Investidores se preparam para calote da Rússia e ações do país deixam índice MSCI — o que pode beneficiar o Brasil
O preço do seguro contra uma possível moratória da Rússia — conhecido como CDS — disparou em meio às sanções econômicas adotadas após a invasão a Ucrânia
Os investidores no mercado financeiro se preparam para um iminente calote da dívida pela Rússia. O preço do seguro contra uma possível moratória — conhecido como CDS — disparou em meio à queda generalizada dos ativos do país.
Diante das sanções econômicas adotadas após a invasão a Ucrânia, as ações russas também foram excluídas de um dos principais índices acionários de mercados emergentes — o que pode beneficiar por tabela o Brasil.
Mas vamos por partes.
O CDS (seguro contra calote) de cinco anos da Rússia disparou para mais de 1.000 pontos-base na semana passada. Quando as cotações chegam a esses níveis, os investidores deixam de negociar usando taxas e passam a adotar como referência o pagamento adiantado usado nas transações.
Para efeito de comparação, os investidores negociam o risco de o Brasil dar um calote na dívida externa a uma taxa de pouco menos de 225 pontos-base.
Em outra medida do risco de calote, a Rússia sofreu o rebaixamento da avaliação das três principais agências de classificação de risco: S&P, Moody's e Fitch.
Leia Também
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
- Leia também: Só existem duas razões para sair vendendo suas ações na bolsa – e guerra não é uma delas
Rússia mais perto do calote?
A avaliação (rating) das agências de risco considera especificamente o risco de um emissor de dívida — seja um governo ou uma empresa — não honrar o compromisso com os investidores.
Antes da crise geopolítica, a Rússia tinha avaliação de grau de investimento pelas agências. Ou seja, o país era considerado como menos arriscado para se investir do que o Brasil, que perdeu o selo de bom pagador em 2015.
No caso específico da Fitch, o rating da Rússia caiu de "BBB" para "B", apenas dois níveis acima da classificação de moratória.
Um bom teste para o país e para os credores acontece neste mês, quando a Rússia precisa pagar mais de US$ 700 milhões em juros de dívida aos investidores, de acordo com informações da Reuters.
Em tese, o país até possui reservas, mas uma das sanções aplicadas após a invasão da Ucrânia foi justamente a restrição ao acesso a parte desses recursos.
CDS da Rússia dispara
O rebaixamento colocou ainda mais pressão sobre o CDS da Rússia. Sigla para Credit Default Swap, o instrumento é uma espécie de seguro negociado no mercado contra o calote de um emissor de dívida.
Portanto, quanto maior a taxa, maior é a percepção de risco com relação ao devedor. Por isso, o CDS é usado como uma medida de risco-país.
No caso da Rússia, as taxas do CDS estavam no nível de 130 pontos-base no fim do ano passado. Na última segunda-feira, os CDS já não eram negociados em pontos-base após cruzarem a barreira dos 1.000 pontos.
De acordo com informações da Bloomberg, os contratos responsáveis pelo seguro de US$ 10 milhões em dívida russa eram cotados por US$ 4 milhões em pagamento adiantado.
Vale lembrar que a Rússia já decretou a moratória da dívida em 1998. Na época, os mercados emergentes acabaram sofrendo com o calote russo. O Brasil passou por uma crise própria no ano seguinte, com a desvalorização do real. Desta vez, porém, os mercados brasileiros têm enfrentado bem a crise.
MSCI exclui ações russas de índices
O rebaixamento da classificação de risco não foi o único baque para a economia da Rússia. Isso porque a MSCI, empresa responsável por alguns dos principais índices de ações globais, anunciou que vai excluir o país dos indicadores de mercados emergentes.
A reclassificação acontece a partir do dia 9 de março. Com isso, todos os fundos tradicionais e fundos negociados em bolsa (ETF, na sigla em inglês) que seguem os índices da MSCI deverão se desfazer de ações russas.
O rebalanceamento das carteiras deve aumentar o peso de ações de outros países emergentes. Entre eles, o Brasil. O país representa hoje pouco menos de 5% do índice de mercados emergentes da MSCI. A Vale (VALE3) está entre as dez ações com maior peso no indicador.
Leia também:
- Entenda por que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode aumentar o preço dos carros no Brasil
- Oligarcas russos na berlinda: veja quem são os maiores bilionários da Rússia e como suas fortunas pessoais foram afetadas pelas sanções contra Putin
- Warner Bros suspende lançamento do filme “O Batman” na Rússia por causa da guerra na Ucrânia
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
JBS (JBSS3), Carrefour (CRFB3), dona do BK (ZAMP3): As empresas que já deixaram a bolsa de valores brasileira neste ano, e quais podem seguir o mesmo caminho
Além das compras feitas por empresas fechadas, recompras de ações e idas para o exterior também tiraram papéis da B3 nos últimos anos
A nova empresa de US$ 1 trilhão não tem nada a ver com IA: o segredo é um “Ozempic turbinado”
Com vendas explosivas de Mounjaro e Zepbound, Eli Lilly se torna a primeira empresa de saúde a valer US$ 1 trilhão
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da CVC (CVCB3) caem mais de 7% na B3 — e como um dado dos EUA desencadeou isso
A combinação de dólar forte, dúvida sobre o corte de juros nos EUA e avanço dos juros futuros intensifica a pressão sobre companhia no pregão
Nem retirada das tarifas salva: Ibovespa recua e volta aos 154 mil pontos nesta sexta (21), com temor sobre juros nos EUA
Índice se ajusta à baixa dos índices de ações dos EUA durante o feriado e responde também à queda do petróleo no mercado internacional; entenda o que afeta a bolsa brasileira hoje
O erro de R$ 1,1 bilhão do Grupo Mateus (GMAT3) que custou o dobro para a varejista na bolsa de valores
A correção de mais de R$ 1,1 bilhão nos estoques expôs fragilidades antigas nos controles do Grupo Mateus, derrubou o valor de mercado da companhia e reacendeu dúvidas sobre a qualidade das informações contábeis da varejista
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
