Retorno da renda fixa sobe um pouco mais, e título do Tesouro Direto já paga mais de 11% ao ano
Tesouro Prefixado com vencimento em 2031 já está rendendo 11,05% com disparada dos juros futuros devido às tensões políticas após o 7 de setembro

A escalada das tensões políticas que jogam o risco-país e os juros futuros lá para cima continua elevando o retorno da renda fixa no Brasil. Nesta quarta-feira (08), um dia após o discurso agressivo do presidente Jair Bolsonaro no feriado do Dia da Independência, a remuneração do título público Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) com vencimento em 2031, que pode ser negociado no Tesouro Direto, ultrapassou o patamar dos 11% ao ano.
A remuneração do papel, que paga uma taxa de juros nominal prefixada a cada seis meses e também no vencimento, já havia voltado à casa dos dois dígitos na segunda semana de agosto, com o aumento da incerteza do mercado acerca da capacidade do governo de respeitar o teto de gastos, diante da necessidade de honrar o pagamento de precatórios e o desejo de turbinar o programa Bolsa Família.
De lá para cá, com o aumento das tensões em Brasília e a continuidade do movimento de alta dos juros futuros, a remuneração deste e de outros títulos prefixados, bem como dos títulos atrelados à inflação, também continuou a subir. A última vez que os títulos públicos prefixados tiveram remunerações de dois dígitos foi no ano eleitoral de 2018.
Mais de 10% em dois títulos do Tesouro Direto
Na tarde de hoje, o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2031 negociado pelo Tesouro Direto oferecia uma rentabilidade de 11,05% ao ano para os investidores que o adquirissem hoje e o levassem até o vencimento.
O Tesouro Prefixado (LTN) com vencimento em 2026 também atingiu o patamar de dois dígitos e oferece 10,38% ao ano a quem o adquirir hoje e ficar com ele até o fim do prazo. Entretanto, este título não paga juros semestrais, remunerando o investidor apenas no vencimento.
Entre os títulos indexados ao IPCA negociados pelo Tesouro Direto, o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) com vencimento em 2055 está pagando 4,90% ao ano mais a variação da inflação, quase o retorno real de 5% ao ano que o investidor brasileiro tanto gosta. E tudo isso com garantia do governo federal, dado que os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro Nacional.
Leia Também
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Não sabe como investir no Tesouro Direto? Eu explico no vídeo a seguir:
Dia difícil para os mercados domésticos
O dia hoje é de deterioração dos ativos locais, depois que Bolsonaro atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) em sua fala durante as manifestações governistas de ontem (07). O Ibovespa derreteu quase 4%, o dólar subiu quase 3%, a R$ 5,33, e os juros futuros (DIs) dispararam, com os contratos de prazo mais longo fechando em patamares de dois dígitos.
Apesar de não haver um clima de ruptura institucional, a percepção de que o presidente fecha os canais de diálogo com os demais poderes leva os investidores a temerem pela saúde fiscal do país, vislumbrando gastos públicos com objetivos eleitoreiros, desrespeito ao teto de gastos e paralisação no andamento das reformas.
No curto prazo, os juros futuros também têm razão para subir, devido às pressões inflacionárias que vêm obrigando o Banco Central a aumentar a taxa Selic.
Garantia de retorno apenas para quem leva o título ao vencimento
A perspectiva de juros mais altos no futuro - seja no curto prazo, por uma questão de política monetária, seja no longo prazo, por um aumento da percepção do risco-país - tende a aumentar o retorno dos ativos de renda fixa prefixados e atrelados a índices de preços.
Ao mesmo tempo, diminui os preços de mercado desses papéis. Assim, os investidores que compraram prefixados ou NTN-B no Tesouro Direto quando os juros estavam mais baixos - contratando, assim, remunerações menores - verão seus títulos desvalorizarem nas suas carteiras. Se os venderem antes do vencimento, portanto, é possível que realizem perdas.
A remuneração prometida por esse tipo de título público no ato da compra, entretanto, é garantida caso o investidor fique com o papel até o vencimento.
Cenários de juros mais altos também reduzem a atratividade dos ativos de risco, como ações e fundos imobiliários, derrubando os índices da bolsa de valores, como vimos hoje.
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI
Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço
Como ficam os CDBs do banco Master e do Will Bank após venda ao BRB ser barrada? Retornos chegam a 25% ao ano ou IPCA + 19%
A percepção de risco aumentou e investidores correm para vender seus títulos novamente, absorvendo prejuízos com preços até 40% menores
SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina
Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito
Braskem, Vale, Mercado Livre… onde estão os riscos e oportunidades no crédito para quem investe em debêntures, na visão da Moody’s
Relatório da agência de risco projeta estabilidade na qualidade do crédito até o próximo ano, mas desaceleração da atividade em meio a juros altos e incertezas políticas exigem cautela
Prêmio das debêntures de infraestrutura é o menor em cinco anos — quem está comprando esse risco e por quê?
Diferença nas taxas em relação aos retornos dos títulos públicos está cada vez menor, diante da corrida aos isentos impulsionada por uma possível cobrança de imposto
A nova jogada dos gestores de crédito para debêntures incentivadas em meio à incerteza da isenção do IR
Com spreads cada vez mais apertados e dúvidas sobre a isenção do imposto de renda, gestores recorrem ao risco intermediário e reforçam posições em FIDCs para buscar retorno
Tesouro Direto vai operar 24 horas por dia a partir de 2026
Novidades incluem título para reserva de emergência sem marcação a mercado e plataforma mais acessível para novos investidores
Tesouro Direto IPCA ou Prefixado: Qual a melhor opção de renda fixa para lucrar na virada de ciclo dos juros?
Com juros em queda e inflação sob controle, entenda como escolher a melhor opção de rentabilidade para proteger e potencializar os investimentos
Debêntures da Petrobras (PETR4) e prefixados com taxa de 13% ao ano são destaques. Confira as recomendações para renda fixa em agosto
BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante das incertezas futuras
Tesouro Educa+ faz aniversário com taxas de IPCA + 7% em todos os vencimentos; dá para garantir faculdade, material e mais
Título público voltado para a educação dos filhos dobrou de tamanho em relação ao primeiro ano e soma quase 160 mil investidores
De debêntures incentivadas a fundos de infraestrutura, investidores raspam as prateleiras para garantir títulos isentos — e aceitam taxas cada vez menores
A Medida Provisória 1.303/25 tem provocado uma corrida por ativos isentos de imposto de renda, levando os spreads dos títulos incentivados a mínimas históricas