Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior acompanham representantes do Federal Reserve hoje e cautela prevalece; Ibovespa digere risco fiscal em mais um pregão
Sem maiores indicadores para o dia, os investidores acompanham a visita de Joe Biden à Europa e aguardam novas retaliações econômicas à Rússia
Os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia ganharam um novo capítulo, com a visita do presidente americano, Joe Biden, à Europa, marcada para esta quarta-feira (23). No entanto, as bolsas internacionais permanecem cautelosas após um dia de ganhos.
Na última terça-feira (22), o Ibovespa, principal índice da B3, registrou forte alta e encerrou o dia com ganhos de 0,96%, aos 117.272 pontos. Por sua vez, o dólar à vista recuou 0,59%, a R$ 4,9152.
No campo do noticiário internacional, os investidores aguardam as falas de dirigentes do Federal Reserve, após o presidente do BC americano, Jerome Powell, indicar no início da semana que deve acelerar o ritmo do aperto monetário dos Estados Unidos.
Por aqui, o foco vai para a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na abertura de um seminário do Tribunal de Contas da União (TCU). O chefe da autoridade monetária brasileira ainda profere palestra em um evento do BIS Innovation Summit, no final da manhã.
Confira o que deve movimentar o dia das bolsas e do dólar hoje:
Cautela das bolsas no exterior
A viagem de Joe Biden à Bruxelas é o foco das bolsas durante a manhã.
Leia Também
O presidente americano participará de uma reunião emergencial da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, e se encontrará com líderes do G7, o grupo de países mais ricos do mundo, e fará um pronunciamento aos líderes da União Europeia (UE).
A agenda lotada de Biden não diz muita coisa, mas os analistas e investidores esperam por maiores sanções à Rússia, que já está no 27º dia de invasão à Ucrânia.
Dessa forma, os índices da Europa operam majoritariamente em baixa, enquanto os futuros de Nova York também não amanheceram com muito otimismo. Na Ásia, as bolsas encerraram o pregão com ganhos, refletindo o bom desempenho de ontem.
Federal Reserve: os falcões do BC
Conhecido por sua postura mais hawkish (agressiva, no jargão do mercado) em relação aos demais membros do Federal Reserve, James Bullard defende uma alta de juros ainda mais intensa do que os demais representantes do BC americano.
A novidade é que Bullard ganhou um novo seguidor, e seu nome é Jerome Powell.
O mercado espera que na próxima reunião de maio, o Fed eleve os juros em 50 pontos-base. Mas vale destacar que, assim como Powell está de olho na inflação galopante, a guerra também está no foco do chefe do BC americano, o que pode alterar seus planos de voo para as próximas reuniões.
Commodities: petróleo em alta
Na contramão, o petróleo segue com valorização, sendo utilizado como um local seguro para os investidores internacionais.
Assim, o Brent, barril referência internacional, é negociado em alta de 2,44%, cotado a US$ 118,30, enquanto o WTI vale US$ 111,61, um avanço de 2,14%.
Bolsa brasileira de olho na renúncia fiscal
Por falar em petróleo, os investidores locais acompanham a última derrota do presidente da República, Jair Bolsonaro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A corte eleitoral rejeitou o pedido da administração federal para analisar a viabilidade de medidas para mitigar o preço dos combustíveis nos postos de gasolina por meio da redução de impostos federais. O TSE afirmou que os questionamentos enviados não preencheram as exigências para análise.
Mais uma renúncia fiscal
O questionamento feito ao TSE ocorre a poucos meses das eleições de outubro, marcadas principalmente pela polarização entre o atual chefe do Palácio do Planalto e o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva.
Contudo, a pauta econômica sempre foi cara aos candidatos que disputam um cargo no Executivo; temas como inflação e emprego formam um “teto de vidro” para qualquer gestão.
Assim sendo, não é difícil imaginar que os motivos para as sucessivas renúncias fiscais do presidente, como a redução de impostos federais — a última delas deve impactar em até R$ 1 bilhão o Orçamento federal — também venham na esteira de outras medidas de caráter populista.
Na ponta do lápis: o que a bolsa tem a ver com isso?
Nas contas do jornal O Estado de São Paulo, o governo abriu mão de R$ 49,8 bilhões em arrecadação com cortes de impostos em 2022.
Ainda existe um espaço de R$ 45 bilhões para novas medidas de desoneração tributária — vale ressaltar, sem furar a meta fiscal —, mas o ministério da Economia desencoraja novos cortes na arrecadação.
“Não há possibilidade de gastos infinitos. Tem que ser de forma parcimoniosa”, defendeu o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, em coletiva ontem após a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 1º Bimestre de 2022.
Agenda do dia
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa da abertura do Ciclo de Seminários TCU/FIESP - Desafios da Economia Brasileira - Regras Fiscais: Tendências e Aprendizados Internacionais (9h)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, profere palestra no BIS Innovation Summit (11h40)
- Estados Unidos: Mary Daly, do Fed de São Francisco, participa de evento do Bloomberg Equality Summit (14h45)
- Estados Unidos: James Bullard, do Fed de St. Louis, discursa em evento do Mid-Size Bank Coalition of America
Balanços do dia
Você pode conferir o calendário completo aqui.
Após o fechamento dos mercados:
- Hapvida Intermédica
- Locaweb
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
