Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) na berlinda: JP Morgan corta preços-alvo e mostra cautela com o e-commerce
Para o banco, Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) vão sofrer com o ambiente macro deteriorado no país, com vendas menores

Não é novidade que as coisas não estão exatamente boas para o setor de e-commerce: empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) sofreram com quedas violentas na bolsa nos últimos meses, pressionadas pelos juros mais altos, consumo em desaceleração e concorrência de players internacionais.
Esse cenário negativo acaba de ganhar mais um elemento, com o JP Morgan reduzindo suas projeções e preços-alvo para as companhias e suas ações.
Em relatório publicado nesta quarta-feira (9), o banco americano já deixa clara a sua postura logo no título: "Assumindo uma postura conservadora e cortando estimativas em meio a um cenário macro mais desafiador". A má fase das empresas de e-commerce na bolsa não parece que vai terminar tão cedo.
Para se ter uma ideia, a equipe de analistas comandada por Jospeh Giordano diminuiu as previsões para o volume total de vendas (GMV, na sigla em inglês) do Magazine Luiza em 2022 em cerca de 14%; para a Via, a redução foi ainda maior, na ordem de 18% — e a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio ainda precisa lidar com um nível de alavancagem mais alto e dívidas vencendo no curto prazo.
Como resultado, o JP Morgan cortou o preço-alvo de MGLU3, ao fim de 2022, de R$ 18,00 para R$ 9,00 — uma redução brusca, mas que ainda implica num potencial de valorização de 48% em relação ao fechamento de ontem (8), de R$ 6,08. As ações do Magazine Luiza continuam com recomendação de compra, sendo eleitas as melhores escolhas dentro do setor.
No caso da Via, a avaliação é bem mais negativa. O banco americano agora prevê que a companhia dará prejuízo em 2022, considerando a Selic mais alta e as provisões para os inúmeros processos trabalhistas, conforme revelado no balanço do terceiro trimestre. E, em resposta a esse cenário, o JP Morgan retirou seu preço-alvo para VIIA3, mantendo a recomendação neutra para os papéis.
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Por fim, a Americanas foi a empresa que sofreu as menores revisões por parte do JP Morgan: o preço-alvo de AMER3 foi cortado de R$ 36 para R$ 32. Ainda assim, levando em conta a cotação de ontem, de R$ 27,01, a alta implícita é bem inferior à do Magalu, de 18% — e, por isso, os papéis também têm recomendação neutra.

VEJA TAMBÉM: Com queda de 74% no ano, ação do Magazine Luiza (MGLU3) pode subir até 200% | Entenda a análise de Rogério Araújo
Magazine Luiza, Via e Americanas: vida dura
"O ambiente macroeconômico no Brasil permanece desafiador, e a combinação de inflação alta, desemprego e baixo crescimento do PIB está afastando os consumidores do setor de bens duráveis", escrevem os analistas do JP Morgan.
"E, apesar de o e-commerce continuar crescendo, embora com menos intensidade, o ambiente desfavorável provavelmente vai afetar as lojas físicas, particularmente as com tíquete médio mais alto, como as da Via (VIIA3) e do Magazine Luiza (MGLU3)".
Nesse sentido, o fato de a Americanas (AMER3) depender menos das lojas físicas, somado ao tíquete médio menor de suas unidades presenciais, torna-a menos exposta às dificuldades macroeconômicas do setor de bens duráveis.
Desta maneira, a Americanas deve ter o maior crescimento de vendas totais no ano, com uma expansão de cerca de 30%; Magazine Luiza e Via vêm em sequência, com 20% e 10%, respectivamente.
O mau momento do segmento de e-commerce no Brasil, no entanto, tem ocorrido em linha com o visto no restante do mundo: segundo levantamento do JP Morgan, os múltiplos EV/vendas dos players brasileiros retornaram aos níveis do começo de 2019, num movimento semelhante ao visto lá fora.
"E, ao olharmos o valuation relativo dos players brasileiros, MGLU em 1,2 vezes EV/vendas para 2022 parece exageradamente barato", escrevem os analistas.
As ações do Magazine Luiza ainda são negociadas com um prêmio de cerca de 20% em relação aos pares, mas esse patamar está abaixo da média histórica; ao mesmo tempo, VIIA3 e AMER3 estão acima de suas respectivas médias de EV/vendas.
MGLU3, VIIA3 e AMER3: desconfiança do mercado
Antes um dos setores preferidos dos bancos e casas de análise, o e-commerce agora lida com a desconfiança do mercado. As ações do Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, contam atualmente com 14 recomendações, sendo 10 de compra e quatro neutras, segundo dados do TradeMap — num passado não tão distante, era praticamente consenso que o Magalu era uma das ações a se ter na carteira, independente do nível de preço.
Já a Via (VIIA3) lida com uma cautela ainda maior: apenas uma recomendação de compra, nove neutras e quatro de venda. Por fim, Americanas (AMER3) tem oito recomendações de compra e sete neutras.
Veja abaixo uma tabela com recomendações, preços-alvos e múltiplos das três empresas:
Empresa | Código | Recomendações | Cotação (8/3) (R$) | Preço-alvo médio | Potencial de alta | EV/Ebitda |
Magazine Luiza | MGLU3 | 10 de compra, 4 de venda | 6,08 | 15,71 | 158% | 23,53 |
Via | VIIA3 | 1 de compra, 9 neutras, 4 de venda | 3,43 | 10,1 | 194% | 38,6 |
Americanas | AMER3 | 8 de compra, 7 neutras | 27,01 | 53,26 | 97% | 14,5 |
Nosso colunista especializado em ações, Ruy Hungria, avalia que MGLU3 é a favorita de se ter na carteira. Você pode saber mais pelo post que fizemos no nosso Instagram. Confira abaixo e aproveite para seguir a gente (basta clicar aqui). Lá entregamos para você insights de investimentos, análises de mercado, apurações exclusivas importantes para o seu bolso e dicas de carreira e empreendedorismo.
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