Ibovespa tem dia de realização de lucros e fecha em queda, mas acumula alta de 2,72% na semana; dólar fecha em R$ 5,39
Semana foi marcada pela volatilidade nas bolsas internacionais, mas estrangeiro continuou buscando ações brasileiras
Numa semana marcada pela escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia, decisão de juros nos Estados Unidos e um discurso mais hawkish (duro contra a inflação) por parte do presidente do banco central americano, Jerome Powell, o Ibovespa conseguiu, mais uma vez, acumular alta. E as bolsas americanas - pasme - também.
A sexta-feira (28) foi de realização de lucros na bolsa brasileira, após três pregões de alta, e o Ibovespa fechou em baixa de 0,62%, aos 111.910 pontos. O índice, que chegou a ultrapassar os 113 mil pontos nos últimos dias, até tentou buscar novas altas na parte da manhã, mas acabou virando para queda com o dia negativo no exterior.
Mesmo após Nova York ter virado para alta, o principal índice da B3 não teve fôlego para voltar para o azul. Ainda assim, na semana, o Ibovespa acumula alta de 2,72%, com ganho de 6,76% no mês.
A semana começou com as tensões no leste europeu derrubando os mercados e depois foi marcada pela volatilidade gerada pelo discurso duro contra a inflação do presidente do Federal Reserve, o banco central americano, na última quarta-feira.
Ainda assim, os índices de Wall Street terminaram a semana bem. Nesta sexta, o Dow Jones subiu 1,65%, o S&P 500 avançou 2,43%, e o Nasdaq teve alta de 3,13%. O balanço excepcional da Apple puxou os indicadores, e a divulgação de um índice de inflação ao consumidor (PCE) em linha com o esperado trouxe alívio ao mercado. Na semana, os índices acumularam ganhos de 1,34%, 0,77% e 0,01%, respectivamente.
Já na Europa, a recuperação dos tombos vistos ao longo da semana não foi completa. Hoje, uma série de indicadores econômicos negativos, com destaque para a retração do PIB alemão, levaram o índice Stoxx 600, que reúne as principais empresas do continente, a cair 1,02%, acumulando baixa de 1,87% na semana.
Leia Também
O dólar à vista, por sua vez, continuou na trajetória de queda ante o real, apesar das perspectivas de aperto monetário nos Estados Unidos.
Com a alta nos preços das commodities - notadamente petróleo e minério de ferro -, os investidores globais buscam ações baratas em países cuja economia possa ser beneficiada por esse cenário, como é o caso do Brasil. A perspectiva de alta de juros por aqui também é um fator que tende a fortalecer o real.
Assim, a moeda americana fechou o dia em baixa de 0,62%, a R$ 5,39, acumulando queda de 1,20% na semana. Em janeiro, o alívio já é de 3,33%.
Finalmente, os juros futuros passaram o dia em queda, seguindo o desempenho do dólar e beneficiados também pelo IGP-M abaixo do esperado e pelo veto do presidente Jair Bolsonaro à PEC dos Combustíveis, o que tirou um pouco a pressão sobre o fiscal.
Na reta final, porém, as taxas mais curtas viraram para alta e fecharam com movimento levemente positivo. Na semana, o movimento geral foi de alta nos juros curtos e queda nos vencimentos longos.
O IPCA-15 acima do esperado, divulgado nesta semana, aumenta os temores do mercado quanto a um aperto monetário ainda mais duro por parte do Banco Central brasileiro.
Veja os fechamentos dos principais contratos de DI nesta sexta:
- Janeiro/23: alta de 12,233% para 12,245%;
- Janeiro/25: alta de 11,318% para 11,35%;
- Janeiro/27: queda de 11,327% para 11,315%.
Semana de volatilidade no exterior
A semana foi marcada por grande volatilidade nas bolsas internacionais, em razão de dois fatos marcantes: a escalada das tensões entre Ucrânia e Rússia e a decisão de juros do Fed.
A segunda-feira foi um dia de estresse nos mercados com as notícias de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enviou tropas para a fronteira entre Ucrânia e Rússia e de que os governos britânico e americano ordenaram a retirada dos funcionários das suas respectivas embaixadas da capital ucraniana, Kiev.
O mercado entendeu esses fatos como uma sinalização de que aumentaram os temores de que Moscou ordene uma invasão ao país vizinho, mas o Kremlin nega que haja essa intenção.
Um eventual conflito poderia pesar sobre os preços do petróleo, do gás natural e de alimentos, produzidos ou transportados na região. Com isso, o mercado viu os preços do petróleo subirem ainda mais ao longo da semana.
O petróleo WTI com entrega para março avançou 1,97% na semana, para US$ 86,82 o barril; já o Brent, que serve como referência para os preços da Petrobras, teve alta de 1,67% na semana, para US$ 88,52, depois de ter chegado a bater os US$ 90.
Contudo, as bolsas internacionais se recuperaram, ao menos parcialmente, do susto de segunda-feira. O ponto de estresse seguinte foi a decisão de juros do Fed na quarta-feira. Na ocasião, o presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizou com o aumento de juros já na reunião de março, quando também deve ser interrompida a compra de ativos.
Porém, Powell manifestou grande preocupação quanto à inflação e disse que há muito espaço para aumentar os juros sem afetar o mercado de trabalho americano, o que deixou os investidores em alerta. O que se seguiu daí foram dias de bastante volatilidade nas bolsas americanas.
- GUIA PARA BUSCAR DINHEIRO: baixe agora o guia gratuito com 51 investimentos promissores para 2022 e ganhe de brinde acesso vitalício à comunidade de investidores Seu Dinheiro.
Inflação dos EUA
Nesta sexta, foi divulgado nos Estados Unidos o índice de preços de gastos com consumo, conhecido como PCE, indicador de inflação mais utilizado pelo Fed para a política monetária.
O índice subiu 0,4% em dezembro ante novembro. O núcleo do índice, que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, avançou 0,5%, em linha com as projeções do mercado. Em termos anuais, o PCE aumentou 5,8%, e seu núcleo, 4,9% em dezembro.
O fato de que o indicador veio em linha com as expectativas do mercado trouxe certo alívio para os ativos de risco, indicando que o Federal Reserve não precisará de uma postura ainda mais dura na política monetária.
Alívio para o fiscal
Já no cenário doméstico, alguns fatores trouxeram alívio para o risco fiscal. O primeiro dele foi o veto do presidente Jair Bolsonaro à PEC dos Combustíveis na tarde de ontem. A Proposta de Emenda Constitucional se propunha a baixar os preços dos combustíveis por meio do corte de impostos federais, com grande impacto na arrecadação.
Outro fator positivo para o cenário das contas públicas foi a divulgação do resultado do Governo Central e do Tesouro Nacional em 2021.
As contas do Governo Central registraram déficit de R$ 35,073 bilhões em 2021, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Foi o menor déficit primário desde 2014. Já as contas do Tesouro Nacional - incluindo o Banco Central - registraram um superávit primário de R$ 212,265 bilhões no ano passado.
Finalmente, nesta manhã a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou a inflação medida pelo IGP-M, que terminou janeiro em alta de 1,82%, uma aceleração em relação ao índice de 0,87% em dezembro.
Ainda assim, o resultado ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado colhidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Estadão, que era de 2,00%, variando de 0,80% a 2,34%.
O IGP-M em 12 meses desacelerou de 17,78% em dezembro para 16,91% em janeiro, também abaixo da mediana do levantamento, que era de 17,10%.
Sobe e desce do Ibovespa
Veja as maiores altas do Ibovespa nesta sexta-feira:
| CÓDIGO | AÇÃO | VALOR | VARIAÇÃO |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 50,00 | +7,50% |
| CIEL3 | Cielo ON | R$ 2,28 | +6,05% |
| HAPV3 | Hapvida ON | R$ 12,40 | +2,31% |
| JBSS3 | JBS ON | R$ 36,06 | +2,21% |
| B3SA3 | B3 ON | R$ 14,74 | +1,94% |
Veja também as maiores quedas:
| CÓDIGO | AÇÃO | VALOR | VARIAÇÃO |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 6,71 | -7,06% |
| NTCO3 | Natura &Co ON | R$ 21,50 | -6,48% |
| AMER3 | Americanas S.A. ON | R$ 31,41 | -6,15% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 15,76 | -5,40% |
| ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 28,75 | -4,83% |
*Com informações do Estadão Conteúdo
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 — via ações ou renda fixa
Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança
