Nubank (NUBR33): por que o JP Morgan acha que a hora de vender a ação já passou
As ações do banco digital, listadas na Bolsa de Valores de Nova York e com BDRs negociadas na B3, anotam um tombo de mais de 57% neste ano
É preciso uma dose de sangue frio — e conhecimento do mercado — para ver uma ação cair mais de 50% no ano e não se desfazer dela. E essa é a recomendação do JP Morgan para o Nubank (NUBR33): se você manteve o papel em carteira até agora, segure.
Depois do lucro inédito entre julho e setembro, o banco norte-americano acredita que a lucratividade do Nubank continuará dando as caras no quarto trimestre e em 2023.
Além disso, após a correção recente das ações — uma queda de cerca de 20% contra baixa de cerca de 10% do Ibovespa no último mês — os analistas acreditam em uma reação do banco digital na bolsa.
O JP Morgan vê três tendências favoráveis ao Nubank no curto prazo:
- Otimização de financiamento e reprecificação de empréstimos para beneficiar a margem financeira — diferença entre as receitas com a concessão de crédito e o custo de captação — do quarto trimestre de 2022 e de 2023;
- Qualidade dos ativos, ou seja, a inadimplência, permanecerá um risco, mas com desdobramentos improváveis nos últimos três meses do ano;
- Empréstimos consignados ajudarão a sustentar o crescimento da carteira de crédito em 2023.
Ainda de acordo com os analistas, outro ponto positivo para o Nubank é a desistência de seu cofundador, David Vélez, de uma remuneração milionária. O pedido partiu do próprio colombiano e pode representar uma economia de US$ 356 milhões (cerca de R$ 1,87 bilhão) para a fintech nos próximos sete anos.
Diante desse cenário, o JP Morgan elevou a recomendação do Nubank de venda para neutra, com preço-alvo entre R$ 4 e R$ 4,50 para os BDRs NUBR33 — o que representa um potencial de valorização de 17% a 47%, considerando o piso e o teto da projeção, com base no valor de fechamento de quarta-feira (08).
Leia Também
Nubank: ótima empresa, vantagem limitada
A recomendação neutra do JP Morgan para as ações do Nubank (NUBR33) é principalmente impulsionada por uma avaliação que já incorpora sucesso significativo na maioria das áreas de atuação da fintech — em especial naquelas com risco de execução, ou seja, concorrência, regulamentação e ciclos de crédito.
Apesar da correção recente, o JP Morgan vê um valuation pouco atraente em um ambiente de taxas mais elevadas.
Em tom positivo, o banco norte-americano diz que 2023 será um ano importante para a disparada da rentabilidade do Nubank, com a melhoria do custo com captação e a alavancagem operacional, e custo do risco crescendo em ritmo mais lento.
“Em suma, uma ótima empresa, mas com vantagens limitadas, em nossa opinião”, diz o JP Morgan em relatório.
A onda conservadora que pode pegar o Nubank
O JP Morgan não espera que o crescimento dos empréstimos do Nubank permaneça tão sólido em 2023.
Segundo o banco norte-americano, é verdade que o México e um novo produto de folha de pagamento em potencial podem ajudar, mas existe uma grande desaceleração no cartão de crédito e uma originação conservadora contínua em empréstimos pessoais no Brasil.
O JP Morgan lembra que o Nubank estava apenas emitindo cartões de crédito, que têm taxas de aprovação mais baixas devido risco de crédito. Agora, a fintech pode oferecer um produto sem risco de crédito que também permite o crescimento de depósitos — chave para o sucesso em outros mercados, segundo o banco norte-americano.
Em uma nota menos positiva, o JP Morgan afirma que esses outros mercados têm escala mais limitada atualmente, portanto, potencialmente diluidores de lucro por ação no curto prazo.
E como será 2023?
A qualidade dos ativos do Nubank tem sido melhor do que o esperado em um ambiente bastante desafiador, segundo o JP Morgan.
A piora no ciclo de crédito no Brasil não é uma novidade: a inadimplência, notadamente cartão de crédito e empréstimos pessoais, está em níveis historicamente altos.
Nesse cenário desafiador o Nubank está sofrendo, de acordo com o JP Morgan, no entanto, vem apresentando um desempenho em linha com o mercado — o que o banco norte-americano diz ser impressionante dada a maior exposição da fintech a clientes de baixa renda e ao segmento.
Para o ano que vem, o JP Morgan fez as seguintes projeções para o Nubank:
- Lucro líquido de US$ 510 milhões em 2023, quase 70% acima do consenso de US$ 304 milhões do mercado;
- Múltiplo de 37x o preço/lucro em 2023, o que ainda implica em mais crescimento e maiores retornos nos próximos anos.
BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%
O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero
Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
Dividendos robustos e corte de custos: o futuro da Allos (ALOS3) na visão do BTG Pactual
Em relatório, o banco destacou que a companhia tem adotado cautela ao considerar novos investimentos, na busca por manter a alavancagem sob controle
Mercado torce o nariz para Casas Bahia (BHIA3): ações derretem mais de 20% com aumento de capital e reperfilamento de dívidas
Apesar da forte queda das ações – que aconteceu com os investidores de olho em uma diluição das posições –, os analistas consideraram os anúncios positivos
Oncoclínicas (ONCO3): grupo de acionistas quer destituir conselho; entenda
O pedido foi apresentado por três fundos geridos pela Latache — Latache IV, Nova Almeida e Latache MHF I — que, juntos, representam cerca de 14,6% do capital social da companhia
Por que o Itaú BBA acredita que a JBS (JBSS32) ainda pode mais? Banco elevou o preço-alvo e vê alta de 36% mesmo com incertezas no horizonte
Para os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama, a tese de investimento permanece praticamente inalterada e o processo de listagem nos EUA segue como um potencial catalisador
Black Friday 99Pay e PicPay: R$ 70 milhões em recompensas, até 250% do CDI e descontos de até 60%; veja quem entrega mais vantagens ao consumidor
Apps oferecem recompensas, viagens com cashback, cupons de até R$ 8 mil e descontos de 60% na temporada de descontos
Uma pechincha na bolsa? Bradesco BBI reitera compra de small cap e calcula ganho de 167%
O banco reiterou recomendação de compra para a companhia, que atua no segmento de logística, e definiu preço-alvo de R$ 15,00
Embraer (EMBJ3) recebe R$ 1 bilhão do BNDES para aumentar exportações de jatos comerciais
Financiamento fortalece a expansão da fabricante, que prevê aumento nas entregas e vive fase de demanda recorde
Raízen (RAIZ4): membros do conselho renunciam no meio do mandato; vagas serão ocupadas por indicados de Shell e Cosan
Um dos membros já havia deixado cargo de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Cosan
A hora da Localiza (RENT3) chegou? O que levou mais esse banco a retomar o otimismo com as ações
Depois de o Itaú BBA ter melhorado projeções para a locadora de veículos, agora é a vez de o BTG Pactual reavaliar o desempenho da companhia
Executivos da empresa que Master usou para captar R$ 12,2 bilhões do BRB também foram sócios em fintech suspensa do Pix após ataque hacker, diz PF
Nenhum dos dois executivos da Tirreno, empresa de fachada usada pelo Master, estavam na Nuoro quanto esta foi suspeita de receber dinheiro desviado de golpe bilionário do Pix
Americanas (AMER3) aceita nova proposta da BandUP! para a venda da Uni.Co, dona da Imaginarium e Pucket; entenda o que falta para a operação sair do papel
A nova oferta conta com os mesmos termos e condições da proposta inicial, porém foi incluído uma provisão para refletir novas condições do edital de processo competitivo
Vale tudo pelos dividendos da Petrobras (PETR4)? O que esperar do plano estratégico em ano de eleição e petróleo em queda
A estatal está programada para apresentar nesta quinta-feira (27) o novo plano de negócios para os próximos cinco anos; o Seu Dinheiro foi atrás de pistas para contar para você o que deve ser divulgado ao mercado
Lula mira expansão da Petrobras (PETR4) e sugere perfuração de gás em Moçambique
O presidente afirmou que o país africano tem muito gás natural, mas não tem expertise para a extração — algo que a Petrobras pode oferecer
Mais um adeus à B3: Controladora da Neoenergia (NEOE3) lança OPA para comprar ações e retirar empresa da bolsa
A espanhola Iberdrola Energia ofereceu um prêmio de 8% para o preço dos papéis da Neoenergia; confira o que acontece agora
Banco Master: Light (LIGT3) e Gafisa (GFSA3) dizem não ter exposição ao banco, após questionamentos da CVM
A Light — em recuperação judicial — afirmou que não mantém qualquer relação comercial, operação financeira ou aplicação ligada ao Banco Master ou a instituições associadas ao conglomerado.
Hapvida (HAPV3) revive pesadelo do passado… só que pior: além do balanço, o que realmente está por trás da queda de 42% em um dia?
Não é a primeira vez que as ações da Hapvida são dilaceradas na bolsa logo após um balanço. Mas agora o penhasco foi maior — e tem muito mais nisso do que “só” os números do terceiro trimestre
Sem esclarecer irregularidades, Banco Master diz não ser responsável por R$ 12,2 bilhões repassados ao BRB
Segundo o Master, a empresa que deu origem ao crédito foi a responsável pela operação e pelo fornecimento da documentação com irregularidades
Após privatização e forte alta, Axia Energia (AXIA3), Ex-Eletrobras, ainda tem espaço para avançar, diz Safra
O banco Safra reforçou a recomendação outperform (equivalente a compra) para a Axia Energia após atualizar seus modelos com os resultados recentes, a nova política de dividendos e premissas revisadas para preços de energia. O banco fixou preço-alvo de R$ 71,40 para AXIA3 e R$ 77,60 para AXIA6, o que indica retorno potencial de 17% […]