🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Recompra de ações, reajuste de preços e novos produtos e serviços: o que está ao alcance da Apple para continuar dando retorno a seus acionistas

A parte mais complexa da equação está nos múltiplos da Apple em um momento no qual as empresas listadas em bolsa estão se tornando mais baratas

21 de julho de 2022
6:13 - atualizado às 15:40
iPhone, Apple, AAPL34
Veja o que esperar da Apple para os próximos anos. - Imagem: Pixabay

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Na semana passada, fiz uma análise sobre o perfil de retornos que a Microsoft pode entregar a seus investidores, considerando as expectativas do mercado sobre seus resultados e o seu valuation corrente. Hoje, vou repetir o exercício para a maior empresa do mundo, a Apple.

De onde vem o crescimento da Apple

As receitas da Apple são divididas em cinco principais linhas de negócios:

  • iPhone;
  • Macbook;
  • serviços;
  • iPad; e
  • acessórios.

Em comum, com exceção da linha de serviços, todos os demais segmentos são discricionários, o que torna praticamente impossível estimar suas receitas num dado período.

Por exemplo, no gráfico a seguir eu compilo a receita incremental (quantos dólares entraram a mais) entre um ano e outro, de 2014 a 2021, incluindo as projeções do mercado entre 2022 e 2024.

Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Perceba como não há um padrão óbvio, exceto pelas "ressacas": anos muito bons (fora da curva), tendem a ser seguidos por um ano mais fraco.

Outra observação notável é que entre 2014 e 2021 não houve nenhum período de 3 anos consecutivos e suaves de crescimento, como projetado para o período entre 2022 e 2024 pelos analistas…

Mas ok, vamos fingir que está tudo bem e focar num conceito simples: qual o CAGR (o crescimento composto, anualizado) entre 2014 e 2019 (excluindo os "outliers" da pandemia)?

Resposta: 6,1% ao ano (guarde esse número).

Por que a Apple recompra tanto suas ações

Outra característica da Apple é a recompra de ações. 

Como a empresa gera muito caixa e possui baixa necessidade de investimentos, ela usa boa parte de sua geração de caixa para recomprar suas ações.

Ao "aposentar" todos os anos parte das suas ações, o seu lucro por ação cresce mais do que proporcionalmente ao crescimento do lucro consolidado.

Entre 2014 e 2019, a quantidade de ações da Apple diminuiu num ritmo composto (CAGR) de 4,51% ao ano.

Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Perceba como, sem mencionar nenhum gatilho específico, identificamos dois vetores que podem justificar um retorno de ~10,5% ao ano para os acionistas da Apple.

O elemento X: a expansão de múltiplos

E quanto aos múltiplos?

Há uma heurística básica no mercado de que paga-se mais por empresas cuja receita é previsível.

No segmento de empresas de hardware, essa previsibilidade se manifesta através de receitas com serviços de assinatura.

Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Na medida em que a linha de serviços ganhou representatividade nos resultados da Apple, seu múltiplo se expandiu: as ações negociavam a cerca de 13x lucros em 2014 e encerraram 2019 a 20x (pouco antes da pandemia).

Histórico do múltiplo preços sobre lucros da Apple | Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Anualizando os números, a expansão de múltiplos representa um retorno composto de 5,5% ao ano.

Somados, esses vetores são suficientes para justificar um retorno de 16% ao ano.

No período, entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2018, as ações da Apple subiram 118,5%, equivalente a 16,93% ao ano.

Retorno da ação de Apple entre 2014 e 2018 | Elaboração: Empiricus | Fonte: Bloomberg

Há uma série de discussões que poderíamos ter sobre a Apple, mas perceba como podemos explicar praticamente todo o retorno obtido por seus acionistas focando nas duas variáveis: o crescimento do lucro por ação e a expansão de múltiplos.

O que esperar nos próximos anos?

Como escrevi no começo dessa coluna, é bastante complicado estimar as vendas de produtos discricionários.

Ainda assim, se a Apple dos próximos 10 anos for mais ou menos parecida com a dos últimos, há espaço para que a Apple repita os mesmos 6% ao ano de crescimento das receitas, especialmente considerando: aumento de preços, novos produtos e a sua entrada pesada no segmento de serviços financeiros.

Como a necessidade de investimentos não deve aumentar sobremaneira, também não parece absurdo assumir que ela seguirá aposentando suas ações, talvez num nível até maior do que os 4,5% ao ano, desde 2014.

A parte mais complexa dessa equação está nos múltiplos: neste momento, não só a Apple, mas todo o mercado de ações está passando por um "de-rating", ou seja, as empresas estão se tornando mais baratas. 

Considerando que a Apple volte a negociar em torno de 15x o múltiplo preço sobre fluxo de caixa anual (patamar similar ao de 2018), mantendo um payout de 20% do lucro em forma de dividendos e as premissas de crescimento de receitas e recompra de ações citados acima, estimo uma taxa interna de retorno próxima a 9% ao ano, em dólares, no atual patamar de preços. 

Você acha esse um nível de retornos que justifique o investimento na maior empresa do mundo?

Um grande abraço, 

Richard Camargo

Compartilhe

Engordando os proventos

Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA

14 de setembro de 2022 - 13:22

Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista

OPA a preço atrativo

Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?

12 de setembro de 2022 - 13:09

O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

NOVO ACIONISTA

Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)

9 de setembro de 2022 - 11:01

Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%

Estreia na bolsa

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos

6 de setembro de 2022 - 11:38

Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo

Bateu o mercado

BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês

5 de setembro de 2022 - 15:00

Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice

PEQUENAS NOTÁVEIS

Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro

1 de setembro de 2022 - 13:50

Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar

30 de agosto de 2022 - 11:14

Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico

Exclusivo Seu Dinheiro

Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal

30 de agosto de 2022 - 9:00

Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar