S&P 500 sente o morde e assopra de Powell — o que explica a reação de Wall Street à pausa de hoje do Fed?
Os principais índices da Bolsa de Valores de Nova York oscilaram a tarde toda entre perdas e ganhos para encerrar o dia sem uma direção comum

As declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, após a decisão de manter os juros inalterada nesta quarta-feira (14) foi um verdadeiro morde e assopra — e o S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones reagiram de acordo com o vai e vem do chefão do banco central norte-americano.
Depois de subir a taxa dez vezes seguidas em um ciclo que começou em março do ano passado, o Fed resolveu dar uma pausa e segurou os juros na faixa de 5% a 5,25%. De acordo com dados compilados pelo CME Group, 93,2% apostavam na manutenção da taxa na reunião de hoje.
Então por que o S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones não dispararam? A resposta está no dot plot ou gráfico de pontos, que mostrou que os juros devem encerrar 2023 em 5,6% e não mais em 5,1% como indicavam as projeções de março. Isso significa que pelo menos mais duas elevações de 0,25 ponto percentual (pp) seguem sobre a mesa do Fed.
Confira a variação e a pontuação dos índices principais índices de ações dos EUA no fechamento:
- Dow Jones: -0,68%, 33.979,33 pontos
- S&P 500: +0,08%, 4.372,53 pontos
- Nasdaq: +0,39%, 13.626,48 pontos
S&P 500 reage a Powell
Logo depois do impacto das projeções do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês), Powell explicou a decisão de dar uma pausa no ciclo de aumento de juros — e foi aí que ele mordeu e assoprou Wall Street.
Do lado positivo, a principal declaração de Powell foi sobre o futuro da política monetária. Ele disse que o banco central norte-americano vai avaliar o efeito cumulativo de tantas elevações da taxa nas próximas decisões. Como a inflação dá sinais de desaceleração, os investidores entenderam que o aperto monetário pode chegar logo ao fim.
Leia Também
Powell também foi otimista em relação à inflação. Embora tenha reconhecido que a taxa segue muito acima da meta, ele admitiu que a luta do BC dos EUA contra a aceleração dos preços está progredindo.
Mas, Powell também mordeu. O presidente do banco central norte-americano disse, por exemplo, que a economia ainda não sentiu os efeitos da política restritiva que o Fed vem conduzindo há mais de um ano — o que significa que ele vê espaço para novas elevações dos juros.
O chefe do Fed também descartou qualquer corte na taxa no curto prazo — alguns bancos grandes dos EUA chegaram a prever que uma redução aconteceria, mas Powell disse hoje que ainda serão necessários alguns anos para isso.
E a Europa nisso tudo?
Diferente do S&P 500 e dos seus companheiros em Wall Street, os mercados europeus fecharam em alta hoje, com os investidores aguardando um anúncio amplamente esperado de uma pausa nos aumentos de juros do Fed.
O índice de referência Stoxx 600 subiu 0,5%, com a maioria dos setores em território positivo. As ações de mineração subiram 2,5% para liderar os ganhos, enquanto as ações de viagens e lazer caíram 1,1%.
Outro fator que ajudou as bolsas do Velho Continente foi o Reino Unido, cuja economia cresceu 0,2% em abril, em linha com as expectativas, puxado pelos serviços.
Confira a variação de algumas das principais bolsas europeias no fechamento:
- Londres: +0,1%, 7.602,74 pontos
- Paris: +0,52%, 7.328,53 pontos
- Frankfurt: +0,49%, 16.310,79 pontos
VEJA TAMBÉM — O MINHA CASA, MINHA VIDA VOLTOU E VOCÊ PODE LUCRAR: DIRECIONAL (DIRR3) E OUTRA AÇÃO PARA COMPRAR
Ozempic na mira de Trump? Presidente dos EUA diz que haverá tarifas para farmacêuticas — e aproveita para alfinetar Powell de novo
Durante evento para entregar investimentos, Trump disse entender muito mais de taxas de juros do que o presidente do Fed
China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril
Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR
Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.