Gestora de US$ 500 bilhões, Western Asset ajusta portfólio na bolsa para aguentar solavancos até 2023; veja as principais apostas
Aperto monetário nos EUA e risco fiscal no Brasil, agravado pela proximidade das eleições, fazem gestora montar portfólio mais defensivo; casa estima Ibovespa a 130 mil pontos em 12 meses, mas com grau de convicção ‘cada vez menor’ sobre a estimativa

Responsável pela gestão de US$ 500 bilhões em todo o mundo — sendo R$ 50 bilhões no Brasil —, a Western Asset tem uma projeção que pode ser considerada otimista para o Ibovespa, o principal índice da bolsa.
Nos cálculos da gestora norte-americana, o índice de referência do mercado de ações brasileiro pode chegar aos 130 mil pontos em 12 meses, o que representa um potencial de alta da ordem de 15%.
O problema é que, com a piora no cenário internacional e as incertezas locais, o grau de convicção da Western Asset nessa estimativa é cada vez menor, me disse o gestor de renda variável da casa no país, Guto Leite.
Uma das razões para o pé atrás é simples: daqui a exatamente um ano, o Brasil estará em pleno processo eleitoral, o que habitualmente adiciona uma camada de incerteza sobre os negócios.
A disputa, por ora com apenas duas candidaturas competitivas, deve representar um agravante de um problema que nunca saiu da tela do mercado: o risco fiscal (gastos com emendas, calote em precatórios, etc.) "É um evento bastante relevante, em que o mercado vai notar quais discursos os candidatos adotarão", diz Guto.
Alívio com a inflação, mas...
Já a inflação e a crise hídrica são minimizados pelo gestor da Western Asset, que fala em uma desaceleração da alta de preços após a elevação da taxa básica de juros e diz que conversou com empresas dispostas a mudar a dinâmica de produção para evitar picos de consumo de energia.
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"Hoje o nosso cenário base não é de racionamento [de energia], mas este é um ponto de atenção. A gente está em um cenário de difícil visibilidade até o final do ano."
As perspectivas estão mais incertas também no exterior, o que se reflete nas projeções da gestora. "Hoje, o 'elemento Fed' é tão ou mais importante do que o desempenho da economia chinesa", diz Guto.
A Western Asset espera que o Fed, o banco central dos EUA, comece em novembro o tapering — redução do programa de compras de títulos públicos. O processo deve se alongar até o final de 2022, para então a autoridade monetária discutir um aumento da taxa de juros. "É um processo que pode gerar alguma ansiedade", afirma o gestor.
Ele lembra que o mercado passou pelo mesmo processo de tapering em 2013, quando houve forte volatilidade dos ativos, incluindo a bolsa. Por outro lado, o fato de os agentes financeiros terem uma memória recente do processo pode fazer com que o próximo ano seja menos traumático.
A baixa visibilidade para o ano que vem tem levado a Western Asset, que tem diversas estratégias disponíveis via fundos de investimento, a apostar em empresas com "boas histórias e perfil de resiliência".
"Comprar empresa muito incerta em um cenário macro difícil é arranjar dor de cabeça".
Guto Leite, gestor de renda variável da Western Asset no Brasil.
As ações da Western Asset para a turbulência
Para ilustrar o tipo de decisão que a Western Asset tem tomado no Brasil, Guto cita as ações da Lojas Renner (LREN3) e as da Weg (WEGE3). O gestor define ambas as empresas como "premium", líderes em seus segmentos, que "ditam tendências, têm gestões reconhecidas e padrões ESG [práticas de governança, sociais e ambientais] diferenciados".
Neste momento de mercado, porém, uma característica afasta completamente as duas companhias. A Renner tem praticamente toda a receita concentrada no Brasil, enquanto a Weg tem mais da metade dos recursos em operações no exterior.
"Eu compro Renner, que é o tipo de empresa que eu sempre estou procurando, contraposta com Weg, para reduzir minha exposição ao Brasil, embora eu até veja mais potencial de valorização em Renner do que em Weg", comenta o gestor.
A varejista é uma exceção na carteira da Western Asset hoje. A gestora tem buscado opções no caminho oposto, com menos exposição ao risco-Brasil, como Klabin (KLBN4), Gerdau (GGBR4) e Natura (NTCO3), esta última pelo componente internacional, apesar de estar suscetível ao consumo cíclico interno.
Para o gestor, outros negócios defensivos na bolsa com exposição local são Assaí (ASAI3), Raia Drogasil (RADL3), Porto Seguro (PSSA3), Totvs (TOTS3), Equatorial (EQTL3) e, "de certa maneira, os bancos".
Guto cita, entre as razões que fazem dessas empresas boas escolhas, além da qualidade de gestão e de setor resiliente, o fato de que elas se beneficiam da atual dinâmica macroeconômica.
A Totvs, por exemplo, tem contratos vinculados à inflação, lembra o gestor. "Eu até estou trabalhando com a inflação arrefecendo no ano que vem, mas ela tem surpreendido tanto que me faz buscar por ações que tragam essa proteção".
Por que não as techs na bolsa?
A safra mais recente de IPOs na bolsa brasileira teve uma série de empresas com o selo 'tech', mas que agora passam longe de ser uma opção para grandes investidores — como prova o desempenho dos papéis de Enjoei, Mobly e Multilaser, por exemplo.
A Western Asset também está no grupo que prefere deixar essas empresas de lado, por ora. Guto cita como decisivo para a atual avaliação o rali dos juros dos Treasuries (títulos do Tesouro do governo norte-americano), quando o mercado passou a antecipar o início de um aperto monetário nos EUA.
"Esse é um cenário normalmente desfavorável para empresas de tecnologia, de growth [crescimento], porque elas tem o fluxo de caixa muito longo", diz, referindo-se ao tempo que elas levam para dar retorno aos acionistas. "Quanto mais alta a taxa de desconto que você está usando, portanto quanto mais altos os juros dos Treasuries, mais incerteza você tem, e menor é o valor presente dessas empresas."
Também pesaram contra as techs o agravamento da incerteza fiscal local,a proximidade das eleições e as revisões para baixo das projeções de crescimento para o ano que vem. "Na dúvida, muitas vezes o prêmio sobre a liquidez aumenta para as small caps", diz o gestor.
Para Guto, o fato de a empresa estar em bolsa não deveria piorar as chances de ela sobreviver. "O que pode acontecer é a ação perder liquidez e se tornar esquecível como ativo não investido na bolsa", diz. "Mas a questão da sobrevivência da empresa está mais ligada à capacidade da execução em cenários adversos e à capacidade de financiamento futuro."
Guto diz que, em um cenário de mercado mais otimista, seria mais provável que ele comprasse empresas em reestruturação ou techs novatas, por exemplo.
"Quando o mercado está bom, a água sobe para todo mundo, e o pessoal vai buscar um ambiente mais especulativo. Mas agora o ambiente não está fácil para a bolsa."
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