Dólar e ouro são os melhores investimentos de agosto; bolsa e bitcoin (BTC) têm retorno negativo — veja o ranking
Símbolo de proteção contra crises financeiras e investimento seguro, o ouro ocupa o segundo lugar na ponta positiva do ranking mensal

Sem um bom desempenho da bolsa brasileira para chamar de seu, o mês de agosto encontrou outras duas estrelas para ficarem sob os holofotes. O dólar e o ouro foram os grandes destaques positivos do ranking dos melhores investimentos de agosto.
O dólar à vista encerrou o mês em alta de 4,69%, cotado a R$ 4,9511, enquanto o dólar PTAX subiu 3,82% no período, para R$ 4,92.
Símbolo de proteção contra crises financeiras e investimento seguro, o ouro ocupa o segundo lugar na ponta positiva do ranking após fechar agosto com uma valorização de 4,08%. Vale lembrar que o metal é cotado em dólar no mercado internacional.
- O SD Select acaba de liberar +100 relatórios de investimentos como cortesia para os leitores do Seu Dinheiro. Todas as recomendações de ações, fundos imobiliários, BDRs e muito mais foram feitas por analistas da Empiricus Research. Acesse gratuitamente clicando aqui.
Em terceiro lugar vieram os títulos da dívida pública brasileira, com destaque para o Tesouro Selic 2026, que registrou alta de 1,19% no período, e o Tesouro Selic 2029, que subiu 1,13% no mês.
Já a lanterna do ranking ficou com o bitcoin, que recuou 6,34% em agosto. A queda mensal é modesta, já que a maior criptomoeda do mercado ainda marca forte valorização neste ano. Em dólar, o BTC avança cerca de 48% em 2023.
Completa o pódio da lanterna a bolsa brasileira o Ibovespa, que fechou no azul em apenas quatro pregões do mês e acumulou desvalorização de 5,09% em agosto, aos 115.741 pontos no fim da sessão desta quinta-feira (31).
Leia Também
Confira o balanço completo dos investimentos de agosto a seguir:
Investimento | Rentabilidade no mês | Rentabilidade no ano |
Dólar à vista | 4,69% | -6,23% |
Ouro | 4,08% | 1,32% |
Dólar PTAX | 3,82% | -5,66% |
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)* | 1,52% | 7,56% |
Tesouro Selic 2026 | 1,19% | - |
Tesouro Selic 2029 | 1,13% | - |
CDI* | 1,08% | 8,81% |
Índice de Debêntures Anbima - IPCA (IDA - IPCA)* | 1,04% | 7,92% |
Tesouro Prefixado 2026 | 0,73% | 14,94 |
Poupança antiga** | 0,65% | 4,73% |
Poupança nova** | 0,65% | 4,73% |
IFIX | 0,49% | 12,06% |
Tesouro Prefixado 2029 | -0,13% | 19,85 |
Tesouro IPCA+ 2029 | -0,42% | - |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033 | -0,44% | 18,13 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032 | -0,57% | 12,99 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | -1,25% | 14,87 |
Tesouro IPCA+ 2035 | -1,85% | 15,5 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 | -2,66% | 15,53 |
Tesouro IPCA+ 2045 | -4,52% | 18,21 |
Ibovespa | -5,09% | 5,47% |
Bitcoin | -6,34% | 48,08% |
(*) Até dia 30/08.
(**) Poupança com aniversário no dia 28.
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Por que o Ibovespa caiu e o dólar subiu?
É comum ouvir dizer que o mês de agosto não tem fim — e, no caso dos investidores que acompanharam a bolsa brasileira diariamente, parecia que essa luz no fim do túnel realmente não chegaria tão cedo.
O mês de agosto ficou marcado pela sequência histórica de 13 quedas consecutivas do Ibovespa, a maior desde que o índice começou a ser calculado, em 1968.
Vale lembrar que a maior sequência de quedas da bolsa até então era de 11 pregões seguidos em baixa, registrada em 1984.
Mas o que fez a bolsa brasileira cair tantas vezes no mês?
Agosto começou marcado pela maior aversão ao risco dos investidores devido ao rebaixamento do rating dos Estados Unidos e de diversos bancos regionais norte-americanos pelas agências de classificação de risco.
O temor piorou após resultados corporativos mistos divulgados globalmente e com a deterioração do ambiente econômico chinês.
Isso porque a China mostrou cada vez mais sinais de desaceleração econômica, com dados abaixo do esperado e na expectativa do anúncio de novos estímulos econômicos pelo governo chinês.
Vale lembrar que o desempenho da China pesa sobre os ativos brasileiros, especialmente para aqueles ligados a commodities.
Mesmo a notícia que parecia ser um gatilho de alta para a bolsa não foi capaz de dar o gás necessário: o tão sonhado corte na taxa básica de juros.
Logo no começo do mês, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Porém, o “desaperto monetário” foi ofuscado pelas incertezas sobre o cenário fiscal do Brasil, segundo o assessor de investimentos na WIT Invest, Jean Martins Mainardi.
As dificuldades no cumprimento das metas estipuladas no arcabouço fiscal voltaram ao radar dos investidores por conta das discussões sobre o orçamento de 2024 em Brasília.
Não fossem suficientes as questões envolvendo o arcabouço, as alterações na reforma tributária também passaram a desagradar o mercado.
“A curva de juros local empinou, com as taxas de juros de longo prazo penalizadas pela alta dos juros externos. No câmbio, o carrego mais magro e a piora nos termos de troca, com as commodities agrícolas e metálicas caindo, levaram à alta do dólar”, escreveram os analistas de investimentos da Nova Futura, Bruna Sene e Gustavo Biserra.
A aversão global a risco ainda inverteu uma outra tendência que vinha sendo registrada nos últimos meses na bolsa brasileira: a de entrada de capital estrangeiro na B3. Até 8 de agosto, inclusive, todos os dias tinham sido de resgates de investimento internacional na bolsa.
Apesar de ter conseguido acalmar os ânimos dos investidores e colocar fim às baixas consecutivas, o Ibovespa não conseguiu marcar alta em agosto. O principal índice acionário da B3 fechou o mês em desvalorização de 5,09%, a 115.741 pontos, enquanto o dólar avançou 4,69%.
As ações com as maiores altas em agosto
Com a queda de mais de 5% na bolsa brasileira em agosto, a maioria dos setores do Ibovespa sofreu no mês.
O segmento menos impactado foi o de utilities, que inclui os segmentos de energia elétrica e saneamento. A ação que mais se destacou no mês de agosto foi a Vibra Energia (VBBR3), com alta de 8,35%.
Confira as dez ações que mais subiram no mês:
Código | Empresa | Desempenho |
VBBR3 | VIBRA energia ON | 8,06% |
SMTO3 | São Martinho | 7,89% |
PETR4 | Petrobras PN | 6,56% |
EMBR3 | Embraer ON | 5,08% |
SUZB3 | Suzano ON | 4,85% |
IRBR3 | IRB Brasil ON | 4,43% |
CPLE6 | Copel PN | 3,95% |
BBSE3 | BB Seguridade ON | 2,70% |
PETR3 | Petrobras ON | 2,88% |
PRIO3 | PRIO ON | 2,06% |
As ações com as maiores quedas em agosto
Já na ponta negativa da bolsa, o grupo Pão de Açúcar (PCAR3) liderou as perdas do mês, com desvalorização de 42% em agosto. Vale lembrar que parte da queda do ativo é resultado da cisão com o Éxito. Entenda aqui.
Código | Empresa | Desempenho |
PCAR3 | GPA ON | -42,36% |
VIIA3 | Via ON | -41,20% |
SOMA3 | Grupo Soma | -33,54% |
CASH3 | Meliuz ON | -32,12% |
GOLL4 | Gol PN | -27,00% |
CRFB3 | Carrefour Brasil ON | -25,00% |
PETZ3 | Petz ON | -22,29% |
RDOR3 | Rede D'Or ON | -20,36% |
CIEL3 | Cielo ON | -19,78% |
AZUL4 | Azul PN | -18,36% |
E a renda fixa?
O vencedor entre os títulos do Tesouro Direto foi o Tesouro Selic. O Tesouro Selic 2026 acumulou alta de 1,19% em agosto, seguido pelo Tesouro Selic 2029, com avanço de 1,13%.
Os títulos indexados à inflação sofreram em agosto, com destaque para o Tesouro IPCA+ de prazo mais longo. O Tesouro IPCA+ 2045 entregou rentabilidade negativa de 4,52% no mês, enquanto o Tesouro IPCA+ 2035 recuou 1,85% em igual período.
SEU DINHEIRO EXPLICA — Dá para pagar uma faculdade de medicina com o Tesouro Educa+? Fizemos as contas para você!
Criptomoedas
A montanha-russa das criptomoedas continuou intensa em agosto. Os ativos digitais foram do céu ao inferno — às vezes, no mesmo dia — ao longo deste mês.
O bitcoin (BTC), a maior moeda virtual do mercado, se destacou como o pior investimento de agosto, com desvalorização de 6,34% no mês, cotado a R$ 129.393,91.
Há algum tempo, o desempenho do mercado de ativos digitais mostra-se cada vez mais atrelado aos movimentos macroeconômicos — e isso não foi diferente em agosto. Com maior aversão ao risco, as criptomoedas repercutiram acontecimentos macroeconômicos, como os problemas da incorporadora chinesa Evergrande.
Os boatos de que a empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk, pode ter vendido toda a participação em bitcoin também afetaram as moedas digitais em agosto.
Porém, apesar do protagonismo negativo no mês, o bitcoin pode ter chance de retomar o viés de alta. “Acredito que o bitcoin continua sendo atrativo para quem busca retornos no médio-longo prazo, principalmente pela expectativa do mercado da aprovação dos ETFs de BTC e pelo halving da criptomoeda previsto para o próximo ano”, afirma César Félix, gerente de CX da NovaDAX.
Um dos gatilhos que deve ajudar o BTC é a chance de aprovação de ETFs (fundos de índice negociados em bolsa) de bitcoin. Nos últimos dias, a gestora Grayscale venceu um processo contra a SEC, a CVM dos EUA, para converter o fundo Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) em um ETF de bitcoin à vista (spot).
A Grayscale não é a única empresa beneficiada com a decisão. No início deste ano, empresas como a BlackRock e a Fidelity também solicitaram permissão para lançar um ETF de bitcoin. A SEC agora tem outros oito processos para avaliar até esta sexta-feira (1º).
Além dos ETFs de bitcoin, o “halving” do BTC, previsto para acontecer em abril de 2024, deve destravar valor para as criptomoedas. O fenômeno é uma correção técnica prevista no algoritmo de criação do bitcoin, que corta pela metade a oferta de novas moedas no mercado.
# | Criptomoeda | Variação no mês | Variação em 2023 |
1 | Bitcoin (BTC) | -6,34% | 48,08% |
2 | Ethereum (ETH) | -10,7% | 38,1% |
3 | Tether USDt (USDT) | 0,04% | 0,02% |
4 | BNB (BNB) | -11,9% | -12% |
5 | XRP (XRP) | -26,8% | 50,6% |
6 | USD Coin (USDC) | 0,03% | -0,01% |
7 | Lido Staked Ether (STETH) | -10,7% | 40,4% |
8 | Dogecoin (DOGE) | -17,3% | -9,16% |
9 | Cardano (ADA) | -16,8% | 3,76% |
10 | Solana (SOL) | -16,1% | 97,9% |
Um bull market dourado: o que está por trás da disparada do ouro
Qualquer grande comprador pode manter o ouro em alta anos a fio, contrariando qualquer teoria. Isso parece estar acontecendo
A um passo do El Dorado: Ibovespa reage a IPCA, tarifas de Trump, Powell no Congresso dos EUA e agenda de Haddad
Investidores esperam desaceleração da inflação enquanto digerem confirmação das tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio
A nova corrida do ouro? Cotação dispara em meio a busca por proteção e passa de US$ 2.900, mas pode subir mais
Fortalecimento da cotação do ouro é acentuado por incertezas sobre a política tarifária de Trump e pela persistente tensão geopolítica
Um rolezinho no shopping: Ibovespa reage a tarifas de Trump em semana de testemunhos de Powell e IPCA
Enquanto isso, banco BTG Pactual dá andamento à temporada de balanços com lucro recorde em 2024
Hilbert ou Santoro… ou melhor, BTG ou XP? O que as campanhas publicitárias com os Rodrigos revelam sobre a estratégia das plataformas de investimento
Instituições financeiras lançam campanhas de marketing na mesma época, usando garotos-propagandas já consagrados aos olhos do público brasileiro
O dólar vai cair mais? O compromisso de Haddad para colocar o câmbio em ‘patamar adequado’
Segundo o ministro da Fazenda, a política que o governo está adotando para trazer o dólar a um patamar mais adequado também vai ter reflexo nos preços nas próximas semanas
Tabuada na bolsa: Ibovespa reage ao balanço do Bradesco enquanto investidores aguardam payroll nos EUA
Participantes do mercado olham para o payroll em busca de sinais em relação aos próximos passos do Fed
A queda da Nvidia: por que empresas fantásticas nem sempre são os melhores investimentos
Por mais maravilhosa que seja uma empresa — é o caso da Nvidia —, e por mais que você acredite no potencial de longo prazo dela, pagar caro demais reduz drasticamente as chances de você ter um bom retorno
Uma renda nem tão fixa assim: Ibovespa reage a balanços enquanto investidores monitoram Trump e decisão de juros na Inglaterra
Itaú reporta lucro líquido maior do que se esperava e anuncia dividendos extraordinários e recompra de ações multibilionária
Onde investir R$ 10 mil? Simulador de investimentos indica as melhores oportunidades de acordo com o seu perfil
Seja você conservador, moderado ou arrojado, saiba onde investir com a ajuda do simulador de investimentos da EQI Research
Vale mais do que dinheiro: demanda por ouro bate recorde em um ano e investimentos explodem
Os preços mais elevados do metal precioso, no entanto, têm afetado em cheio do mercado de joias, que deve continuar em baixa em 2025
Um (dilema) Tostines na bolsa: Ibovespa reage a balanços e produção industrial em dia de aversão ao risco lá fora
Santander Brasil é o primeiro bancão a divulgar balanço do quarto trimestre de 2024; Itaú publica resultado depois do fechamento
Itaú no topo outra vez: ITUB4 é ação favorita dos analistas para investir em fevereiro, com dividendos extras e balanço do 4T24 no radar
O gigante do setor financeiro acumulou sete recomendações entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro; veja o ranking de indicações para este mês
Dólar registra maior sequência de perdas ante o real na história com “trégua” do tarifaço de Trump
A moeda norte-americana fechou a R$ 5,77, chegando no menor nível desde novembro do ano passado durante a sessão
Dólar livre na Argentina já tem data para acontecer; saiba quando Milei vai suspender o controle cambial de vez
O plano inicial do presidente argentino era suspender o chamado cepo cambial ainda este ano, mas, para isso acontecer, existem condições
A próxima “Grande Aposta” está no Brasil? Os gestores que lucraram na crise financeira de 2008 dizem que sim
“Você está falando apenas do mercado que acabou de ter dividend yield de 10% apenas no índice”, disse Peter Collins, sobre a bolsa brasileira
Dos dividendos do Itaú (ITUB4) aos impactos do agro no Banco do Brasil (BBAS3): o que esperar dos resultados dos bancos no 4T24
Mercado espera Itaú mais uma vez na liderança entre os bancos tradicionais e alguma cautela com as perspectivas do Nubank; saiba o que esperar
Trump lança guerra comercial ampla, geral e irrestrita — e já lida com as retaliações
Donald Trump impõe tarifas às importações de Canadá, México e China e agora ameaça a União Europeia
A mensagem de uma mudança: Ibovespa se prepara para balanços enquanto guerra comercial de Trump derruba bolsas mundo afora
Trump impõe ao Canadá e ao México maiores até do que as direcionadas à China e coloca a União Europeia de sobreaviso; países retaliam
BB Investimentos e Genial renovam carteira de ações para superar o Ibovespa em fevereiro; confira o que as duas escolheram
O objetivo da carteira montada pelas duas é, claro, superar o índice Ibovespa (IBOV). Listamos a seguir quais são as escolhas de cada uma