O dia começa com poucas novidades para o cenário doméstico e externo. A tensão envolvendo o reajuste dos servidores, em meio ao início da corrida eleitoral, permanece em foco nesta quinta-feira (20) enquanto as bolsas do exterior digerem dados locais de inflação.
Mas o Ibovespa consegue se salvar nesse cenário conturbado. Ontem (19), o principal índice da B3 encerrou a sessão com alta de 1,26%, a 108.013 pontos.
O dólar à vista, por sua vez, terminou o dia em baixa de 1,70%, cotado a R$ 5,4659. Desde o início do ano, a moeda norte-americana registra queda de 2,3%.
Ainda hoje, os balanços de Netflix e American Airlines devem movimentar os negócios em meio a novas movimentações dos Bancos Centrais contra a inflação.
Saiba o que movimenta os negócios hoje:
Jair Bolsonaro
O presidente da República Jair Bolsonaro corre contra o tempo para sancionar o Orçamento para 2022. Os debates envolvendo o reajuste dos servidores públicos permanecem na mesa após a mobilização da última terça-feira (18).
A baixa adesão à paralisação, com a ausência de servidores da Receita Federal, deu fôlego ao governo, que deve aprovar o reajuste apenas para policiais federais. O presidente tem até a sexta-feira (21) para aprovar a peça orçamentária.
Entretanto, ainda existe a possibilidade de o presidente não conceder o reajuste à sua base de apoio no valor de R$ 1,7 bilhão aos cofres públicos. O pedido veio do ministério da Economia, que teme maiores mobilizações de outros setores do funcionalismo.
Eleições 2022
A corrida eleitoral começa a dar as caras com o debate envolvendo o Orçamento e brigas por alianças. A pergunta que os investidores se fazem é: quem cuidará melhor da economia?
Na tarde de ontem (19), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou a importância do diálogo e fez um discurso de conciliação após críticas pela escolha de Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, como vice.
Lula está à frente das pesquisas eleitorais, mas ainda precisa convencer os entes do mercado de que não cometerá os mesmos erros do passado no campo econômico.
Na agenda local
Sem maiores indicadores para o dia, o foco dos investidores vai para a palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Conferência Anual Latino-Americana do Santander.
Inflação X Bancos Centrais
Longe dos problemas locais, o exterior permanece atento aos dados inflacionários da Zona do Euro. O índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) veio em linha com o esperado pelo The Wall Street Journal: a inflação da região atingiu a máxima histórica e encerrou 2021 em 5%.
O CPI recorde também superou a meta da inflação do Banco Central Europeu (BCE), de 2,0%.
A inflação nas alturas não é uma exclusividade da Europa. A pandemia obrigou os BCs a injetarem dinheiro nas economias pelo mundo, o que se reverte em uma alta nos preços.
Agora, os Bancos Centrais correm atrás do prejuízo: o Federal Reserve iniciou a retirada de estímulos da economia e deve aumentar os juros nos próximos meses — e o mesmo deve acontecer aqui no Brasil.
Já a China vai na contramão do mundo e anunciou um corte das principais taxas de juros para tentar conter a desaceleração da economia após novas ondas de covid-19 na região.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram o pregão desta quinta-feira de maneira mista. A China voltou a cortar os juros de referência (LPRS) e deve manter a política de estímulos à economia, mas mantiveram o tom cauteloso do fechamento em Nova York.
Já as bolsas da Europa abriram em alta, mas inverteram o sinal após os dados inflacionários da Alemanha e Zona do Euro.
Por fim, os futuros de Nova York avançam pela manhã, antes dos balanços do dia.
Agenda do dia
- Zona do Euro: CPI e Núcleo do CPI de dezembro (7h)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (10h30)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (13h)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, palestra na 26ª Conferência Anual Latino-Americana do Santander, por videoconferência (15h)
Balanços
- Estados Unidos: Netflix (sem horário)
- Estados Unidos: American Airlines (sem horário)