E agora, Marina Silva? Lula oferece Meio Ambiente para Simone Tebet; senadora impõe condição para aceitar
A medebista disse que só aceita o posto se a deputada eleita pelo Rede-SP estiver de acordo com a proposta; Lula se reuniu com Marina Silva hoje para tratar da questão

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu nesta sexta-feira (23) o comando do Ministério do Meio Ambiente à senadora Simone Tebet (MDB-MS) — considerada por muitos especialistas uma das grandes responsáveis pela vitória do petista no segundo das eleições deste ano.
Mas, ao contrário do que muita gente pode pensar, a oferta ainda não foi aceita. Isso porque Tebet colocou uma condição para isso: o arranjo proposto precisa ser aprovado pela deputada eleita Marina Silva (Rede-SP).
Lula teve um encontro com Marina Silva na tarde de hoje. A ideia era convidá-la para assumir o novo posto de Autoridade Climática. De acordo com fontes ouvidas pela Broadcast, Marina Silva teria reiterado que não quer a Autoridade Climática, embolando as negociações com Tebet.
Mas a própria Marina Silva às redes sociais para esclarecer a reunião. Segundo ela, o posto de Autoridade Climática não foi tema da conversa.
Ministérios de Lula: ainda há vagas
A nove dias da posse, o presidente eleito ainda não completou a equipe de governo. Lula anunciou na quinta-feira (22) 16 ministros, incluindo na lista o futuro vice-presidente Geraldo Alckmin, que será titular de Indústria e Comércio. O presidente eleito também apresentou as primeiras mulheres que vão integrar a Esplanada, como Nísia Trindade Lima para Saúde.
Leia Também
O perfil dos nomes mostra que, até agora, Lula escolheu somente aliados de primeira hora do PT e de partidos com quem tem mais afinidade política por não conseguir superar a tempo os inúmeros entraves para abrigar indicados por alas do MDB, do PSD e do União Brasil.
Além disso, o petista também aguardava a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição ser aprovada pelo Congresso para medir a fidelidade dos novos apoiadores. Já promulgada, a PEC permite ao governo aumentar gastos para pagar o Bolsa Família.
Em pronunciamento na cerimônia de diplomação, no último dia 12, Lula destacou o papel dos partidos que o apoiaram na disputa contra o presidente Jair Bolsonaro, acenando para uma gestão além do PT para ter governabilidade.
A cota petista na equipe, atualmente, está em oito nomes, mas deve chegar a pelo menos dez dos 37 ministérios da Esplanada, no terceiro mandato de Lula.
Simone Tebet, o maior impasse
O maior impasse ainda reside nas cadeiras para Tebet e Marina Silva. Lula recebeu ontem o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), os senadores Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga, além do líder do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), para tratar da composição do governo.
O MDB terá três ministérios, mas Tebet é considerada como um nome da "cota pessoal" de Lula. O senador eleito Renan Filho (MDB), ex-governador de Alagoas, comandará Transportes.
Nessa partilha, o Ministério das Cidades, a ser recriado, foi oferecido ao MDB da Câmara. Ficou combinado que o governador do Pará, Helder Barbalho, fará a indicação, uma vez que a bancada do Pará tem nove parlamentares.
Embora o deputado José Priante (PA) esteja em campanha pelo cargo, Helder se recusa a apadrinhá-lo. Os dois são primos, mas não se dão bem. É por isso que Cidades também pode ser uma alternativa para Simone, assim como o Ministério do Planejamento, ainda sem nome definido.
Tebet apoiou Lula no segundo turno e queria Desenvolvimento Social, mas, por pressão do PT, o ministério foi entregue ao senador eleito Wellington Dias, ex-governador do Piauí. Foi naquele Estado que Lula lançou o Fome Zero, em 2003. O programa deu origem ao Bolsa Família.
A pasta de Desenvolvimento Social é vista pelo partido como "coração do governo". Para a cúpula do PT, não era aceitável deixar Tebet, uma possível adversária na disputa de 2026, em um cargo de tanta visibilidade e com um dos maiores orçamentos da Esplanada.
Se depender do comando petista, Marina Silva também não deve voltar a comandar Meio Ambiente porque pode ter novos embates no ministério, sobretudo com o agronegócio.
Ministra no primeiro mandato de Lula, quando ainda era filiada ao PT, Marina Silva saiu do governo sob desgaste, em 2008, e se desfiliou do partido. Somente se reaproximou de Lula nesta campanha, por intermédio de Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda.
O desejo de Lula é que Marina Silva assuma Autoridade Climática, cargo que ficaria sob o guarda-chuva da Presidência da República. Na campanha, Marina sugeriu ao petista a criação desse posto, mas não planeja ocupá-lo porque o considera muito técnico. Além disso, avalia que Autoridade Climática precisa ficar na estrutura do Meio Ambiente, e não da Presidência.
"É mais difícil montar um governo do que ganhar as eleições", disse Lula ao anunciar a lista com 16 ministros. Nas entrelinhas, mandou um recado a Simone ao observar que ele e o PT são "devedores" de muitos que o ajudaram na campanha. "O presidente Lula sabe do papel que teve e tem a senadora Simone Tebet", afirmou Wellington Dias.
Lula na panela de pressão
Desde o início do mês, Lula anunciou titulares para 21 pastas — outros cinco nomes já haviam sido divulgados no último dia 9. Ele ainda precisa escolher 16 ministros.
Nessa temporada, Lula enfrentou a pressão do PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), que queria o Ministério da Saúde, uma espécie de feudo do partido há vários anos. Mas Lula bancou Nísia, a presidente da Fiocruz, que vai herdar uma das pastas mais problemáticas do governo de Jair Bolsonaro.
Na equação difícil de fechar com o centro e o Centrão, o PSD do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ficará com dois ministérios. Um deles é Agricultura, que terá à frente o senador Carlos Fávaro (PSD-MT). O partido também reivindica a vaga de Minas e Energia para o senador Alexandre Silveira (MG), aliado de Pacheco.
O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), pode ficar com Integração Nacional. Homem da confiança de Lira, Elmar também quer manter o controle sobre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Parnaíba e São Francisco (Codevasf).
Dona de um orçamento de R$ 3,5 bilhões para 2023, a Codevasf foi a autarquia que mais recebeu recursos do orçamento secreto nos últimos anos, como mostrou o Estadão, protagonizando escândalos de compras superfaturadas.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Kassab estava errado? Pesquisa Genial/Quaest indica que Lula venceria todos candidatos se eleição fosse hoje – mas há um sinal amarelo para o presidente
A pesquisa da Genial/Quaest realizou seis simulações de segundo turno e quatro do primeiro, e Lula sai na frente em todas elas. Mas não significa que o caminho está livre para o petista
A mensagem de uma mudança: Ibovespa se prepara para balanços enquanto guerra comercial de Trump derruba bolsas mundo afora
Trump impõe ao Canadá e ao México maiores até do que as direcionadas à China e coloca a União Europeia de sobreaviso; países retaliam
Vão dar o bote? O barulho das tarifas de Trump acaba com o sossego de Lula e de Xi Jinping
Enquanto o presidente brasileiro fala em reciprocidade no relacionamento com os EUA, a China se prepara para ser alvo de taxação de 10%
A bolsa assim sem você: Ibovespa chega à última sessão de janeiro com alta acumulada de 5,5% e PCE e dados fiscais no radar
Imposição de tarifas ao petróleo do Canadá e do México por Trump coloca em risco sequência de nove sessões em queda do dólar
Alta da Selic, autonomia do BC e novo comando da Vale (VALE3): as falas de Lula que ajudam o Ibovespa e as ações da mineradora hoje
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira coletiva de imprensa do ano nesta quinta-feira (30) e falou também sobre a questão fiscal e a alta do preço dos alimentos
Governo e bancos têm acordo para expandir crédito consignado, mas teto de juros incomoda Febraban
A proposta de teto de juros para crédito consignado vem na esteira do anúncio de uma nova modalidade, voltada para trabalhadores CLT e trabalhadores domésticos
O primeiro encontro: Ibovespa reage à alta dos juros pelo Copom e à manutenção das taxas pelo Fed
Alta dos juros pesa sobre Ibovespa e ativos de risco em geral, mas é positiva para a renda fixa conservadora
Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
Depois do bombardeio: Ibovespa repercute produção da Petrobras enquanto mundo se recupera do impacto da DeepSeek
Petrobras reporta cumprimento da meta de produção e novo recorde no pré-sal em 2024; Vale divulga relatório hoje
Felipe Miranda: Erro de diagnóstico
A essência do problema da conjuntura brasileira reside na desobediência às sinalizações do sistema de preços, que é um dos pilares do bom funcionamento do capitalismo
Avaliação negativa sobre Lula aumenta e polêmica com Pix ainda pressiona o governo – mas não é único motivo para desaprovação, indica pesquisa Genial/Quaest
Aprovação do presidente Lula diminui e maiores quedas são vistas na base eleitoral do governo – além de que tentativas de reverter o cenário têm sido mal avaliadas pela população
A semana vai pegar fogo: Maré vermelha nas bolsas emperra largada do Ibovespa em semana de Copom e Fed
Do Nasdaq Futuro às criptomoedas, investidores reagem mal a avanços anunciados por empresas chinesas no campo da inteligência artificial
Michelle e Eduardo Bolsonaro eram de grupo pró-golpe mais radical, diz Cid em delação premiada
O teor desse depoimento foi revelado pelo jornalista Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo
Não se esqueça: Ibovespa tenta reação em dia de IPCA-15 e reunião ministerial para discutir inflação dos alimentos
IBGE divulga hoje a prévia da inflação de janeiro; em Brasília, Lula reúne ministros para discutir alta dos preços dos alimentos
Todo vazio será ocupado: Ibovespa busca recuperação em meio a queda do dólar com Trump preenchendo o vácuo de agenda em Davos
Presidente dos Estados Unidos vai participar do Fórum Econômico Mundial via teleconferência nesta quinta-feira
Rodolfo Amstalden: A alegria de um banqueiro central seria o silêncio
Estamos nos aproximando da perigosa zona de dominância fiscal; ninguém sabe onde fica a fronteira exatamente, mas, marchando à frente de olhos vendados, são crescentes as chances de nos enroscarmos em uma cerca de arame farpado
Metralhadora giratória: Ibovespa reage às primeiras medidas de Trump com volta do pregão em Nova York
Investidores ainda tentam mensurar os efeitos do retorno de Trump à Casa Branca agora que a retórica começa a se converter em ações práticas
Trump e Lula podem ter algo em comum: veja o que pode aliviar a fúria do republicano e tirar o Brasil da mira dos EUA
Em entrevista ao Seu Dinheiro, o cientista político e presidente da Eurasia, Ian Bremmer, aponta quais serão os pontos nevrálgicos da relação do Brasil de Lula com o governo de Trump 2.0
Donald Trump 2T1E: Ibovespa começa semana repercutindo troca de governo nos EUA; BC intervém no dólar pela primeira vez em 2025
Enquanto mercados reagem à posse de Trump, Banco Central vende US$ 2 bilhões em dois leilões de linha programados para hoje
Donald Trump volta à Casa Branca nesta segunda-feira; confira os preparativos e como acompanhar a posse do presidente dos EUA
A cerimônia de posse de Donald Trump contará com apresentações, discursos e a presença de líderes internacionais. Porém, até lá, o republicano participa de diversos outros eventos