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Cotações por TradingView

Recompra de ações, reajuste de preços e novos produtos e serviços: o que está ao alcance da Apple para continuar dando retorno a seus acionistas

A parte mais complexa da equação está nos múltiplos da Apple em um momento no qual as empresas listadas em bolsa estão se tornando mais baratas

Richard Camargo
Richard Camargo
21 de julho de 2022
6:13 - atualizado às 15:40
iPhone, Apple, AAPL34
Veja o que esperar da Apple para os próximos anos. - Imagem: Pixabay

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Na semana passada, fiz uma análise sobre o perfil de retornos que a Microsoft pode entregar a seus investidores, considerando as expectativas do mercado sobre seus resultados e o seu valuation corrente. Hoje, vou repetir o exercício para a maior empresa do mundo, a Apple.

De onde vem o crescimento da Apple

As receitas da Apple são divididas em cinco principais linhas de negócios:

  • iPhone;
  • Macbook;
  • serviços;
  • iPad; e
  • acessórios.

Em comum, com exceção da linha de serviços, todos os demais segmentos são discricionários, o que torna praticamente impossível estimar suas receitas num dado período.

Por exemplo, no gráfico a seguir eu compilo a receita incremental (quantos dólares entraram a mais) entre um ano e outro, de 2014 a 2021, incluindo as projeções do mercado entre 2022 e 2024.

Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Perceba como não há um padrão óbvio, exceto pelas "ressacas": anos muito bons (fora da curva), tendem a ser seguidos por um ano mais fraco.

Outra observação notável é que entre 2014 e 2021 não houve nenhum período de 3 anos consecutivos e suaves de crescimento, como projetado para o período entre 2022 e 2024 pelos analistas…

Mas ok, vamos fingir que está tudo bem e focar num conceito simples: qual o CAGR (o crescimento composto, anualizado) entre 2014 e 2019 (excluindo os "outliers" da pandemia)?

Resposta: 6,1% ao ano (guarde esse número).

Por que a Apple recompra tanto suas ações

Outra característica da Apple é a recompra de ações. 

Como a empresa gera muito caixa e possui baixa necessidade de investimentos, ela usa boa parte de sua geração de caixa para recomprar suas ações.

Ao "aposentar" todos os anos parte das suas ações, o seu lucro por ação cresce mais do que proporcionalmente ao crescimento do lucro consolidado.

Entre 2014 e 2019, a quantidade de ações da Apple diminuiu num ritmo composto (CAGR) de 4,51% ao ano.

Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Perceba como, sem mencionar nenhum gatilho específico, identificamos dois vetores que podem justificar um retorno de ~10,5% ao ano para os acionistas da Apple.

O elemento X: a expansão de múltiplos

E quanto aos múltiplos?

Há uma heurística básica no mercado de que paga-se mais por empresas cuja receita é previsível.

No segmento de empresas de hardware, essa previsibilidade se manifesta através de receitas com serviços de assinatura.

Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Na medida em que a linha de serviços ganhou representatividade nos resultados da Apple, seu múltiplo se expandiu: as ações negociavam a cerca de 13x lucros em 2014 e encerraram 2019 a 20x (pouco antes da pandemia).

Histórico do múltiplo preços sobre lucros da Apple | Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Anualizando os números, a expansão de múltiplos representa um retorno composto de 5,5% ao ano.

Somados, esses vetores são suficientes para justificar um retorno de 16% ao ano.

No período, entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2018, as ações da Apple subiram 118,5%, equivalente a 16,93% ao ano.

Retorno da ação de Apple entre 2014 e 2018 | Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Há uma série de discussões que poderíamos ter sobre a Apple, mas perceba como podemos explicar praticamente todo o retorno obtido por seus acionistas focando nas duas variáveis: o crescimento do lucro por ação e a expansão de múltiplos.

O que esperar nos próximos anos?

Como escrevi no começo dessa coluna, é bastante complicado estimar as vendas de produtos discricionários.

Ainda assim, se a Apple dos próximos 10 anos for mais ou menos parecida com a dos últimos, há espaço para que a Apple repita os mesmos 6% ao ano de crescimento das receitas, especialmente considerando: aumento de preços, novos produtos e a sua entrada pesada no segmento de serviços financeiros.

Como a necessidade de investimentos não deve aumentar sobremaneira, também não parece absurdo assumir que ela seguirá aposentando suas ações, talvez num nível até maior do que os 4,5% ao ano, desde 2014.

A parte mais complexa dessa equação está nos múltiplos: neste momento, não só a Apple, mas todo o mercado de ações está passando por um "de-rating", ou seja, as empresas estão se tornando mais baratas. 

Considerando que a Apple volte a negociar em torno de 15x o múltiplo preço sobre fluxo de caixa anual (patamar similar ao de 2018), mantendo um payout de 20% do lucro em forma de dividendos e as premissas de crescimento de receitas e recompra de ações citados acima, estimo uma taxa interna de retorno próxima a 9% ao ano, em dólares, no atual patamar de preços. 

Você acha esse um nível de retornos que justifique o investimento na maior empresa do mundo?

Um grande abraço, 

Richard Camargo

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