Via Varejo supera projeções no 4º tri e mostra que quer a coroa do e-commerce
Reestruturação promovida pela administração e mudança de hábito dos consumidores fizeram vendas pela internet crescerem três dígitos
Depois de um profundo processo de reestruturação financeira e operacional iniciado no primeiro semestre de 2019, a Via Varejo (VVAR3) mostrou no quarto trimestre que está na briga pela posição de principal nome do e-commerce brasileiro, registrando crescimento de três dígitos das vendas pela internet e vendo as iniciativas na parte de fintech ganharem tração.
A empresa, que tem sob suas asas a Casas Bahia e Pontofrio, informou na terça-feira (2) que fechou os últimos três meses de 2020 com um lucro líquido de R$ 336 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 875 milhões do mesmo período de 2019, em grande parte provocado por efeitos de uma fraude contábil na provisão de gastos com processos trabalhistas.
Desconsiderando esta questão, e a incorporação do banco digital banQi no começo de 2020, o lucro líquido somou R$ 209 milhões, ficando acima da média de projeções de analistas ouvidos pela Bloomberg, de R$ 55 milhões.
Com o resultado, a Via Varejo fechou 2020 com um lucro líquido de R$ 1 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 1,4 bilhão de 2019.
A receita líquida subiu 24,4%, na mesma base de comparação, somando R$ 9,4 bilhões e também ficou acima do consenso do mercado, de R$ 9,2 bilhões. Em 2020, a receita cresceu 12,7%, a R$ 29 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Via Varejo somou R$ 545 milhões no quarto trimestre, também superando as estimativas (R$ 502 milhões), e mais que dobrou no acumulado de 2020, para R$ 2,9 bilhões.
Leia Também
Banco Master: quem são os dois empresários alvos da operação da PF, soltos pela Justiça
“Esperamos uma reação positiva do mercado uma vez que a companhia entregou resultados acima do consenso e destacou diversas iniciativas a serem entregues em 2021 na frente operacional, logística e financeira que, ao nosso ver, devem gerar valor ao longo do tempo”, diz trecho do relatório da XP Investimentos sobre o balanço.
E-commerce se destacando
A divisão digital da Via Varejo se destacou nos últimos três meses de 2020, registrando um crescimento do volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês, métrica do desempenho das vendas das plataformas digitais) de 105,6%, para R$ 4,6 bilhões.
As vendas diretas (1P), ou seja, feitas pela própria companhia, cresceram 112%, enquanto o “marketplace” (feitas por terceiros em sua plataforma, também chamado 3P) subiu 84%. No caso do marketplace, ela encerrou o ano com cerca de 10 mil lojistas ativos, um incremento de 90% ante o quarto trimestre de 2019.
“Ao final de dezembro, mais de 70% dos clientes que realizaram compras online se utilizaram de opções digitais mobile (apps e mobile sites)”, diz a companhia no balanço. “A transformação digital permitiu, em pouco tempo, uma grande virada no nosso crescimento e na nossa rentabilidade.”
Segundo relatório da XP, os números mostram que a Via Varejo conseguiu ganhar participação de mercado no final do ano passado, um avanço de 6,4 pontos percentuais (p.p.) de acordo com a consultoria GfK (considerando apenas o online core) e 4,0 p.p. de acordo com o portal Compre&Confie (online ampliado).
O e-commerce ajudou a Via Varejo a compensar o desempenho das lojas físicas, ainda afetadas pelas restrições de horários e funcionamento em algumas regiões, em função da pandemia. Ainda assim, as vendas no varejo físico cresceram 5,6%, enquanto as vendas “mesmas lojas”, que consideram o desempenho de unidades em funcionamento há mais de 12 meses, cresceram 6,1%.
Fintech engrenando
A Via Varejo começou a implementar, no ano passado, as operações do banQi, que oferece serviços financeiros aos clientes que tradicionalmente compram produtos valendo-se do famoso crediário das Casas Bahia.
A companhia informou que, no quarto trimestre, seu foco foi educar o cliente a usar o app e aumentar a recorrência de uso. Ela registrou no ano passado 3,3 milhões de downloads do app e 1,8 milhões de clientes ativos, 2,0 milhões de carnês geridos dentro da plataforma equivalente a R$ 2,3 bilhões.
“Já disponibilizamos uma conta digital completa, incluindo serviços de pagamentos como QRcode, PIX, além da integração com as lojas Casas Bahia possibilitando saques e depósitos em qualquer das lojas da rede”, diz a empresa.
O que vem por aí
A Via Varejo tem metas ambiciosas para 2021. A empresa informou que pretende “ganhar o jogo no marketplace (3P)”, expandindo a gama de serviços para os lojistas, aumentar a frequência, os gastos e o destino de compras de novas categorias.
Ela também pretende impulsionar a logística, com mais entregas no mesmo dia, por meio de centros logísticos menores.
No caso do banQi, a ideia é ampliar o relacionamento com pequenas e médias empresas e os lojistas do marketplace, através de conta pessoa jurídica (PJ) e variados serviços financeiros.
E ela também tem planos para as lojas físicas. Ela quer expandir em, pelo menos, 120 unidades, para novas regiões e cidades do Norte e Nordeste.
O novo trunfo do Magazine Luiza (MGLU3): por que o BTG Pactual vê alavanca de vendas nesta nova ferramenta da empresa?
O WhatsApp da Lu, lançado no início do mês, pode se tornar uma alavanca de vendas para a varejista, uma vez que já tem mostrado resultados promissores
5 coisas que o novo Gemini faz e você talvez não sabia
Atualização do Gemini melhora desempenho e interpretação de diferentes formatos; veja recursos que podem mudar sua rotina
Vibra (VBBR3) anuncia R$ 850 milhões em JCP; Energisa (ENGI11) e Lavvi (LAVV3) anunciam mais R$ 500 milhões em dividendos
Vibra e Energisa anunciaram ainda aumentos de capital com bonificação em ações; veja os detalhes das distribuições de dividendos e ações
Nvidia (NVDC34) tem resultados acima do esperado no 3T25 e surpreende em guidance; ações sobem no after market
Ações sobem quase 4% no after market; bons resultados vêm em meio a uma onda de temor com uma possível sobrevalorização ou até bolha das ações ligadas à IA
Hora de vender MOTV3? Motiva fecha venda de 20 aeroportos por R$ 11,5 bilhões, mas ação não decola
O valor da operação representa quase um terço dos R$ 32 bilhões de valor de mercado da empresa na bolsa. Analistas do BTG e Safra avaliam a transação
Nem o drible de Vini Jr ajudaria: WePink de Virginia fecha acordo de R$ 5 milhões após denúncias e fica proibida de vender sem estoque
Marca da influenciadora terá que mudar modelo de vendas, reforçar atendimento e adotar controles rígidos após TAC com o MP-GO
Patria dá mais um passo em direção à porta: gestora vende novo bloco de ações da Smart Fit (SMFT3), que entram em leilão na B3
Conforme adiantado pelo Seu Dinheiro em reportagem exclusiva, o Patria está se preparando para zerar sua posição na rede de academias
BRB contratará auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance da PF, que investiga o Banco Master
Em comunicado, o banco reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado
O futuro da Petrobras (PETR4): Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário
Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e um dos maiores especialistas em energia do país, foi o convidado desta semana do Touros e Ursos para falar de Petrobras
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A atualização recoloca o Google na disputa com o ChatGPT e o Llama, da Meta; veja o que muda e qual é a melhor IA para cada tipo de tarefa
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) fecham parceria para o e-commerce; veja
Aliança cria uma nova frente no e-commerce e intensifica a competição com Mercado Livre e Casas Bahia
Governador do DF indica Celso Eloi para comandar o BRB; escolha ainda depende da Câmara Legislativa
A nomeação acontece após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, em meio à operação da PF que mira irregularidades envolvendo o Banco Master
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Do auge ao colapso: o caso Bamerindus marcou o FGC por décadas como um dos maiores resgates do FGC da história — até o Banco Master
Cedae informa suspensão do pagamento do resgate de CDBs do Banco Master presentes na sua carteira de aplicações
Companhia de saneamento do Rio de Janeiro não informou montante aplicado nos papéis, mas tinha R$ 248 milhões em CDBs do Master ao final do primeiro semestre
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
Por que Vorcaro foi preso: PF investiga fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master para tentar driblar o BC e emplacar venda ao BRB
De acordo com informações da Polícia Federal, o fundador do Master vendeu mais de R$ 12 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio com o banco estatal de Brasília
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
