🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Fechamento Hoje

Ibovespa sobrevive a mar vermelho no exterior e consegue fechar em alta; avanço nos retornos dos Treasuries pesa nos juros e no câmbio

Principal índice da B3 lutou para se manter no lado positivo ao longo de todo o pregão, com ajuda das commodities; dólar, porém, também fechou em alta

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
18 de janeiro de 2022
19:38 - atualizado às 19:51
Touros e Ursos CAPA Farol Ibovespa Ibov Wall Street Onda Ibovespa
Ibovespa resistiu, firme e forte, à maré vermelha do exterior, apesar da instabilidade ao longo do dia. Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Nada como uma perspectiva de aperto monetário para segurar o desempenho dos ativos de risco. E nesta terça-feira (18), os mercados financeiros americanos voltaram do feriado colocando nos preços a expectativa dos investidores com a alta dos juros e a redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos.

O resultado foi uma disparada nos juros futuros, os retornos dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano. Como consequência, as bolsas internacionais fecharam em queda, com perdas significativas em Nova York, sobretudo das ações de tecnologia.

Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, com o índice pan-europeu Stoxx 600 recuando 1,03%. Em Wall Street, o Dow Jones caiu 1,51%, o S&P 500 fechou em queda de 1,84%, e o Nasdaq teve perdas de 2,60%.

A bolsa brasileira, no entanto, perseverou. Após uma sessão bastante instável, em que alternou altas e baixas ao longo de todo o dia, indo abaixo dos 106 mil pontos na mínima e acima dos 107 mil na máxima, o Ibovespa conseguiu fechar em alta de 0,28%, aos 106.667 pontos.

As pedras de salvação foram as ações ligadas a commodities, sobretudo ao minério de ferro, que fechou em alta de 1,59%, a US$ 127,65, no porto do Qingdao, na China. O petróleo, que também fechou com forte alta após um atentado nos Emirados Árabes Unidos na última madrugada, também contribuiu, mas com menos intensidade.

O dólar, por sua vez, foi impulsionado globalmente, avançando mesmo ante as moedas fortes. Em relação ao real, a moeda americana fechou em alta de 0,61%, a R$ 5,5603.

Leia Também

Já os juros futuros locais foram levados às máximas com a alta dos retornos dos Treasuries, sendo influenciados também pelo risco fiscal, devido às pressões dos servidores públicos federais por reajustes de salário.

Veja como fecharam os principais contratos de DI nesta terça:

  • Janeiro/23: alta de 12,027% para 12,08%;
  • Janeiro/25: alta de 11,413% para 11,48%;
  • Janeiro/27: alta de 11,412% para 11,45%.

Paralisação dos servidores

Não foram só os fatores externos que pressionaram os juros futuros brasileiros nesta terça. As paralisações dos servidores públicos federais marcadas para hoje também pesaram sobre o risco fiscal, contribuindo para a elevação das taxas.

Cerca de 40 categorias do funcionalismo público federal reclamam reajuste de salários, depois que o presidente Jair Bolsonaro articulou espaço no Orçamento de 2022 para aumentos apenas para as categorias policiais, sua base de apoio.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que representa 37 categorias do funcionalismo público federal, protocolou hoje um pedido de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para levar os pleitos das entidades ao Executivo e prevê que pode haver greve no final deste mês.

E os auditores do Tesouro Nacional analisam fazer um movimento semelhante ao da Receita Federal, falando em entregar os cargos de gerência se o Executivo não conceder reajuste à categoria.

A pressão por reajustes ao funcionalismo leva o mercado a temer um aumento de gastos públicos, ainda mais levando-se em conta que 2022 é ano eleitoral.

Dia vermelho em Nova York

A volta do feriado teve um tom bastante negativo nas bolsas americanas, com os juros dos Treasuries renovando suas máximas históricas. O juro da T-Note de dois anos chegou a tocar a marca de 1,062%, enquanto o da T-Note de dez anos tocou a marca de 1,875%, retornos que não eram atingidos desde janeiro e fevereiro de 2020, respectivamente.

Cresce no mercado a avaliação de que o aperto monetário a ser feito pelo Federal Reserve, o banco central americano, talvez precise ser maior que o já sinalizado, dada a persistência da inflação nos Estados Unidos.

O avanço nos rendimentos pagos pelos títulos que são considerados os investimentos mais seguros do mundo fortalece o dólar e enfraquece os ativos de risco, como as ações, pois incentiva uma migração de recursos de investimentos como as ações, sobretudo aquelas consideradas mais arriscadas, para os Treasuries.

Assim, bolsas emergentes e ações de empresas de tecnologia, especialmente aquelas que ainda não geram caixa, tendem a sofrer mais.

No noticiário corporativo, houve a divulgação de mais um balanço de banco que não agradou. O Goldman Sachs reportou um lucro, no quarto trimestre, 13% menor do que o do mesmo período do ano anterior, além de um lucro por ação abaixo do consenso de mercado. A ação da instituição financeira recuou 6,97% hoje, puxando o Dow Jones para baixo.

Commodities salvam o Ibovespa

Apesar de pressionada pela disparada dos juros dos Treasuries, a bolsa brasileira lutou para ficar no azul nesta terça, e no fim do dia seu principal índice de ações conseguiu fechar no campo positivo, graças principalmente às ações de empresas ligadas a commodities.

Com a alta do minério de ferro, ações de mineradoras, siderúrgicas e metalúrgicas tiveram um bom desempenho - uma delas, a Gerdau (GGBR4), inclusive fechou com uma das maiores altas do Ibovespa, com avanço de 3,40%, a R$ 28,60.

As ações da Vale (VALE3) subiram 2,45%, a R$ 86,31, as da CSN Mineração (CMIN3) avançaram 2,27%, a R$ 7,20, as da Gerdau Metalúrgica (GOAU4) tiveram alta de 2,34%, a R$ 11,82, as da CSN (CSNA3) ganharam 2,59%, a R$ 28,79, e as da Usiminas (USIM5) fecharam em alta de 1,91%, a R$ 16,54.

O petróleo também teve um dia de fortes ganhos, pressionado sobretudo por uma nova tensão na região do Oriente Médio.

Somando-se aos conflitos no Cazaquistão, durante a madrugada, um ataque drone de rebeldes do Iêmen ao aeroporto internacional dos Emirados Árabes Unidos provocou incêndios e deixou três mortos.

Com isso, a cotação do WTI fechou em alta de 1,83%, a US$ 84,83 o barril, e o Brent - referência para os preços da Petrobras - avançou 1,19%, a US$ 87,51 o barril.

As ações da Petrobras chegaram a subir mais de 1% hoje, quando os preços do petróleo estavam mais pressionados, mas acabaram perdendo força e fechando com ganhos mais modestos, de 0,35% (PETR3) e 0,44% (PETR4). Em janeiro, os papéis da estatal já acumulam alta de mais de 10%.

Sobe e desce do Ibovespa

Já as ações da PetroRio (PRIO3) tiveram a maior alta do Ibovespa no dia, fechando com valorização de 4,82%, a R$ 23,82.

Ainda entre as maiores altas, vale destacar a ação da Cogna (CGNA3), que chegou a ficar na primeira posição das maiores altas do índice mais cedo.

Os investidores reagiram à notícia de que a gestora Alaska, de Henrique Bredda e Luiz Alves Paes de Barros, adquiriu ações da empresa por meio de seus fundos de investimento, aumentando sua participação na companhia de cerca de 10% para cerca de 15%.

Veja as maiores altas do Ibovespa nesta terça:

CÓDIGOAÇÃOVALORVARIAÇÃO
PRIO3PetroRio ONR$ 23,92+4,82%
COGN3Cogna ONR$ 2,25+3,69%
GGBR4Gerdau PNR$ 28,60+3,40%
BBSE3BB SeguridadeR$ 20,31+3,25%
YDUQ3Yduqs ONR$ 19,63+2,94%

A alta dos juros nos EUA pressionou os juros futuros no Brasil e, tal como aconteceu em Wall Street, as ações de empresas consideradas techs sofreram na bolsa brasileira hoje. Foi o caso de Locaweb (LWSA3) e Inter (BIDI11), ambas entre as maiores baixas do dia, com perdas de mais de 10%.

Não é de hoje que essas ações vêm sofrendo com a escalada nas taxas futuras. Só em janeiro, LWSA3 já caiu mais de 40%, e BIDI11 já perdeu quase 30%. Veja as maiores quedas do Ibovespa hoje:

CÓDIGOAÇÃOVALORVARIAÇÃO
LWSA3Locaweb ONR$ 7,67-10,61%
BIDI11Inter unitR$ 20,70-10,43%
ALPA4Alpargatas PNR$ 28,54-7,88%
BRFS3BRF ONR$ 23,32-5,78%
NTCO3Natura &CoR$ 20,24-4,66%

*Com informações do Estadão Conteúdo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
FECHAMENTO DO DIA

Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed

13 de setembro de 2022 - 19:01

Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições

13 de setembro de 2022 - 7:37

Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão

DANÇA DAS CADEIRAS

CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa

12 de setembro de 2022 - 19:45

Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim

FECHAMENTO DO DIA

Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09

12 de setembro de 2022 - 18:04

O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta

novo rei?

O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)

12 de setembro de 2022 - 11:12

Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior

Segredos da bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB

12 de setembro de 2022 - 7:57

O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira

A SEMANA NA B3

Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice

10 de setembro de 2022 - 13:40

Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China

Exclusivo Seu Dinheiro

Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação

10 de setembro de 2022 - 10:00

Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda

FECHAMENTO DO DIA

Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14

9 de setembro de 2022 - 18:42

O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações

9 de setembro de 2022 - 7:36

O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa

FECHAMENTO DO DIA

BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20

8 de setembro de 2022 - 19:00

A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro

8 de setembro de 2022 - 7:47

Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23

6 de setembro de 2022 - 18:43

Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa

ACABOU A ESPERA?

Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda

6 de setembro de 2022 - 15:38

O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião

ANOTE NO CALENDÁRIO

Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro

6 de setembro de 2022 - 11:29

Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto

6 de setembro de 2022 - 7:43

Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia

FECHAMENTO DO DIA

Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15

5 de setembro de 2022 - 18:40

Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities

MÍNIMA HISTÓRICA

Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos

5 de setembro de 2022 - 13:55

O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro

PASSANDO A FAIXA

Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher

5 de setembro de 2022 - 9:14

Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit

SEGREDOS DA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje

5 de setembro de 2022 - 7:46

Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar