Santander (SANB11) tem piora da inadimplência e lucro cai no 3T22
Santander Brasil (SANB11) abre a temporada de balanços do terceiro trimestre de 2022 dentre os principais bancos

O Santander (SANB11) declara aberta a temporada de balanços do terceiro trimestre dos bancos com queda no lucro líquido e piora da inadimplência.
O lucro líquido gerencial somou R$ 3,122 bilhões, ligeiramente acima do consenso da Bloomberg de R$ 2,991 bilhões. O número representa um tombo de 23,5% em relação ao segundo trimestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a conta é ainda pior: queda de 28%.
Além disso, a rentabilidade (ROE) também despencou 5,2 pontos percentuais entre um trimestre e outro, para 15,6%. Comparado com o terceiro trimestre de 2021, a queda foi de 6,8 pontos percentuais.
- MELHOR AÇÃO DA TEMPORADA DE BALANÇOS? Ação do agronegócio pode subir 100% no próximo ano e ter um dos melhores resultados da sua história. Saiba mais aqui num material gratuito
"Por mais que o aumento da inadimplência fosse esperado com mais intensidade para o Santander, a penalização do lucro foi acentuada. Com as concessões de crédito agora mais focadas em linhas conservadoras, a dupla de menor crescimento na receita + pressão nas despesas deve continuar a atuar de forma desfavorável para a companhia", afirmou a analista da Empiricus Larissa Quaresma.
Vale ressaltar que, mesmo com o consenso da Bloomberg projetando queda relevante do lucro do Santander na comparação trimestral, as projeções de alguns bancos de investimento às quais o Seu Dinheiro teve acesso estavam menos pessimistas. O Bank of America estimava, inclusive, que o lucro iria aumentar entre o segundo e o terceiro trimestres. Confira:
SANTANDER | LUCRO LÍQUIDO RECORRENTE ESTIMADO |
BANK OF AMERICA | R$ 4.062.000.000,00 |
JP MORGAN | R$ 3.535.000.000,00 |
GOLDMAN SACHS | R$ 3.799.000.000,00 |
SAFRA | R$ 3.851.000.000,00 |
BRADESCO BBI | R$ 3.332.000.000,00 |
UBS BB | R$ 3.652.000.000,00 |
ITAÚ BBA | R$ 3.697.000.000,00 |
CONSENSO BBG | R$ 2.991.000.000,00 |
Porém, mais do que o lucro líquido, uma métrica que os analistas iriam ficar de olho é a inadimplência - e ela aumentou. As dívidas vencidas há mais de 90 dias chegaram a 3% ao final de setembro, alta de 0,11 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior e de 0,58 p.p. na comparação com o mesmo período do ano passado.
Leia Também
O aumento da inadimplência entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano foi observado tanto na carteira de pessoas físicas, que subiu de 4,1% para 4,3%, quanto na carteira de empresas, que aumentou de 1,1% para 1,3%.
Outra métrica de inadimplência, que mede as dívidas vencidas entre 15 e 90 dias, também mostrou piora e chegou a 4,3% no índice total, alta de 0,1 p.p. entre os trimestres. Na mesma base de comparação, o índice entre as pessoas físicas chegou a 6,1%, aumento de 0,2 p.p., e a 1,9% entre as empresas, estável.
Com o aumento da inadimplência, as provisões para crédito de liquidação duvidosa também cresceram. O saldo totalizou R$ 32,7 bilhões em setembro, um aumento de 8% no trimestre e de 21,3% no ano.
As operações de crédito renegociadas também cresceram 11,7% no trimestre e somaram R$ 35,381 bilhões em setembro de 2022.
"Aumentamos as renegociações porque acreditamos que temos de proativamente ajudar nossos clientes a evitar problemas financeiros no futuro", disse o diretor financeiro do Santander Brasil, Angel Santodomingo, durante teleconferência com analistas.
Margens e receitas em queda
Além disso, a margem financeira bruta recuou no trimestre e atingiu R$ 12,6 bilhões, uma queda de 1,4% em três meses. De acordo com o Santander, o recuo se deve a um menor resultado das operações com clientes, que foi impactado principalmente pelo mix de produtos, em função da maior seletividade na concessão de crédito.
As receitas oriundas das operações com clientes caíram 1,0% no trimestre devido a uma maior seletividade na concessão de crédito, segundo o banco.
O CEO do Santander Brasil, Mario Leão, destaca na divulgação dos resultados que desde o quarto trimestre de 2021 o banco iniciou uma estratégia de antecipação de ciclos de crédito.
"Com isso, o momento atual leva a menores receitas, dada a maior seletividade que aplicamos ao nosso portfólio, e também a sensibilidade negativa à curva de juros em margem com mercados – além da PDD (provisão para devedores duvidosos) em um momento ainda desafiador do ciclo, conforme previsto, com uma inadimplência com sinais de estabilidade", afirmou o executivo.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias caíram 3% no trimestre, para R$ 4,734 bilhões, puxadas por uma queda nas receitas de administração de fundos, cartões de crédito e corretagem e colocação de títulos.
Carteira de crédito cresce
A carteira de crédito total do Santander, que inclui pessoas físicas e jurídicas, cresceu 3,4% do segundo para o terceiro trimestre e atingiu R$ 484,3 bilhões. O número representa alta de 7,5% em 12 meses.
O crédito à pessoa física totalizou R$ 220,4 bilhões em setembro de 2022, crescimento de 2,4% no trimestre, com destaque para o aumento do crédito consignado (3,7%), crédito pessoal/outros (3,0%) e crédito imobiliário (2,0%).
Já a carteira de crédito de pessoa jurídica alcançou R$ 195,9 bilhões, crescimento de 5,1% em três meses (ou alta de 4,4% desconsiderando o impacto cambial), em grande parte pela expansão dos negócios.
- Magazine Luiza (MGLU3) já era? Cara ou barata? Com uma queda de mais de 30% no ano, alguns fatores marcantes podem impactar a ação e concorrentes daqui para frente. Acesse neste link mais detalhes.
Leia mais:
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica
A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México
O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá
Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora
A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
Boeing tem prejuízo menor do que o esperado no primeiro trimestre e ações sobem forte em NY
A fabricante de aeronaves vem enfrentando problemas desde 2018, quando entregou o último lucro anual. Em 2025, Trump é a nova pedra no sapato da companhia.
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell