Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais começam semana com o pé esquerdo, de olho em balanços; Ibovespa acompanha greve do Banco Central
O início da reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) serve como pano de fundo para compor um cenário de cautela
O primeiro esquenta da semana começa com os mercados internacionais de olho nos balanços de grandes empresas americanas ao longo dos próximos dias. No entanto, a cautela gerada pelo futuro da política monetária dos Estados Unidos mantém a fraqueza das bolsas no exterior.
Com as principais praças europeias fechadas hoje, o foco vai para o desempenho dos índices da Ásia. Por lá, os investidores mantiveram as bolsas em baixa, após o PIB chinês crescer 4,8% — acima das projeções. Contudo, a queda de 3,5% no varejo pesou do lado negativo da balança.
Do outro lado do mundo, os futuros de Wall Street dão sinais de uma abertura no vermelho, em compasso de espera.
Enquanto isso, o Ibovespa segue de olho na greve dos servidores do Banco Central, que caminha para sua terceira semana. Por falar no BC, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, participa de evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta segunda-feira (18).
Na semana passada, o principal índice da B3 acumulou queda de 1,81%. No fechamento da última quinta-feira (14), a queda foi de 0,51%, aos 116.181,61 pontos. Por sua vez, o dólar acumulou queda de 0,21% em cinco dias, negociado a R$ 4,6963 — alta de 0,61% na quinta-feira.
Confira o que movimenta as bolsas, dólar e Ibovespa nesta semana:
Leia Também
Foco nas greves e no Banco Central
Os servidores do BC permanecem em greve nesta semana, o que atrasa mais uma vez a divulgação da pesquisa Focus — que traz as projeções do mercado para a economia —, além da publicação da balança comercial e da prévia do PIB, o IBC-Br.
Quem deve se juntar aos servidores do BC são os funcionários do Tesouro, que devem parar suas atividades na quarta-feira (20), e os auditores da Receita Federal. Estes últimos repudiaram o reajuste de 5%, que não repõe as perdas inflacionárias.
Ao mesmo tempo, o funcionalismo público segue na briga. Mesmo servidores da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entendem que o presidente da República, Jair Bolsonaro, descumpriu acordos com representantes da categoria, que marcaram uma assembleia extraordinária para esta terça-feira (19).
Como isso afeta o Ibovespa
Bolsonaro havia prometido um reajuste para sua base de apoio — os policiais federais — o que gerou descontentamento das demais categorias. Entretanto, o Orçamento para este ano já estava limitado, e o chamado “pacote de benesses” do presidente encontra resistência da equipe técnica da Economia.
Além disso, o Ministério ainda deve conceder uma coletiva de imprensa sobre o Projeto de Lei Orçamentária (PLDO) para o ano que vem. Nas projeções, o déficit fiscal deve ficar em R$ 25,5 bilhões neste ano.
Próximos capítulos: fôlego curto na B3
Sem os índices europeus hoje e com a perspectiva de fechamento dos negócios para o feriado de quinta-feira, o Ibovespa deve sentir a falta de liquidez nos próximos dias.
A agenda local também segue fraca, sem maiores indicadores. Dessa forma, o foco do investidor brasileiro vai para o cenário internacional.
FMI é foco das bolsas no exterior
O Fundo Monetário Internacional começa sua reunião de primavera na próxima terça-feira (19), com a participação de grandes representantes dos BCs mundiais. Entre eles, Jerome Powell, do Federal Reserve, Christine Lagarde, do BCE, e o próprio Roberto Campos Neto, da autoridade brasileira.
Na esteira dos acontecimentos, o FMI deve debater temas como o novo cenário internacional, com a retomada das atividades, inflação disparada e encarecimento do crédito nos países. A guerra da Ucrânia deve permanecer como pano de fundo e são esperados comentários de autoridades sobre o conflito.
Balanços no exterior
Ainda permanece no radar a temporada de balanços nos Estados Unidos. Nomes conhecidos como o Bank of America, Johnson & Johnson, Tesla e Netflix devem divulgar seus dados do terceiro trimestre deste ano.
A cereja do bolo: Fed contra as bolsas americanas
Por fim, a divulgação do Livro Bege, a publicação do Federal Reserve que traz perspectivas para a economia dos EUA, deve acontecer na próxima quarta-feira (20).
O tom mais agressivo (hawkish, no jargão do mercado) do Fed contra a inflação chegou a assustar os investidores em Wall Street. A alta contratada de 50 pontos-base nos juros para a próxima reunião não deve ser o fim do aperto monetário do maior BC do mundo.
A redução do balanço patrimonial — em outras palavras, a retirada de estímulos da economia, ou tapering — também deve acelerar nos próximos meses.
Vale lembrar que a injeção de dinheiro do Fed na economia impulsionou o desempenho de ativos de risco nos últimos dois anos, como ações e criptomoedas. Com isso, é esperado que esses investimentos sintam a volta das “vacas magras” no cenário internacional.
Agenda semanal
Segunda-feira (18)
- Feriado mantém as bolsas na Europa fechadas hoje pelo feriado da Páscoa
- FGV: IGP-10 (8h)
- Estados Unidos: PMI divulga capítulo de panorama econômico global (10h)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de painel do FMI (15h30)
- Economia: Balança comercial semanal (sem horário)
Terça-feira (19)
- Estados Unidos: Construções de moradias iniciadas em março (9h30)
- CNI: Sondagem industrial de abril (10h)
- Estados Unidos: Diretora-gerente do FMI e presidente do Banco Mundial participam de reunião de primavera do fundo monetário internacional (12h30)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
- China: Banco Central chinês divulga as taxas de referência para empréstimos de 1 a 5 anos, a taxa básica de juros por lá (sem horário)
Quarta-feira (20)
- FGV: IGP-M de abril (8h)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (11h30)
- Estados Unidos: Divulgação do Livro Bege (15h)
Quinta-feira (21)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Presidente do Fed, Jerome Powell, presidente do BCE, Christine Lagarde, diretora-gerente o FMI, Kristalina Georgieva, participam do painel de primavera do fundo monetário internacional (14h)
- Estados Unidos: Reunião do G7 e do G20 de ministros de finanças e presidentes dos BCs (sem horário)
- Mercados fechados no Brasil pelo feriado de Tiradentes
Sexta-feira (22)
- Estados Unidos: PMI composto e de serviços (10h45)
- Estados Unidos: Presidente do BCE discursa em evento do Instituto Peterson (11h)
Balanços da semana
Segunda-feira (18)
Antes da abertura:
- Bank of America (EUA)
Terça-feira (19)
Sem balanços programados
Quarta-feira (20)
Início da temporada de balanços no Brasil. Confira calendário completo aqui.
Antes da abertura:
- Johnson & Johnson (EUA)
- Procter & Gamble (EUA)
Após o fechamento:
- Tesla (EUA)
- IBM (EUA)
- Netflix (EUA)
Quinta-feira (21)
Antes da abertura:
- American Airlines (EUA)
- AT&T (EUA)
Sexta-feira (22)
Antes da abertura:
- American Express (EUA)
- Verizon (EUA)
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
