Após 15 aquisições em cinco anos, BTG Pactual (BPAC11) vê ‘oba-oba’ no mercado: ‘todo mundo ainda acha que vale muito dinheiro’
Apesar dos preços, banco segue de olho em aquisições para a plataforma de investimentos, que cresce mesmo com cenário desfavorável, diz Marcelo Flora, sócio do BTG
Você piscou e o BTG Pactual (BPAC11) fechou mais uma compra. Foi assim nos últimos cinco anos, quando o banco anunciou nada menos que 15 aquisições dentro da estratégia de crescimento da plataforma digital para o investidor de varejo.
Entre os principais negócios desse período está a compra do Grupo Empiricus, do qual o Seu Dinheiro faz parte. Mas desde fevereiro, quando anunciou a aquisição da corretora carioca Elite, o BTG fez uma espécie de pausa estratégica.
Nesse meio tempo, quem se mexeu foi a concorrência, mais notadamente o Itaú, que comprou participações nas corretoras Avenue e Ideal.
O BTG até segue com apetite por aquisições para reforçar sua plataforma. Mas uma variável importante deixou o banco de fora da corrida por aquisições nos últimos meses: o preço.
“O mercado vem em um oba-oba muito forte, todo mundo ainda acha que vale muito dinheiro”, me disse Marcelo Flora, sócio do BTG Pactual responsável pela plataforma digital, em uma entrevista na sede do banco.
De modo geral, o valor das plataformas que podem ser alvo de aquisição não acompanhou a reavaliação global dos ativos com o processo de alta das taxas de juros e a ameaça de recessão, segundo Flora.
Leia Também
BTG: crescimento no pior cenário
Esse nem de longe é o melhor ambiente para um negócio de crescimento como o do BTG, que investiu mais de R$ 1 bilhão na plataforma digital.
O cenário de juros altos diminui a insatisfação dos investidores com as aplicações tradicionais, o que diminui a busca por alternativas fora da prateleira dos bancões.
No caso do BTG Pactual, houve uma desaceleração entre 15% a 20% na entrada de dinheiro novo em relação aos recordes alcançados quando a taxa de juros estava nas mínimas.
Então a aposta no chamado “financial deepening” — a tendência de migração dos recursos dos clientes de grandes bancos para os novos concorrentes — está comprometida?
“Se no pior ambiente para o nosso negócio continuamos registrando crescimento, então estamos muito satisfeitos. O estrutural não mudou”, afirma Flora.
O banco não abre dados específicos da plataforma de investimentos. Os números aparecem junto com os recursos de clientes endinheirados (wealth management), que atingiram R$ 458 bilhões em março deste ano, alta 44,5% em 12 meses.
Plataforma nos EUA
Isso significa que, mesmo em um momento desfavorável, o BTG pode voltar a anunciar aquisições. “Temos o compromisso com os acionistas de estar o tempo inteiro olhando as oportunidades de mercado.”
A cada novo investimento, os sócios avaliam a relação custo-benefício de crescer via aquisições ou de forma orgânica. Então para a mais nova empreitada a decisão do banco foi pelo segundo caminho.
De olho no aumento do interesse por investimentos no exterior, o BTG vai criar dentro de casa uma plataforma de investimentos nas bolsas dos Estados Unidos a partir do aplicativo do banco.
A expectativa é colocar a primeira versão do sistema para funcionários no fim deste ano e fazer o lançamento para os clientes em fase de testes em abril do ano que vem.
Ao optar por criar a plataforma para investimentos no exterior do zero, o BTG deve chegar ao mercado depois de concorrentes como a XP, Inter e mesmo o Itaú, que cortou caminho com a compra da Avenue.
Mas nesse caso o cenário de queda das bolsas lá fora e de juros altos aqui no Brasil acaba ajudando o BTG, segundo Flora. “Estamos protegidos por esse ambiente, então vai dar tempo de desenvolver a nossa solução.”
BTG Pactual: uma marca e dois aplicativos
Outro trabalho interno do banco nesse tempo de vacas mais magras no mercado foi o de simplificar a marca e a estrutura tecnológica da plataforma digital.
As diversas marcas com as quais o banco operava — BTG+, BTG Digital — desapareceram e foram todas reunidas sob o guarda-chuva do BTG Pactual.
O próximo passo agora é integrar os aplicativos de banco digital, investimentos, wealth management e pequenas e médias empresas, que hoje estão separados. O único que vai seguir como app exclusivo é a ferramenta de trade.
A união dos aplicativos também deve ajudar o BTG a aumentar a penetração e o volume de transações do cartão do banco digital entre os clientes da plataforma de investimentos.
Outra avenida de crescimento para o banco digital deve vir das empresas que foram adquiridas nos últimos anos. Entre os planos, por exemplo, está o de oferecer um cartão com a marca Empiricus para os clientes da casa, usando a estrutura do BTG.
Quanto vale o show?
Na primeira entrevista que concedeu ao Seu Dinheiro, há quatro anos, Marcelo Flora deu uma boa dimensão do potencial da plataforma de investimentos. Na ocasião, ele disse que o negócio teria o potencial para pelo menos triplicar o valor de mercado do banco na bolsa.
De lá para cá, as ações BPAC11 se multiplicaram por cinco. E isso mesmo depois de o banco captar aproximadamente R$ 10 bilhões em quatro ofertas de ações e da queda recente dos papéis.
Nada mais natural, portanto, perguntar novamente ao sócio do BTG Pactual o que ele pensa sobre a avaliação de mercado atual do banco.
“No cenário atual os ativos de risco de maneira geral sofreram bastante. Apesar desse ajuste, o banco continua sendo percebido como boa alternativa.”
Mesmo assim, a visão da transformação provocada pela entrada do BTG na briga pelos recursos dos investidores de varejo não é tão clara, segundo Flora. Isso porque o mercado ainda enxerga o banco como voltado primordialmente para o público institucional.
Em outras palavras, a percepção é que a maior parte dos recursos sob gestão vem de investidores como fundos de pensão e grandes fortunas. “O mercado se surpreenderia com os números”, afirma o sócio do BTG Pactual.
Riscos para a economia no 2º semestre: Lula x Bolsonaro, inflação, juros e risco de recessão. Assista ao vídeo:
Debandada da B3: quando a onda de saída de empresas da bolsa de valores brasileira vai acabar?
Com OPAs e programas de recompras de ações, o número de empresas e papéis disponíveis na B3 diminuiu muito no último ano. Veja o que leva as empresas a saírem da bolsa, quando esse movimento deve acabar e quais os riscos para o investidor
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
