Nubank faliu? Entenda o que está acontecendo com a empresa
A migração de BDRs do Nubank na bolsa brasileira se transformou num medo coletivo de o banco digital fechar as portas no Brasil. Entenda
Se você recebeu algum vídeo alarmista dizendo que o Nubank faliu e aconselhando a tirar o dinheiro que você tiver depositado lá, não se desespere. Neste texto vou te explicar tudo o que está acontecendo com a empresa, mas já adianto que não precisa se preocupar.
Antes de mais nada, não, o Nubank não foi à falência, nem está deixando o Brasil.
Então por que você está recebendo tantas mensagens desesperadas? Porque a comunicação do Nubank sobre o que ele está fazendo na bolsa de valores pecou pela falta de clareza
Mas eu vou te explicar tudo tintim por tintim. Para isso, vamos precisar fazer uma viagem no tempo e voltar até dezembro de 2021, quando o Nubank estreou na bolsa de valores.
Ao decidir fazer sua oferta pública de ações (IPO), uma empresa pode escolher qualquer bolsa do mundo para isso. Inclusive, ela pode até se listar em mais de uma ao mesmo tempo.
Aliás, acho que vale ressaltar que a intenção de uma empresa ao entrar na bolsa é angariar recursos que possam servir a vários propósitos, como aumentar a operação, comprar uma empresa ou até pagar dívidas.
Leia Também
No caso do Nubank, os recursos captados seriam usados para capital de giro, despesas operacionais, despesas de capital, além de novos investimentos e aquisições de negócios, produtos, serviços e tecnologias. Isso tudo está no prospecto do IPO, que você pode acessar aqui.
VEJA TAMBÉM - SVB, a maior quebra de banco desde a crise de 2008: há risco de contágio global?
Nubank: ação na NYSE, BDR na B3
Lembra que eu falei que uma empresa pode escolher qualquer bolsa para fazer seu IPO? Pois bem, o Nubank escolheu negociar suas ações na bolsa de Nova York, a NYSE, mas também se listou no Brasil, na B3. Por aqui, no entanto, não são negociadas as ações do Nubank diretamente, mas os recibos de ações, ou "Brazilian Depositary Receipts" (os BDRs).
Os BDRs são certificados negociados no pregão da B3 que representam as ações emitidas pelas empresas que abrem capital em outros países.
Para ter BDRs na bolsa brasileira, uma empresa pode escolher entre diferentes níveis dos papéis, cada um com exigências distintas. Na época da listagem, o Nubank optou por BDRs de Nível III, que exigem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como companhia aberta.
- Oportunidade de lucrar com a queda de NUBR33: operação combinada que já garantiu mais de 80% de lucro para quem apostou na queda dos papéis no início do ano foi atualizada. Agora uma nova oportunidade se abriu para quem quer buscar lucros com a queda de NUBR33. Acesse a estratégia completa aqui
Na ocasião do IPO, a dupla listagem foi escolhida para viabilizar o programa NuSócios, que doou BDRs para cerca de 7,5 milhões de clientes em troca do cadastro na corretora do banco.
E assim o Nubank se manteve, até que no último 15 de setembro os investidores receberam um comunicado pra lá de complicado.
Fim dos BDRs?
No documento, o Nubank informava a intenção de iniciar um "processo de descontinuidade de seu Programa de BDRS Nível III". O passo a passo descrito pela empresa culminava com o cancelamento do registro do Nubank como companhia aberta na CVM.
Por ter listagem nos EUA e no Brasil, o Nubank mantém estruturas operacionais e administrativas diferentes para atender às normas específicas dos dois mercados. Assim, a justificativa dada pelo Nubank para essa mudança foi "maximizar a eficiência e minimizar redundâncias consequentes de uma companhia aberta em mais de uma jurisdição".
Mas, até chegar a esse ponto, a empresa vai precisar migrar seus BDRs de Nível III para o Nível I, que não requer o registro na CVM.
Para essa migração acontecer, o Nubank vai dar três caminhos diferentes para os investidores em BDRs: transformar os BDRs em ações nos EUA, vendê-los ou migrá-los para o Nível I.
Todo esse processo ainda precisa de aprovação tanto da B3 quanto da CVM e não há estimativa de prazo.
- NuSócios: você é um dos clientes que ganhou um "pedacinho" do Nubank na época do IPO? Saiba como fica a sua situação aqui.
Sem falência, mas com governança afetada
Essa mudança significa, apenas, que o Nubank está concentrando seus esforços no mercado de capitais americano e nada tem a ver com uma possível falência da empresa. A operação do banco digital continua normalmente no Brasil para atender seus mais de 65 milhões de clientes.
- Oportunidade de lucrar com a queda de NUBR33: operação combinada que já garantiu mais de 80% de lucro para quem apostou na queda dos papéis no início do ano foi atualizada. Agora uma nova oportunidade se abriu para quem quer buscar lucros com a queda de NUBR33. Acesse a estratégia completa aqui
Mas vale ressaltar que alguns analistas não gostaram da mudança. O Itaú BBA considerou o movimento negativo tanto para os acionistas minoritários do Nubank, quanto para a governança corporativa da fintech.
“Na prática, acreditamos que a divulgação de resultados pode ficar mais pobre e ainda menos comparável com as instituições financeiras locais”, escreveram os analistas.
Leia mais:
- Mercado Livre ou Nubank? O Itaú BBA tem forte preferência por um deles
- Nubank esclarece: quem ganhou o ‘pedacinho’ da empresa continua no lockup até dezembro
- Quer sair do Nubank? Conheça 3 opções de contas que ainda rendem 100% do CDI desde o primeiro dia
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
