O governo dos EUA está te oferecendo duas oportunidades de investimentos, qual delas é a melhor?
Dois programas do governo de Joe Biden trarão incentivos à inovação e oportunidades de investimento em setores como energia limpa e semicondutores

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Geralmente, quando falamos sobre tecnologia, a conversa é sobre inovação, novos produtos e ideias que muitas vezes parecem à frente do seu tempo.
Esse assunto, via de regra, não tangencia políticas públicas, ainda mais num contexto como o dos últimos 30 anos, em que a relevância do Estado como propulsor de novas tecnologias rolou ladeira abaixo.
Nos últimos meses tivemos duas amostras de que essa dinâmica pode estar mudando, com os governos nos ajudando a selecionar parte dos setores onde haverá muita inovação nos próximos anos.
Falo do "Inflation Reduction Act", conhecido pelo acrônimo IRA, e do "CHIPs Act", ambos americanos.
Na coluna de hoje, vou explicar como esses dois programas do governo de Joe Biden trarão incentivos à inovação e oportunidades de investimento em setores como energia limpa e semicondutores.
Leia Também
Corrida Inteligente: 10 gadgets que realmente fazem a diferença em 2025
Reduzir a inflação passa por inovar
Apagando as fronteiras entre a causalidade e correlação, há gráficos muito interessantes circulando pelo mercado, como este a seguir, que compara as séries históricas da Bolsa nos EUA e os preços da gasolina no país.
A leitura do gráfico sugere uma tendência de fácil interpretação: se os preços da gasolina sobem, a bolsa desce, e vice-versa.
Num contexto de inflação elevada como o atual, que corrói o poder de compra em velocidade muito alta, a gasolina é apenas um dos inúmeros exemplos cuja a mesma "tendência" poderia ser inferida.
O problema base é a inflação, e qualquer rali mais duradouro dos mercados internacionais (e locais, claro), depende de sermos capazes de domar e normalizar a inflação.
O "Inflation Reduction Act", como o próprio nome sugere, é sobre instituir uma série de incentivos à inflação que sejam deflacionários por diferentes motivos.
Dos mais de US$ 430 bilhões orçados pelo programa, cerca de 2/3 dos recursos serão direcionados para subsídios a energias sustentáveis.
De rebates no imposto de renda para veículos elétricos e painéis solares residenciais, a enormes incentivos fiscais para grandes empresas que contratem matrizes de energia renovável, especialmente se forem produzidas localmente nos EUA.
Por exemplo, no gráfico abaixo eu mostro o preço da ação da First Solar, uma recomendação minha para os leitores da Empiricus, que dobrou de valor desde o anúncio do IRA:
A First Solar é uma das maiores produtoras de painéis solares do mercado; se excluirmos os chineses, que dominam mais de 80% da produção de painéis solares do mundo, ela está entre as maiores em termos de market share, com boa parte da sua produção sendo feita em solo americano.
A premissa do IRA é a de que, em médio prazo, uma matriz energética sustentável ajude a reduzir a dependência americana do petróleo internacional (e sua volatilidade), acelerando a transição energética e domando a inflação.
O CHIPs Act
Mentalidade parecida explica o CHIPs Act, o primeiro programa de incentivos ao setor de semicondutores desde a década de 1980, quando as empresas americanas sofriam com uma concorrência feroz das fabricantes de chips de memória japonesas.
Hoje, com a dominância quase que absoluta de países asiáticos como Taiwan, Coréia do Sul e Japão na produção de semicondutores mais avançados, o Ocidente se viu numa posição de extrema dependência desses países.
A emergência de todos os conflitos macroeconômicos que acompanhamos ao longo dos últimos 18 meses levou o governo dos EUA a agir, num programa inédito, porém ainda tímido de incentivo à indústria de semicondutores.
O CHIPS Act prevê investimentos de US$ 50 bilhões para apoiar a construção de fábricas de semicondutores nos EUA, por parte de empresas como Micron, Intel e até mesmo a gigante TSM (a Taiwan Semiconductors).
Chamo de tímido o CHIPS Act pois, ao que me parece, ele trata-se mais de abrir o precedente para que o país volte a discutir investimentos e incentivos ao segmento.
O montante de US$ 50 bilhões é muito pouco quando falamos do setor; a Taiwan Semicondutors, por exemplo, investirá sozinha mais de US$ 100 bilhões ao longo dos próximos 3 anos.
Além disso, o CHIPS Act é extremamente direcionado para as gigantes incumbentes americanas, como a Intel, que há mais de 10 anos vive um doloroso declínio tecnológico, não sendo capaz de acompanhar seus pares asiáticos.
Agora, com a aprovação do CHIPS Act, ao invés de direcionar todos seus esforços aos novos investimentos, a Intel tratou de aumentar os dividendos pagos aos acionistas, num sinal, em minha opinião, péssimo.
Ter investido na Intel após o anúncio do CHIPS Act teria sido uma grande armadilha:
- Leia também: Por que você deveria ter as ações (ou BDRs) da Amazon entre as maiores posições do seu portfólio
O mesmo princípio de investimento, com dois resultados muito diferentes
Toda vez que o governo se mete com a iniciativa privada, são criados incentivos novos, muitas vezes com resultados dúbios.
Como os dois exemplos que listei acima deixam claro, o primeiro impulso das empresas de semicondutores aos incentivos fiscais foi o de se acomodarem ainda mais em suas posições de lento declínio.
Essa atitude foi literalmente oposta à que observamos nas empresas de energia renovável, como a First Solar, cujos executivos já falam em novas rodadas de crescimento, com abertura de fábricas nos EUA e suprir uma demanda crescente de clientes dos mais variados segmentos.
Acredito que essa coluna dá uma boa ideia de em qual desses programas estou apostando as minhas escassas fichas.
Um abraço.
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Desempenho acima do esperado do Nubank (ROXO34) não justifica a compra da ação agora, diz Itaú BBA
Enquanto outras empresas de tecnologia, como Apple e Google, estão vendo seus papéis passarem por forte desvalorização, o banco digital vai na direção oposta, mas momento da compra ainda não chegou, segundo analistas
Inteligência artificial e Elon Musk podem manchar a imagem das empresas? Pesquisa revela os maiores riscos à reputação em 2025
A pesquisa Reputation Risk Index mostrou que os atuais riscos à reputação das empresas devem aumentar no decorrer deste ano
Dupla de Páscoa vai sortear R$ 45 milhões no próximo sábado (19) — e o ChatGPT nos sugeriu alguns números para fazer um bolão
Seguindo a tradição do Seu Dinheiro, pedimos ajuda ao ChatGPT para escolher os números para o bolão da redação para a Dupla de Páscoa; veja como apostar
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Missão espacial com Katy Perry e noiva de Jeff Bezos decola com transmissão ao vivo nesta segunda-feira (14); assista
Seis mulheres estão na tripulação da NS-31, missão espacial da empresa de Jeff Bezos, que será transmitida ao vivo
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Pedimos ajuda ao ChatGPT para o bolão da Dupla de Páscoa e conseguimos um duplo palpite; veja os números que a IA sugeriu
Como já é tradição no Seu Dinheiro quando há sorteios especiais das loterias da Caixa, recorremos mais uma vez ao ChatGPT para apostar na Dupla de Páscoa; sorteio está marcado para o sábado (19)
Inteligência artificial autônoma abala modelos de negócios das big techs; Google é a que tem mais a perder, mas não é a única, diz Itaú BBA
Diante do desenvolvimento acelerado de agentes autônomos de inteligência artificial, as big techs já se mexem para não perder o bonde
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Líder em smartphones na China chega ao Brasil, mas troca de nome para não ser confundida com outra empresa de telefonia
A chinesa Vivo Mobile Communication Co., Ltd. vai adotar o nome JOVI por aqui, além de fabricar seus aparelhos na Zona Franca de Manaus; previsão é chegar ao mercado no segundo trimestre
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Inteligência artificial ajuda China a reduzir os impactos da guerra tarifária de Donald Trump
Desenvolvimento de inteligência artificial na China vem fazendo empresas brilharem com a tecnologia e ajuda a proteger o país das tarifas de Trump
Lembra do Napster? Lendário serviço de música acaba de ser adquirido por mais de R$ 1 bilhão
Com transação anunciada em US$ 207 milhões, serviço que revolucionou a indústria de música na virada dos anos 2000 deve ser usado em experiências imersivas como show e listening parties; relembra a história do Napster
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia
O cavalo de Tróia está de volta: golpes bancários com o malware disparam no mundo em 2024; saiba como se proteger
No Brasil, os fraudadores utilizam programas maliciosos, os chamados malwares, para simular transações de pagamentos
Computação na nuvem pode gerar lucro de até US$ 1,2 trilhão para as empresas nos próximos anos — ETF do setor entra no radar do BTG Pactual
Apesar de o segmento estar crescendo, não são todos os ETFs que brilham na bolsa, mas há um fundo que chamou a atenção do banco de investimentos
SXSW 2025: única empresa latina premiada no ‘Oscar da inovação’ é brasileira
Premiação do South by Southwest reconhece em áreas como inteligência artificial (IA), saúde e biotecnologia e empoderamento comunitário