🔴 É HOJE: COPOM DECIDE PATAMAR DA SELIC; SAIBA ONDE INVESTIR DEPOIS DO RESULTADO – INSCREVA-SE

Liliane de Lima
É repórter do Seu Dinheiro. Jornalista formada pela PUC-SP, já passou pelo portal DCI e setor de análise política da XP Investimentos.
Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
ACABOU O OTIMISMO?

Por que a bolsa só cai em agosto mesmo com a queda da Selic? Confira 4 motivos para a queda do Ibovespa no mês — e o que esperar agora

Apesar do corte da taxa Selic — que levou os juros para 13,25% ao ano — no início do mês, o índice não conseguiu emplacar alta nenhuma vez em agosto

Camille Lima
Liliane de Lima, Camille Lima
10 de agosto de 2023
6:01 - atualizado às 17:46
Palavra IBOV com braços e pernas de desenho escorregando em uma banana e fundo vermelho com gráficos em queda | Ibovespa, dólar
IBOV escorregando em uma banana com gráficos em queda - Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Após um começo de ano conturbado para a bolsa brasileira, o Ibovespa finalmente conseguiu engrenar em abril. Mas depois de quatro meses de valorização, o principal índice de ações da B3 parece ter perdido o gás para proporcionar à bolsa o seu quinto mês no azul.

Apesar do tão desejado corte da taxa Selic — que veio maior que o esperado, levando a taxa básica de juros para o patamar de 13,25% ao ano — no início do mês, o índice não conseguiu emplacar alta nenhuma vez em agosto.

O Ibovespa fechou em queda pelo sétimo dia consecutivo, com uma perda acumulada de quase 3% em menos de 10 dias em agosto.

Ainda que a bolsa não tenha se distanciado drasticamente do nível de 120 mil pontos, o movimento parece contra intuitivo aos olhos do mercado. Então o que aconteceu com o mercado acionário nos últimos pregões?

A seguir nós contamos para você as quatro principais razões para a queda do Ibovespa em agosto — e a perspectiva para a bolsa daqui para frente.

1 - China emperra retomada 

Uma das grandes promessas do mercado neste ano, a retomada da economia chinesa após a pandemia da covid-19 virou fator de preocupação. Afinal, o gigante asiático é um dos grandes compradores de produtos brasileiros.

Enquanto permanece na expectativa do anúncio de novos estímulos econômicos pelo governo chinês, o mercado opera com o que está sendo apresentado: os dados — que pouco contribuem para um cenário otimista. 

“Lá fora, os mercados operam com uma aversão ao risco maior, muito por conta dos dados da China, que deram gatilho para um novo ruído com relação à desaceleração global”, afirma Rafael Passos, analista e sócio da Ajax Asset Management. 

Na última terça-feira (8), a segunda maior economia do mundo frustrou as expectativas dos analistas com a divulgação da balança comercial de julho abaixo do esperado. 

Como se não bastasse o saldo comercial abaixo da expectativa, o gigante asiático também divulgou ontem (9) dados de inflação, com a primeira redução nos preços ao consumidor em mais de dois anos.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês subiu 0,2% em relação a junho, mas recuou 0,3% na comparação com julho de 2022. Já o índice de preços ao produtor (PPI) recuou 4,4% em julho na comparação anual.

Vale lembrar que o desempenho da China, além de ser relevante para a economia global, também pesa sobre os ativos brasileiros, principalmente em relação às commodities. As ações da mineradora Vale (VALE3), por exemplo, possuem o maior peso no Ibovespa.

2 - EUA em transe

Além do gigante asiático, a cautela dos EUA também puxa o Ibovespa para o tom negativo. 

O rebaixamento da nota de crédito do país pela Fitch e a revisão para baixo da avaliação de cerca de dez bancos regionais de pequeno e médio portes pela Moody’s reacenderam um “alerta amarelo” sobre a maior economia do mundo — e que drenou o ânimo dos investidores pelos ativos de risco, incluindo a bolsa. 

Os EUA operam hoje com a maior taxa de juros em 22 anos, na faixa entre 5,25% a 5,50% — e que ainda pode ser elevada pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, a depender de novos dados econômicos, como emprego e inflação.  

O Ibovespa, portanto, não consegue se descolar do mau desempenho dos mercados norte-americanos. Os índices de Nova York fecharam no negativo nesta quarta-feira (9), à espera do CPI (dado de inflação ao consumidor) de julho. 

"Continuando o movimento de pressão dos títulos públicos norte-americanos e saque de capital estrangeiro é possível que esse movimento de queda se concretize", disse Stefany Oliveira, head de Analise Trading na Toro Investimentos.

3 -  Frustração com os balanços 

Embora o desempenho do exterior impacte diretamente o apetite (ou não) ao risco dos ativos brasileiros, a agenda local nas últimas semanas vem balizando o Ibovespa. 

“O mercado já precificou a queda nos juros [ou seja, o corte na Selic] e estamos vendo, em parte, uma realização de lucros”, disse Heitor  De Nicola, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero.

Segundo De Nicola, a temporada de balanços — principalmente de empresas que possuem maior participação no principal índice da B3 — é responsável pela instabilidade nos últimos dias. 

Apesar do ânimo com o início do corte de juros, os resultados das companhias no segundo trimestre refletem o duro cenário de Selic a 13,75% ao ano, que pesou nos números.

Os dados mais recentes da economia também mostram um quadro de desaceleração. Ontem (9), por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que as vendas do varejo em junho ficaram estáveis em relação a maio. 

O volume vendido pelo comércio varejista ampliado — que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício —, porém, cresceu 1,2% em junho ante maio

Contudo, ainda segundo o órgão, o volume vendido pelo varejo caiu 0,2% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre do ano. 

Outros indicadores devem ser divulgados nos próximos dias — que também devem trazer certa volatilidade ao mercado. Na sexta-feira (11), o foco volta-se para o cenário doméstico, onde serão conhecidos dois indicadores importantes: a “prévia” do PIB, conhecida como IBC-BR, e a inflação de julho medida pelo IPCA.

4 - A agenda do Congresso

Por fim, a queda sequencial do Ibovespa também tem um fator político. Os investidores seguem monitorando as movimentações em Brasília — mais especificamente no Congresso Nacional. 

Pairam sobre o Ibovespa ainda as incertezas sobre o andamento da reforma tributária, os impasses na tramitação do Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias para 2024 e a votação final do arcabouço fiscal, ainda pendente na Câmara dos Deputados. 

Otimismo adiante 

Apesar da falta de ganhos do Ibovespa no mês de agosto, as projeções para o principal índice da bolsa brasileira seguem otimistas. Ou seja, a queda recente pode representar uma oportunidade de entrada para os investidores.

O JP Morgan, por exemplo, projeta o Ibovespa em 135 mil pontos em 2023, considerando o ciclo de afrouxamento monetário. Vale destacar que, antes do anúncio oficial do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a Selic, o banco havia cravado o corte da taxa para 13,25%.

Segundo o banco norte-americano, para que o principal índice da bolsa brasileira vá além desse nível, será preciso ver o crescimento dos lucros e/ou a compressão do risco. 

Em linha com o JPM, o analista Matheus Spiess, da Empiricus, ressalta que o Ibovespa está sendo negociado abaixo de suas médias, o que abre espaço para novos ganhos. 

O índice está sendo negociado a um Preço sobre Lucro (P/L) de 8x, enquanto a média histórica é de 10,9x. 

Considerando apenas o retorno à média, isso significaria um potencial de valorização de 36%, o que levaria o Ibovespa a superar os 150 mil pontos em 12 meses

O CIO da Empiricus, Felipe Miranda, destaca um cenário ainda mais positivo, já que o consenso de mercado sugere um crescimento dos lucros do Ibovespa de 10% para 2024. 

“Então, para o mesmo Preço sobre Lucro, as cotações precisariam subir mais 10%. Em sendo o caso, chegaríamos a 181 mil pontos ao final do ano que vem, só para convergirmos à média histórica”, escreveu, em uma edição recente do relatório Palavra do Estrategista.

Para o executivo, com as recentes revisões para cima nos lucros corporativos, há a possibilidade de o consenso de mercado passar a convergir para um crescimento dos lucros entre 15% e 20% no próximo ano, o que “levaria a 189 mil e 198 mil pontos para o Ibovespa ao final de 2024”.

Compartilhe

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa deixa Nova York de lado e sobe com expectativa pelo Copom; dólar avança a R$ 5,09

8 de maio de 2024 - 17:10

RESUMO DO DIA: A quarta-feira mais esperada de maio para o mercado brasileiro chegou. Hoje, o Copom divulga uma nova decisão de política monetária. As apostas majoritárias são de corte de 0,25 ponto percentual nos juros, reduzindo a Selic de 10,75% para 10,50% ao ano. Mas a chance de corte de 0,50 ponto percentual não […]

MEA CULPA

O erro de Stuhlberger: gestor do Fundo Verde revela o que o fez se arrepender de ter acreditado em Lula

8 de maio de 2024 - 11:09

Em apresentação a investidores Stuhlberger qualificou 2024 como ‘ano extremamente frustrante e decepcionante’

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa é embalado por balanços e fecha em alta, enquanto dólar tem leve queda; Suzano (SUZB3) despenca 12%

7 de maio de 2024 - 17:24

RESUMO DO DIA: Na véspera da decisão do Copom, a política monetária ficou em segundo plano em dia de repercussão de balanços trimestrais e poucas notícias nos mercados internacionais. O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,58%, aos 129.210 pontos. Já o dólar à vista fechou a R$ 5,0673, com leve queda de 0,13%. […]

'FEIRÃO' DE FIIs

Fundo imobiliário favorito do mês está com desconto na B3 e abre oportunidade de compra; confira as recomendações de dez corretoras

7 de maio de 2024 - 17:20

No último mês, as mudanças no cenário macroeconômico global e brasileiro — incluindo a alta dos juros futuros e ruídos fiscais — criaram um verdadeiro “feirão” entre os FIIs negociados na bolsa de valores.

TERCEIRA EMISSÃO

WHG Real Estate (WHGR11) anuncia oferta de ações de R$ 200 milhões; confira detalhes da nova emissão de cotas do fundo imobiliário

7 de maio de 2024 - 13:31

O montante final da WHGR11 ainda pode variar em mais de 50 milhões caso tenha excesso de demanda no decorrer da oferta de ações

DESTAQUES DA BOLSA

Suzano (SUZB3) recua 12% na B3 com notícia sobre proposta bilionária pela IP dias antes do balanço do primeiro trimestre

7 de maio de 2024 - 12:36

A companhia brasileira fez uma proposta de US$ 15 bilhões pela International Paper

CRISE CLIMÁTICA

Banrisul (BRSR6) e IRB (IRBR3) são os mais expostos pela tragédia climática no RS, diz JP Morgan, que calcula o impacto nos resultados

7 de maio de 2024 - 11:17

JP Morgan avaliou a exposição do setor financeiro à catástrofe; impacto sobre bancos e seguradoras vai além de Banrisul e IRB

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Braskem despenca e Ibovespa não sustenta o fôlego vindo de Nova York; dólar sobe a R$ 5,07

6 de maio de 2024 - 17:40

RESUMO DO DIA: Começou mais uma semana decisiva para os juros no Brasil. O Copom reúne-se na próxima quarta-feira (8) e é esperado um novo corte na Selic. Mas enquanto o dia não chega, os investidores acompanharam os desdobramentos da crise climática no Rio Grande do Sul e os possíveis impactos no cenário fiscal. O […]

AÇÃO DO MÊS

A Vale (VALE3) está de volta: mineradora lidera a preferência dos analistas para maio; confira as ações preferidas na carteira recomendada de 12 corretoras

6 de maio de 2024 - 6:56

Após reduzir o temor de interferência política na companhia e garantir a permanência de Eduardo Bartolomeo até o fim do ano, as ações da ex-estatal avançaram mais de 4% em março

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: decisão do Copom divide espaço com balanços e dados de inflação em semana cheia

6 de maio de 2024 - 6:20

Internacionalmente, gigantes como Walt Disney apresentam seus resultados, oferecendo uma visão ampla do desempenho empresarial em várias indústrias

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar