Alta da bolsa não é só especulação de gringo. Por que esses gestores acham que você deve comprar ações agora
Werner Roger, da Trígono, Henrique Bredda, da Alaska, e João Braga, da Encore, explicam motivos pelos quais a bolsa brasileira voltou a chamar a atenção dos gringos e deles mesmos
Não é só o investidor estrangeiro que está colocando seu dinheiro na bolsa brasileira. Gestores de fundos locais estão animados com a perspectiva para as ações, ainda que o cenário macroeconômico de inflação e juros em alta pareça desfavorável.
Durante a live de abertura da Semana de Fundos da Vitreo, os gestores Werner Roger, da Trígono, Henrique Bredda, da Alaska, e João Braga, da Encore, conversaram com Rodolfo Amstalden, sócio-fundador da Empiricus, sobre o que está por trás do investimento gringo no Brasil.
Para Werner, a entrada de capital do exterior neste primeiro trimestre de 2022 não é meramente especulativa. Até o dia 24 de março, o fluxo estrangeiro na bolsa acumulava R$ 86,473 bilhões no ano.
“O que aprendi é que gringo gosta de PIB. A economia aqui cresce e é o que vai gerar lucro. As empresas vão investir e isso traz mais dinheiro. É o que está acontecendo agora”, diz o CIO da Trígono.
A gestora de Werner é conhecida por investir em small caps, ou seja, as ações de empresas de pequeno porte. Em 12 meses, o fundo Trígono Flagship 60 Small Caps acumula alta de 25,14%. Para comparação, o Ibovespa subiu 3,75% no mesmo período.
“No longo prazo, o que importa é a viabilidade de um país. O Brasil tem um mercado grande de 220 milhões de pessoas e acredito que os estrangeiros estão olhando como uma oportunidade que os brasileiros não estão vendo", ressalta.
Leia Também
Leia também:
- Taesa (TAEE11) vai captar R$ 1,250 bilhão com debênture isenta de imposto para investidor; veja as condições
- MERCADOS HOJE: Queda forte do petróleo pressiona e Ibovespa se firma em queda; dólar sobe mais de 1%
De acordo com Bredda, da Alaska, apesar das diversas crises que frequentemente aparecem no Brasil, é melhor “uma democracia um pouquinho bagunçadinha” do que um governo autocrata.
“Se você fosse um suíço, um belga ou um americano querendo investir em mercados emergentes, você iria onde tem garantia de propriedade. Onde você coloca dinheiro e tira? Em que lugar você compra uma empresa e recebe dividendos? Onde o contrato é respeitado? É aqui”, exemplifica o gestor.
A família de fundos Alaska Black passou por maus bocados desde o início da pandemia, com as perdas incentivando os investidores a resgatar o dinheiro.
Neste ano, no entanto, os fundos estão com desempenho de fazer inveja. Tanto o Alaska Black BDR Nível I quanto o Nível II estão com rentabilidade acima de 30% até agora. O Ibovespa avança 14,59% no ano. Veja na tabela abaixo:
| Fundo | % mês | % ano | % 12 meses | %24 meses | % 36 meses |
| Alaska Black Institucional | 5,93% | 8,67% | 12% | 105,28% | 33,68% |
| Alaska Black BDR Nível I | 12,74% | 32,40% | 21,22% | 109,36% | -24,20% |
| Alaska Black BDR Nível II | 12,80% | 32,51% | 21,73% | 111,21% | -21,55% |
| Ibovespa | 5,25% | 14,59% | 3,75% | 53,24% | 24,95% |
Sorriso do dólar (e do Ibovespa)
João Braga, da Encore, gosta da teoria do Dollar Smile, ou sorriso do dólar, para explicar o fenômeno que estamos vendo na bolsa hoje. Essa teoria diz que a moeda americana tende a se valorizar em relação a outras moedas quando a economia dos EUA está ou muito forte ou muito fraca.
Ilustrando esses movimentos num gráfico, o desenho se assemelha a um sorriso - daí o nome da teoria. Mas, então, quando o dólar se enfraquece? Quando a economia americana está “morna”.
Duas semanas atrás, o Federal Reserve, o banco central dos EUA, elevou a taxa de juros e deu início a um processo de desestímulo à economia americana.
“Essa configuração de economia americana mais morna com ambiente inflacionário bom para commodities é potencialmente muito boa para investimentos aqui. E não estou falando de um trade, estou falando de um ciclo”, afirmou Braga.
Como escolher ações, segundo a Encore
O gestor da Encore dividiu o passo a passo da sua filosofia de investimentos na hora de escolher uma empresa para investir na bolsa.
Passo 1: Não fazer juízo de valor
Braga cita um exemplo comum de gestores que não investem em empresas estatais, um preconceito que ele não tem.
Passo 2: Calcular diferença entre valor e preço
Análise comum à maior parte das gestoras que calcula quanto uma empresa vale e compara com o preço da ação, tentando identificar assimetrias.
Passo 3: Identificar gatilhos que destravem diferença entre valor e preço
Uma vez que a empresa passe pelos primeiros passos, torna-se necessário identificar o que poderia fazer com que investidores comprassem aquela ação, desencadeando uma alta nos preços na bolsa.
“Uma ação que já me deu muita alegria na vida foi Banco do Brasil. Mas hoje, não compraria. Por mais que eu não tenha preconceito com ela ser estatal e que ela esteja extremamente barata, não vejo um gatilho hoje que faria os investidores comprarem”, aponta Braga.
Além dos três passos, Braga afirma que o segredo para fazer bons investimentos é ficar com a cabeça aberta para mudar de opinião.
“Errar é muito ruim, custa dinheiro, mas é a coisa mais normal. Nosso negócio não é um negócio de acertar, é de acertar um pouco mais que errar”, diz.
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
