Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação; Ibovespa monitora críticas do governo dos EUA ao apoio de Bolsonaro à Rússia
O governo norte-americano afirmou que o momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia não poderia ter sido pior
Hoje é mais um dia que se inicia com a cautela e a aversão ao risco se fazendo presentes, e não à toa, uma vez que o risco de uma guerra parece cada vez maior. E, é claro, essa crise mundial vai continuar dando tom ao desempenho das bolsas mundiais nesta sexta-feira (18).
Com isso, o Ibovespa escorregou e interrompeu a sua sequência de altas. O principal índice da bolsa brasileira encerrou o pregão de quinta-feira (17) em baixa de 1,43%, aos 113.528 pontos, depois de sete altas consecutivas.
Nos Estados Unidos, a situação não foi diferente, com as bolsas de Nova York fechando o dia no vermelho. O Dow Jones teve queda de 1,78%, enquanto as perdas do Nasdaq e do S&P 500 superaram os 2%.
Enquanto isso, o dólar à vista retomou o patamar dos R$ 5,16, encerrando o dia com uma valorização de 0,76%.
Com a agenda econômica enxuta por aqui, os investidores devem acompanhar a reunião do Banco Central com economistas e as conversas do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, com funcionários do BC sobre o tratamento salarial, uma vez que os policiais federais tiveram reajuste.
Lá fora, o mercado tem no radar os discursos de quatro dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), além da divulgação da confiança do consumidor na Europa.
Leia Também
As tensões entre Rússia e Ucrânia
Apesar de Vladimir Putin, o presidente russo, e seus ministros afirmarem que as tropas próximas da fronteira com a Ucrânia estão recuando e que preferem o caminho diplomático, o governo americano, a ONU, a Otan e diversos países europeus continuaram afirmando que não há sinal de que a Rússia de fato esteja agindo conforme suas palavras.
O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a falar em uma “bandeira branca falsa” e alertou que um ataque russo pode ocorrer a qualquer momento sob falsos pretextos.
Na manhã desta sexta-feira, a Rússia anunciou que as suas forças estratégicas vão conduzir diversos exercícios militares no sábado e destacou o poder nuclear do país. E os exercícios serão assistidos por ninguém menos que Putin.
O que o Bolsonaro tem a ver com a guerra?
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro viajou para Moscou para uma visita diplomática em meio à crise geopolítica que pode levar a uma invasão da Ucrânia.
Na quarta-feira, Bolsonaro se reuniu com Putin por cerca de duas horas e agradeceu ao presidente russo pela parceria na área de fertilizantes.
Em pronunciamento no Kremlin, o brasileiro citou o lado conservador do contraparte, ex-funcionário da KGB nos tempos da União Soviética.
"Compartilhamos valores comuns, como crença em Deus e defesa da família", afirmou.
Para os Estados Unidos, porém, isso não foi uma boa ideia. O presidente Joe Biden já não apoiava a ida de Bolsonaro ao país europeu, mas disse esperar que o presidente brasileiro aproveitasse a oportunidade com Putin para expressar "valores compartilhados" entre Brasil e EUA.
Depois da reunião entre Putin e Bolsonaro, porém, o governo norte-americano criticou duramente a manifestação de solidariedade do presidente do Brasil à Rússia, dizendo que o país parece ignorar as tensões no Leste Europeu.
"O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, quando as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior”, disse o Departamento do Estado americano.
Bolsas pelo mundo
Não é novidade que as tensões entre a Ucrânia e a Rússia estão movimentando os mercados há um tempo. De olho no cenário geopolítico, as bolsas asiáticas encerraram esta sexta-feira sem direção única.
Na Europa, as bolsas operam em leve alta no começo dos negócios desta sexta-feira, depois da queda ontem. Os investidores seguem focados nos desdobramentos da crise entre Ucrânia e Rússia, com o apetite por risco prejudicado.
Os Estados Unidos também protagonizam o estresse global, e, em Wall Street, as bolsas sentiram esse peso. A renovação das preocupações no Leste Europeu ontem fez os mercados amargarem fortes perdas, com a aversão ao risco cada vez maior.
Apesar da sangria do último pregão, hoje, os futuros das bolsas de Nova York tentam uma recuperação durante a manhã, com os índices operando em alta.
Agenda do dia
- Banco Central: terceira reunião do trimestre do BC com economistas (10h)
- CNC: Intenção de Consumo das Famílias de fevereiro (10h30)
- Zona do Euro: Índice de Confiança do Consumidor (12h)
- EUA: Presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, e diretor do Fed, Christopher Waller, discursam sobre economia e política monetária (12h15)
- EUA: Presidente do Fed de NY, John Williams, discursa sobre panorama econômico (13h)
- EUA: Diretora do Fed Lael Brainard e integrante do BCE Fabio Panetta participam de evento sobre CBDCs (15h30)
- Banco Central: presidente Roberto Campos Neto conversa com sindicatos de funcionários do banco (16h30)
- Indonésia: Reunião do G20 de ministros das Finanças e presidentes de BCs (sem horário)
Balanços do dia
Confira o calendário completo aqui.
Depois do fechamento:
- Cosan (Brasil)
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
