TORD11 e outros fundos imobiliários que tomaram calote da Gramado Parks e bronca da B3 despencam até 15% e têm maiores quedas do IFIX em julho
Quatro nomes que investem em títulos da companhia em recuperação judicial lideram as perdas do principal índice de FIIs da B3
Julho foi mais um mês positivo para o IFIX, que fechou em alta, mas nem todos os fundos imobiliários que compõem a carteira do principal índice de FIIs da B3 operaram sob um céu de brigadeiro no período.
Três fundos imobiliários ligados à Gramado Parks — Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), Tordesilhas EI (TORD11) e Versalhes RI (VSLH11) — registraram fortes quedas de até 15% no período. Veja abaixo os maiores recuos do IFIX no mês:
| Ativo | Nome | Última | % Mês |
| TORD11 | Tordesilhas EI | R$ 3,2 | -15,34% |
| VSLH11 | Versalhes RI | R$ 4,35 | -11,22% |
| DEVA11 | Devant RI | R$ 54,49 | -9,33% |
| SARE11 | Santander Renda de Aluguéis | R$ 60,81 | -5,13% |
| BTRA11 | BTG Pactual Terras Agrícolas | R$ 75,7 | -4,5% |
A nova onda de perdas para os três FIIs, que dominaram o noticiário nos últimos meses após virarem alvo de calotes em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da companhia de turismo e multipropriedades, ocorreu na esteira dos últimos desdobramentos do caso.
O mais recente foi a “bronca” da B3 para a Vórtx, administradora dos fundos, após atrasos na divulgação das demonstrações financeiras de dois deles — DEVA11 e TORD11.
A operadora da bolsa brasileira censurou publicamente a empresa e pediu esclarecimentos sobre os balanços de 2022, que deveriam ter sido liberados até 31 de março deste ano.
De acordo com um comunicado divulgado posteriormente pelo DEVA1 e assinado pela Vórtx, o atraso na divulgação das demonstrações financeiras foi ocasionado "por discussões entre o administrador e o auditor do fundo a respeito das informações".
Leia Também
A conversa era sobre as "condições de recuperabilidade" de CRIs que apresentaram inadimplência neste ano. A lista de calotes inclui os ativos emitidos pelo grupo Gramado Parks, que conta com empresas em recuperação judicial.
Balanços de fundos imobiliários atrasados começam a vir a público
Vale destacar que o balanço do Devant Recebíveis Imobiliários foi divulgado na última sexta-feira (28), dois dias após a reprimenda da B3. Mas o auditor do documento, a RSM Brasil, absteve-se de apresentar uma opinião sobre as demonstrações contábeis do FII.
De acordo o relatório incluído no documento, a abstenção também está ligada ao calote dos CRIs.
A auditoria destacou que aproximadamente 75% dos títulos que compunham a carteira do FII no ano passado foram emitidos pela mesma securitizadora. A RSM argumentou ainda que parte dos CRIs:
- apresentou inadimplência neste ano;
- está relacionada a projetos desenvolvidos por empresas que pertencem a um mesmo grupo econômico com uma provável incapacidade de cumprir com suas obrigações financeiras;
- os patrimônios não foram auditados pela gestora ou por outros auditores independentes.
Algumas das empresas em questão fazem parte do grupo Gramado Parks. Vale relembrar que a gestora do DEVA11, a Devant Asset, é ligada ao grupo RTSC — que também investe nas gestoras dos outros fundos imobiliários que mais recuaram neste mês, além da Forte Securitizadora, emissora dos CRIs da companhia de turismo e multipropriedades.
“Considerando as incertezas relevantes em torno da realização financeira dos CRIs, bem como as nossas limitações acerca do alcance de nossas revisões, ficamos impossibilitados de obter evidências de auditoria apropriadas e suficientes que nos permitissem assegurar a adequação dos valores dos CRIs do fundo em 31 de dezembro de 2022”, diz a auditoria RSM Brasil.
Já a Devant Asset destaca, em comunicado enviado ao mercado, que a justificativa da auditoria envolve os inadimplementos de operações que ocorreram já no exercício deste ano, são de amplo conhecimento dos investidores e “estão sendo trabalhados diligentemente pela gestão”.
“Deixamos claro que não há nenhum novo evento relacionado à essas operações que já não tenha sido anteriormente comunicado e cujas tratativas para regularização não tenham sido informadas a partir dos relatórios gerenciais”, ressalta a gestora do DEVA11.
VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!
O tamanho do prejuízo da Gramado Parks
O Devant Recebíveis Imobiliários não foi o único dos fundos imobiliários repreendidos pela B3 a liberar demonstrações financeiras nos últimos dias.
O Serra Verde (SRVD11) — que não está no ranking de maiores quedas do mês, mas foi um dos alvos da censura da bolsa — também publicou os números na semana passada. E, assim como ocorreu com o DEVA11, a Bakertilly, empresa contratada para auditar o documento, absteve-se de opinar sobre o balanço.
Entre os fatores que justificaram a posição, a auditoria listou incertezas sobre a Gramado Parks, companhia na qual o FII investe. De acordo com o documento, a empresa terminou 2022 com um prejuízo de R$ 75,8 milhões, revertendo o lucro de R$ 68,8 milhões que havia sido registrado no ano anterior.
“Considerando a situação patrimonial e financeira e que a companhia e suas controladas estão ainda em fase de elaboração do plano de recuperação judicial, não é possível determinar qual será o desfecho deste assunto e seus impactos sobre as demonstrações financeiras individuais e consolidadas [do SRVD11]”, afirma a Barketilly.
A auditoria apontou ainda que a continuidade do FII depende da realização de novos aportes por parte de seus cotistas ou na melhora da capacidade financeira e operacional de sua investida, a Gramado Parks.
O FII Serra Verde (SRVD11) também estava sob gestão de uma das empresas da holding RTSC, mas a gestora foi substituída na função no início de maio pela Catalunya.
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
