Esquenta dos mercados: Depois do Fed, bolsas no exterior aguardam PIB dos EUA em queda; Ibovespa acompanha resultados de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) hoje
As disputas políticas nacionais ficaram em segundo plano em meio ao turbilhão de dados macroeconômicos norte-americanos

Os investidores acordaram hoje com a intenção de dar continuidade aos fortes ganhos registrados ontem depois da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Entretanto, as bolsas não acompanham o otimismo nas primeiras horas desta quinta-feira (28).
O Fed elevou a taxa básica de juros nos Estados Unidos em 75 pontos-base pela segunda reunião seguida. A decisão veio em linha com as estimativas dos analistas, que temiam uma ação de política monetária ainda mais agressiva — algumas projeções davam conta de uma alta de 100 pontos-base.
O alívio abriu caminho para que os principais índices de ações de Nova York fechassem em alta robusta. Por aqui, o Ibovespa acompanhou o movimento e o índice retomou o patamar de 101 mil pontos.
O rali pós-Fed deu espaço para que os índices asiáticos fechassem o pregão em alta enquanto era madrugada no Brasil. Porém, os balanços do dia enfraqueceram o bom desempenho da abertura na Europa.
Do mesmo modo, os futuros de Nova York apontam para uma abertura com leves perdas. O destaque vai para o Nasdaq, que reage ao balanço da Meta (Facebook), mais fraco do que o esperado.
Na agenda do exterior, dois indicadores são o foco do dia: a leitura preliminar do PIB dos EUA e a inflação, medida pelo índice de gastos com consumo — o PCE —, logo pela manhã.
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Alívio para as bolsas: Fed à frente da curva?
Há quem acredite que a decisão tenha recolocado o Fed à frente da curva. Quem compartilha dessa opinião é o CEO da DoubleLine Capital, Jeffrey Gundlach.
Numa entrevista à CNBC, Gundlach disse ainda que o presidente do Fed, Jerome Powell, “recuperou a credibilidade” — até então chamuscada pelo dragão da maior inflação em mais de 40 anos.
Ao longo de 2021, antes do início do atual ciclo de aperto monetário, Powell e outros diretores do Fed insistiam que a inflação seria temporária. De acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA, o PCE se encontra em alta de 6,3% ao ano. Na leitura de abril, o indicador avançou 0,6%.
Para Ed Moya, analista sênior de mercado da Oanda, “a economia ainda está funcionando bem e parece que o Fed provavelmente diminuirá o ritmo de aperto na próxima reunião de política monetária”, prevista para setembro.
Bolsas sentem o forte bafo do dragão
Mesmo com o Fed retomando o páreo da corrida contra a inflação, o índice de preços dos EUA será divulgado hoje e ainda não deve contar com a deflação esperada da decisão de juros de ontem.
O PCE no trimestre servirá de entrada para a divulgação do dado mensal e anual nesta sexta-feira (29). A expectativa é de que o indicador avance para 7,1% e que o núcleo do PCE suba 5,2% no período.
A prova da teoria: PIB dos EUA sai hoje
Apesar de Moya estar otimista, os investidores permanecem cautelosos antes de um dos dados mais importantes da semana. Passado o Fed, as atenções voltam-se agora para o desempenho da economia dos Estados Unidos no segundo trimestre de 2022.
Economistas consultados pela Dow Jones projetam uma expansão discreta do PIB dos EUA: um avanço de 0,3%. Vale lembrar que no primeiro trimestre, a economia norte-americana encolheu 1,6%.
Caso o número do segundo trimestre seja negativo, os EUA entrarão na chamada recessão técnica — quando o PIB contrai por dois trimestres consecutivos.
Entretanto, isso não significa que o país entrou oficialmente em recessão, tendo em vista que outros fatores precisam ser levados em conta.
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Recessão virando a esquina
O temor é de que a recessão chegue em algum momento dos próximos meses, caso a desaceleração econômica se acentue.
Na entrevista coletiva concedida depois da reunião de ontem, Powell adotou um tom positivo ao comentar o desempenho da economia norte-americana.
“Não acho que os Estados Unidos estejam atualmente em recessão e a razão é que há muitas áreas da economia com desempenho muito bom”, afirmou ele.
Os dados do PIB do segundo trimestre serão divulgados às 9h30 da manhã de hoje.
Bolsas em estado de atenção com balanços
Com o Fed fora do radar e o PIB dos EUA previsto para antes da abertura, os investidores ficam livres para dar mais atenção aos balanços corporativos.
O foco principal da semana nos Estados Unidos está nos resultados das big techs. Apple, Amazon, Intel e Comcast divulgam resultados hoje.
Ibovespa no escanteio
Com a agenda externa cheia, o panorama doméstico fica em segundo plano hoje. As disputas políticas antes das eleições de outubro perdem espaço para indicadores macroeconômicos dos EUA.
Ainda assim, valem alguns destaques para o investidor local. O primeiro deles sairá às 8h: serão conhecidos os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em julho.
Um pouco mais tarde, a FGV publica os números de julho do IGP-M, a famosa inflação do aluguel. Os destaques corporativos incluem os balanços da Ambev, da Gol e do Banco Santander.
Mas a expectativa dos investidores direciona-se aos resultados da Petrobras e da Vale. Os dois maiores pesos-pesados da bolsa brasileira divulgam os números do segundo trimestre depois do fechamento.
Agenda do dia
- FGV: IGP-M de julho (8h)
- IBGE: Índice de preços ao produtor de junho (9h)
- Estados Unidos: Leitura preliminar do PIB do 2º trimestre (9h30)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE (9h30)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, presidirá uma reunião do Conselho de Supervisão de Estabilidade Financeira (12h20)
- Caged: Geração líquida de postos de trabalho (14h)
- Caged: Ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, concede coletiva sobre Caged (14h30)
- Tesouro Nacional: Resultado primário do Governo Central em junho (14h30)
- Tesouro Nacional: Secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, concede coletiva sobre resultado do governo central (15h)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, concede entrevista à TV Bloomberg (19h)
Balanços do dia
Antes da abertura:
- Ambev (Brasil)
- Embraer (Brasil)
- Gol (Brasil)
- Santander Brasil (Brasil)
- Mastercard (EUA)
- Pfizer (EUA)
Após o fechamento:
- Hypera (Brasil)
- Multiplan (Brasil)
- Petrobras (Brasil)
- Vale (Brasil)
- Amazon (EUA)
- Apple (EUA)
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