários
CORREÇÃO: Movida Locação de Veículos efetua integralização de capital, sem efeito na Movida Participações (MOVI3)
A Movida Locação de Veículos, subsidiária da Movida Participações (holding e empresa listada na B3 sob o código MOVI3) publicou nesta quinta-feira (25) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ata de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que trata de uma integralização de capital sem efeito na holding listada em bolsa. Anteriormente, o Seu Dinheiro havia informado, […]
Vale (VALE3) anuncia quase R$ 9 bilhões em dividendos após lucro triplicar no 2T24; confira os números da mineradora
O resultado é reflexo do aumento das vendas de minério de ferro (+7% em base anual e +25% na comparação trimestral), impulsionadas por uma produção recorde para um segundo trimestre desde 2018
Americanas (AMER3): Conselho aprova aumento de capital de R$ 24 bilhões; Lemann e sócios viram donos de quase metade da varejista
A operação, que faz parte do processo de recuperação judicial da varejista, vai emitir 18 bilhões de ações ao preço de R$ 1,30