Luciano Hang: Como o “véio da Havan” acumulou um patrimônio de US$ 4,8 bilhões e virou o 10º brasileiro mais rico
Catarinense, Luciano Hang tem mais de 160 lojas em todo o Brasil. O “véio da Havan” está entre os bilionários brasileiros desde 2019
Conhecido por ser apoiador leal do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelas réplicas da Estátua da Liberdade nas lojas Havan, Luciano Hang agora faz parte de um clube seleto: o dos 10 brasileiros mais ricos do mundo.
O empresário aparece na décima posição entre bilionários do país, de acordo com a revista Forbes. A primeira aparição do “véio da Havan”, ainda fora do top 10, foi na lista de 2019.
Natural de Santa Catarina, o “véio da Havan” aumentou seu patrimônio em 78% no último ano. Ele saltou de US$ 2,7 bilhões (2021) para US$ 4,8 bilhões, em 2022. Sua fortuna é valor equivalente à R$ 22 bilhões, sem ao menos sua empresa - a varejista Havan - ser listada na Bolsa de Valores.
Mas, quem é Luciano Hang sem as suas estátuas da Liberdade? Por que ele quis usar um símbolo norte-americano como marca? A riqueza dele vem só das lojas? Confira as respostas para essas perguntas e outras nesse especial da Rota do Bilhão.
Antes de ser o “véio da Havan”
Luciano Hang nasceu na “Cidade dos Tecidos” catarinense, em 11 de outubro de 1962. Em Brusque, fundada por imigrantes alemães no século XIX, viveu grande parte da sua vida.
Filho de operários, Regina e Luís Hang, não sabia ler nem escrever até os 12 anos de idade, por conta da sua dislexia, descoberta muitos anos mais tarde. Na infância, vendeu bolachas na escola e sua primeira carteira assinada foi registrada na mesma empresa em que os seus pais trabalhavam por mais de 40 anos, a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux.
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Essa é a breve história de Luciano Hang antes de se tornar fundador da varejista Havan. É também a parte da trajetória que o “véio da Havan” enaltece em seu perfil no LinkedIn e nas redes sociais, tanto dele quanto da sua rede de lojas.
Hang, apesar de começar a trabalhar na adolescência, se dedicou aos estudos. Fez o bacharelado de Processamento de Danos na Universidade de Blumenau, em Santa Catarina. Contudo, não deixou a fábrica de tecidos até ter o seu próprio negócio.
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Casa Branca brasileira e estátuas da Liberdade
Fundada há 35 anos, a Havan começou como uma loja de tecidos. Aos 23 anos, Luciano Hang era gerente da Fábrica Renaux e, entre as atividades da sua rotina, visitava lojas e fábricas de fornecedores e clientes.
Comprou em sociedade com seu pai e irmão, em 1983, uma pequena tecelagem de toalhas, a Santa Cruz. O negócio não vingou e só durou três anos. Mas, Hang foi insistente.
Em 1986, juntou-se com o também gerente de vendas da Renaux, Vanderlei de Limas, e fundaram a Havan. “Han” vem de Hang e “Van” de Vanderlei.
A loja de venda de tecidos, pequena, com 45 m² na cidade natal do “recém-empresário” deu certo. Os sócios importaram tecidos — Hang afirma ser o pioneiro no Brasil — e vendiam também os tecidos Renaux — aqueles da empresa em que trabalhava — por valores bem mais baixos, com funcionamento nos sete dias da semana.
A empresa cresceu em ritmo lento e estável por mais de uma década. Contudo, em 1991, a sociedade entre Vanderlei e Luciano acabou. Hang demitiu o próprio sócio, acusando-o de “desvio de mercadorias de alto valor agregado”. A dissolução da sociedade empresarial virou caso de polícia.
Tocando o negócio sozinho, o empresário quis inovar: após uma viagem aos Estados Unidos e o encantamento com o padrão norte-americano, decidiu “mudar a fachada” da Havan.
Em julho de 1994, Hang inaugurou a primeira Havan com fachada semelhante à da Casa Branca dos Estados Unidos — sede do Poder Executivo.
A ideia era tornar a loja de tecidos não só um espaço de compras. A Havan seria um ponto turístico. A inclusão da estátua da Liberdade, no ano seguinte, “foi uma sugestão de uma criança de sete anos”, narra o vídeo de comemoração dos 35 anos da empresa, disponível no YouTube.
Já com a fachada da Casa Branca com a estátua da Liberdade, a primeira filial foi inaugurada na cidade de Curitiba, no Paraná. Ainda em ritmo lento de crescimento, a Havan só tinha 5 lojas até 2002.
Crescimento nos governos do PT
Curiosamente, o período que marca a fase de expansão acelerada da Havan aconteceu durante as gestões petistas na Presidência da República. O avanço do negócio aconteceu movido, em parte, a empréstimos do BNDES.
Segundo a instituição, a empresa Havan Lojas de Departamentos LTDA realizou 57 operações de crédito entre os anos de 1993 e 2014. 50 empréstimos foram contraídos entre os anos 2005 e 2014. Ao total, foram concedidos R$ 27 milhões em valor nominal, todos pagos.
Nesse período, o “véio da Havan” abriu lojas em quase todos os estados do país. São ao todo, 169 lojas físicas espalhadas em 22 estados e no Distrito Federal.
Nas últimas duas décadas, Hang expandiu as variedades de produtos nas lojas. Além de tecidos, eletrodomésticos, roupas para crianças e adultos, brinquedos, beleza e perfumaria, entre outras categorias, começaram a ser vendidas nas “megalojas” Havan. O e-commerce também foi uma aposta lá em 2003 que vigorou.
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De onde vem tanto dinheiro
Em 2021, a Havan teve um lucro bilionário. A companhia teve um faturamento de R$ 13 bilhões, com um crescimento de 24% em relação a 2020. O lucro líquido da empresa somou R$ 1,3 bilhão, segundo divulgado em fevereiro. A expectativa é que o faturamento de 2022 seja de R$ 16 bilhões.
A empresa, apesar do recorde de faturamento, ainda tem o capital fechado. Ou seja, não tem ações negociadas na B3. Houve várias tentativas para mudar esse cenário e fazer o IPO.
A primeira delas foi em outubro de 2020. Na ocasião, Hang desistiu da abertura do capital porque os investidores não aceitaram o valuation da empresa - a proposta do dono era avaliar a Havan em R$ 100 bilhões.
Essa meta precisou ser ajustada ao longo do tempo: para R$ 75 bilhões e depois para R$ 45 bilhões.
A segunda tentativa foi em agosto de 2021, com uma nova desistência do “véio da Havan”. Em comunicado, a empresa afirmou que o IPO não aconteceria por causa do “planejamento estratégico”. O valuation proposto era de R$ 10 bilhões.
Contudo, a fortuna do “véio da Havan” não é oriunda somente do sucesso da Havan. Luciano Hang tem participação em vários outros empreendimentos: duas agências de publicidade, shoppings centers e distribuidoras de energia são alguns deles.
Ativista político
“Em 2018, vendo a necessidade de contribuir ainda mais com o Brasil, decidi me tornar um ativista político. Desde então, uso a minha imagem para levar mensagens sobre a realidade brasileira, empreendedorismo e motivação.”
É assim que Luciano Hang se descreve em sua página no LinkedIn. No Instagram, se declara “patriota que luta pelo Brasil”. Apoiador ferrenho do presidente Jair Bolsonaro (PL), o “véio da Havan” era um empresário pouco conhecido no cenário midiático antes da polarização política e as eleições para a presidência em 2018.
De fato, o apelido “véio da Havan” foi criado e popularizado nas redes sociais. Ele está presente em todas também. No Instagram, conta com 4,7 milhões de seguidores; no Facebook, mais de 98 mil pessoas curtem sua página oficial - ele ainda conta com um grupo público com 3,8 mil apoiadores. Uma coisa é certa, seu nome sempre está em alta.
O ativismo político de Luciano Hang rendeu admiradores, mas também polêmicas. Ele já foi alvo de investigações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
No TSE, o inquérito envolve o financiamento ilegal de disparo de notícias falsas - fake news - em favor da campanha de Jair Bolsonaro à presidência em 2018. Hang afirma que não fez nada ilegal, mas foi multado por fazer publicações de cunho eleitoral em suas redes sociais.
Além disso, ele também foi acusado de pressionar funcionários a votarem em Jair Bolsonaro. O “pedido” foi feito por vídeos, em que Hang afirmava que fecharia as lojas caso o seu candidato não vencesse as eleições. Na época, ele acusou a justiça de censura: “querem calar a boca do cidadão de bem”.
Já no STF, o “véio da Havan” é alvo do inquérito das fake news. Em maio de 2020, a Polícia Federal fez buscas em endereços do empresário, além do bloqueio temporário das redes sociais.
No ano passado, Luciano Hang foi convocado para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado Federal, que investigou as omissões do governo no enfrentamento da pandemia.
Além de ser acusado de financiar a disseminação de informações falsas sobre a pandemia, concedendo recursos ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, Hang teria incentivado o uso do ‘kit covid’ — um conjunto de remédios para “prevenção” da covid-19. Os medicamentos não possuem comprovação científica contra a doença. Na CPI, o “véio da Havan” negou todas as acusações.
Por fim, Luciano Hang já está fazendo campanha política para a reeleição de Bolsonaro nas eleições de outubro deste ano, em suas redes sociais.
Seja como for, o resultado das urnas deve fazer pouca diferença na conta bancária do irreverente, polêmico e midiático 10º brasileiro mais rico do país, segundo a Forbes.
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