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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
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Compro ouro: por que o Morgan Stanley enxerga oportunidade no metal precioso no médio prazo

O ouro é considerado abrigo em momentos de crise e incerteza — que é exatamente o que a economia global está vivendo neste momento —, mas há mais por trás da recomendação do banco norte-americano

Carolina Gama
29 de agosto de 2023
16:31 - atualizado às 14:51
Barras de ouro
Imagem: Michael Steinberg/Pexels

O ouro é usado como moeda de troca desde pelo menos 1500 a.C. Por ser um metal nobre limitado na natureza, é especialmente valioso. Nos tempos modernos, tornou-se símbolo de proteção contra crises financeiras e investimento seguro em diversos cenários.

Considerado uma commodity, ele é globalmente aceito como reserva de valor, negociável entre países e conversível em diferentes moedas. Dada essa importância histórica e funcional, o ouro pode se tornar ainda mais interessante no momento atual.

Pelo menos é isso o que pensa o Morgan Stanley. O banco norte-americano acredita que diante do aumento da taxa de juros real, a compra do ouro pode ser uma oportunidade no médio prazo. 

"Assim como as ações, que continuaram a ignorar as implicações negativas do aumento das taxas reais, o ouro — que se move inversamente às taxas reais e, por sua vez, ao dólar —, permaneceu extremamente resiliente", disse Lisa Shalett, chefe diretora de investimentos do Morgan Stanley Wealth Management, em relatório.

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Ouro concorre com outros abrigos

Recentemente, os investidores assistiram à disparada dos juros projetados pelos títulos de dívida do governo norte-americano, que chegaram às máximas em mais de uma década. 

Esse avanço — que tem ligação com fatores conjunturais, em meio às incertezas globais sobre os rumos da atividade econômica, da inflação e, por consequência, da taxa de juros — pesou sobre o ouro. 

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O metal precioso tende a ter um desempenho mais fraco quando as taxas de juros mais elevadas impulsionam os rendimentos de portos seguros rivais, como os títulos de dívida dos EUA.

Nesta terça-feira (29), no entanto, os yields dos Treasuries de 10 anos se afastaram das máximas atingidas na semana passada, apoiando o ouro.

"A resiliência do ouro pode estar ligada à visão de que o aumento das taxas é temporário e puramente técnico", disse Shalett. 

Outra teoria do Morgan Stanley é que o ouro está "se mantendo como uma moeda alternativa em um momento no qual o dólar é vulnerável à desvalorização causada pela inflação".

"Em relação à perspectiva intermediária, somos compradores de ouro devido à fraqueza ou queda nas taxas", diz o banco em relatório. 

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O que o Fed tem a ver com isso?

Tudo. Depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deixou a porta aberta para mais aumentos de juros na semana passada, em Jackson Hole, os investidores estão apostando na manutenção da taxa entre 5,25% e 5,50% ao ano na reunião de setembro, de acordo com a ferramenta do CME FedWatch. 

Enquanto a reunião de 20 de setembro não chega, o mercado se posiciona para uma série de dados econômicos dos EUA que podem firmar ou reduzir essas apostas. Hoje, por exemplo, o relatório Jolts mostrou uma desaceleração do número de vagas abertas no país em julho. 

Em meio às incertezas sobre o que o Fed pode fazer daqui para frente, os futuros do ouro avançam, rondando US$ 1.931 por onça-troy. Já o SPDR Gold Trust, o maior fundo negociado em bolsa lastreado em ouro do mundo, sobe quase 1%.

*Com informações do MarketWatch

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