Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
O sucesso da série Game of Thrones entre 2011 e 2019 fez com que a frase "Winter is coming" (o inverno está chegando) fosse repetida à exaustão e, agora, em pleno 2022, a máxima parece ter voltado ao vocabulário europeu. A volta das aventuras dos cavaleiros de Westeros ao horário nobre da televisão norte-americana, no entanto, não tem nada a ver com isso.
Os olhos do mundo, na verdade, estão voltados para uma guerra muito mais moderna e que tem como palco a Europa — onde o inverno de fato está chegando e traz consigo impactos econômicos significativos, já que a crise energética que atinge o continente parece estar chegando ao seu ápice.
Na última sexta-feira (02), a Rússia anunciou o fechamento do gasoduto Nord Stream 1, na Alemanha, um dos principais canais de entrada de abastecimento de gás natural da Europa. Quanto mais o inverno se aproxima, maiores os temores de que o bloco europeu não tenha fontes de aquecimento e energia suficientes para atravessar a estação mais fria do ano.
O cenário que se desenha eleva os riscos de recessão no continente e, 207 dias após as tropas russas de Vladimir Putin invadirem a Ucrânia, o que parecia quase impossível aconteceu. O euro, moeda unificada da União Europeia e utilizado em 19 países do bloco, atingiu a sua mínima de 20 anos frente ao dólar, sendo negociada abaixo de US$ 0,99. Acompanhe a nossa cobertura de mercados.
A fraqueza do euro é uma tendência que vem ganhando força ao longo de 2022, e a nova mínima histórica coincide com o que parece ser o ápice da crise entre o Kremlin e a União Europeia.
Embora o governo russo tenha atribuído a interrupção de fornecimento a uma falha técnica, a UE teme que o governo de Putin siga reduzindo o fornecimento de gás como retaliação às sanções impostas contra a guerra na Ucrânia.
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Para especialistas, a queda da cotação do euro deve seguir enquanto o conflito no leste europeu perdurar. Isso porque o encarecimento do custo de energia amplia os temores inflacionários, o que obriga o Banco Central Europeu a endurecer o seu aperto monetário, e reduz a capacidade das indústrias, já que o racionamento pode ser uma das medidas adotadas como forma de controlar a situação.

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Apenas um empurrãozinho no euro
A ação de Putin no leste europeu, no entanto, parece ter sido apenas um empurrãozinho em um cenário que já vinha se desenhando antes mesmo da chegada das tropas russas à Ucrânia.
Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, e Marcos Almeida, diretor da WIT Exchange, acreditam que o fechamento da torneira de gás natural deve apenas acelerar um processo que já vinha em curso — o de forte desaceleração econômica e possível recessão.
Nos últimos anos, a União Europeia sofreu diversos abalos que deixaram o bloco com uma baixa projeção de crescimento. Primeiro, o Brexit. Depois, os graves impactos do coronavírus na economia, como a inflação.
Mas enquanto o banco central norte-americano passou a elevar a sua taxa de juros (Federal Reserve) em março, como forma de combater o avanço dos preços, o Banco Central Europeu (BCE) só começou a se movimentar em julho de 2022.
Segundo o diretor da WIT Exchange, esse cenário favorece a entrada de capital nos Estados Unidos, fortalecendo o dólar enquanto o euro renova mínimas.
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