ChatGPT pode ter chegado ao limite e agora o futuro da inteligência artificial está nas mãos de algo nada tecnológico
O ChatGPT surgiu há poucos meses, mas é bem possível que a inteligência artificial seja muito mais madura do que você imagina
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. E o tema desta coluna mais uma vez é inteligência artificial. Mas hoje sob uma abordagem bem menos eufórica do que tem sido a tônica do mercado.
A difusão de inovação segue o que convencionou-se chamar de "curva S". É um gráfico parecido com este abaixo, em que há basicamente três fases bastante nítidas:
- Um período inicial, onde são feitos investimentos que servem alicerce da tecnologia.
- Uma fase de crescimento acelerado.
- Uma fase terminal, onde a tecnologia se torna madura, penetrada e de baixo crescimento.
O gráfico acima descreve bem, por exemplo, o crescimento da internet, que está em sua fase madura.
Além disso, ele ajuda a desmistificar a lógica ensinada nos MBAs sobre exponencialidade (não, a maior das coisas não são exponenciais).
Agora, obviamente, podemos usá-lo para explicar o crescimento da inteligência artificial.
Eu sei que o fato do ChatGPT ter surgido há apenas alguns meses faz parecer que estamos apenas no começo de um longo período de inovação e ainda distantes da etapa de crescimento propriamente dito.
Leia Também
Na verdade, é bem possível que a inteligência artificial seja muito mais madura do que você imagina.
E se a inteligência artificial desacelerar rapidamente?
Recentemente, li alguns argumentos defendendo que a explosão de capacidades representada pelo lançamento do ChatGPT e GPT-4 da OpenAI no último ano é simplesmente a parte mais íngreme de uma curva S e que logo veremos um desaceleramento para níveis mais incrementais de progresso.
Como?
Um desses argumentos é este excelente post do blog de Dylan Patel, que escreve apenas sobre semicondutores. Ele argumenta que os custos computacionais da inteligência artificial vão impor um limite rigoroso ao seu progresso, tornando a eletricidade e os requisitos de novos chips proibitivamente caros.
A seguir, eu vou traduzir uma passagem do post, por julgar que ela é muito esclarecedora do seu argumento:
"Os custos para treinar esses modelos que estão redefinindo a civilização têm aumentado a um ritmo incrível. A inteligência artificial moderna tem sido construída escalando contagens de parâmetros, tokens e complexidade geral uma ordem de magnitude a cada ano...
Em relação ao crescimento das contagens de parâmetros, a indústria já está alcançando os limites para hardware atual com modelos densos — um modelo de 1 trilhão de parâmetros custa cerca de US$ 300 milhões para treinar…
Outra escala de ordem de magnitude nos levaria a 10 trilhões de parâmetros. Os custos de treinamento usando tarifas horárias escalarão para cerca de US$ 30 bilhões… Treinar esse modelo levaria mais de dois anos.
Sistemas aceleradores e rede sozinhos excederiam a energia gerada por um reator nuclear. Se o objetivo fosse treinar esse modelo em cerca de 3 meses, o capex [investimento] total do servidor necessário para este sistema seria de centenas de bilhões de dólares com hardware atual.
Isso não é prático."
Em resumo, talvez o GPT-4, o último modelo disponível pela OpenAI, seja por muito tempo o que há de mais moderno e acessível em termos de AI generativa.
Mas há outros problemas.
De onde tirar mais dados?
Uma segunda possível razão para o progresso lento da inteligência artificial no futuro seria que os modelos de linguagem de grande escala (LLMs) poderiam ficar sem bons dados de treinamento.
Sim, um modelo nada mais é que um algoritmo treinado numa base de dados. Esse algoritmo é otimizado para trazer um produto final (como texto, imagem, áudio ou outros formatos) com base num extenso conjunto de dados usados para treiná-los.
Esses dados, porém, precisam ser obtidos em algum lugar.
Os modelos com os quais estamos interagindo neste momento já leram basicamente tudo o que foi escrito — de Shakespeare aos cantos mais sombrios da Wikipedia — e tentam extrair padrões de todo esse conjunto de textos e construir uma fala que soe humana.
Mas uma vez que você leu tudo o que há para ler, eventualmente você atinge um muro em termos de quanto benefício adicional você pode obter simplesmente continuando esse processo.
A solução para esse problema não é nada tecnológica. Ela responde pelo acrônimo RLHF, que é a sigla em inglês para "treinamento reforçado por feedback humano".
Ou seja, dependemos literalmente do trabalho humano de categorizar novos dados para estendermos o universo de informações que futuros algoritmos de inteligência artificial poderão ser treinados.
Parte do futuro da exponencialidade depende, sobretudo, de nosso trabalho das 09 às 18h.
Como investir em AI neste momento?
Como eu tentei deixar claro acima, nem tudo são flores quando falamos do desenvolvimento de inteligência artificial.
Essa é sim uma tendência que nos acompanhará durante muito tempo. Mas seus fundamentos ainda estão em construção e o equilíbrio de forças na indústria ainda irá mudar sobremaneira nos próximos anos.
Neste momento, há muito mais do que se falar de AI além das ações da Nvidia.
- Se a revolução AI já começou, está na hora de você aprender a utilizar essa tecnologia a favor da sua carreira ou do seu negócio. O Grupo Empiricus acaba de lançar o primeiro bootcamp de longa duração sobre inteligência artificial no Brasil. Você pode conferir os 4 primeiros encontros desse treinamento de forma totalmente gratuita, basta clicar aqui.
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.