O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ainda não desistiu da candidatura à presidência. Nesta quarta-feira (27), Moro aproveitou entrevista à Radio Eldorado para retomar o discurso sobre a hipótese de ser candidato a presidente pelo União Brasil.
Na ocasião, ele reiterou que seu nome "está à disposição" para um projeto nacional, apesar das resistências internas. "O mundo às vezes reserva surpresas", admitiu o ex-ministro.
Moro não revelou qual seria seu "plano B" caso a candidatura presidencial - da qual ele já havia aberto mão publicamente ao migrar do Podemos para o União Brasil - não se confirme.
Apesar de ter afirmado, recentemente, que poderia até ficar de fora das eleições, desta vez o discurso foi outro. Segundo ele: "há muitas alternativas".
"Tudo passa por uma construção pelo partido político. Eu posso ser candidato a um eventual cargo, mas isso ainda estamos discutindo", completou o ex-ministro.
Moro voltou a defender a construção de um acordo em torno de um único nome de centro que quebre a polarização entre Lula e Bolsonaro e venha ou de um "partido robusto" ou de uma aglutinação.
"Precisamos ter uma candidatura de centro, moderada no polo político, disposta a fazer as reformas que o Brasil precisa e que apresente integridade".
Para o ex-juiz, dois critérios devem ser levados em conta na escolha da candidatura em consenso: "uma mistura de avaliação de estrutura partidária e intenção de voto, porque quem decide é o eleitor".
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O União Brasil já possui um nome como pré-candidato à Presidência da República, o deputado e presidente da sigla, Luciano Bivar (PE). O anúncio foi feito no início de abril, após a chegada de Moro ao partido.
Há um pré-acordo entre o União Brasil, o MDB, o PSDB e o Cidadania para que as siglas caminhem juntas. Além de Bivar, o grupo avalia ainda a possibilidade de lançar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) ou o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB).
Pesquisas eleitorais recentes mostram que a desistência momentânea de Moro da disputa presidencial tem favorecido uma migração de votos do ex-juiz para o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para o ex-ministro, esse processo consiste em um movimento natural. "O eleitor ainda não está tão focado no período eleitoral. Quando o meu nome sai das pesquisas, é natural os meus eleitores se dividirem", concluiu.
*Com informações do Estadão Conteúdo