A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu na quarta-feira (27) um processo administrativo envolvendo a Petrobras (PETR4). O objetivo da investigação não é mencionado pela autarquia, mas pode estar relacionada as últimas declarações de Jair Bolsonaro sobre a estatal.
O presidente pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um estudo sobre a possível privatização da petroleira por meio da venda das ações da União. Na segunda-feira (25) Bolsonaro voltou a dizer que a privatização "entrou no radar" após um novo reajuste de preços de combustíveis.
No mesmo dia, a Petrobras divulgou um comunicado informando ter questionado o governo, por meio do Ministério da Economia, sobre a existência ou não de estudos para a privatização da companhia. A companhia também informou que manteria o mercado atualizado sobre eventuais fatos relevantes indicados pelo governo.
A CVM pode abrir processo administrativos, por exemplo, quando entende que precisa acompanhar os desdobramentos de algum assunto ou também quando emite ofícios solicitando esclarecimentos sobre notícias veiculadas na imprensa.
Alta dos combustíveis no radar
Em entrevista na quarta-feira, 27, à Jovem Pan News, Bolsonaro voltou a falar da privatização. "Eu posso interferir na Petrobras? Eu vou responder a processo. O presidente da Petrobras vai acabar sendo preso. É uma estatal, que, com todo respeito, só me dá dor de cabeça. Nós vamos partir para a maneira de nós quebrarmos mais monopólio. Quem sabe até botar no radar da privatização", disse o presidente.
Além da investigação sobre a privatização, a CVM abriu um processo administrativo na terça-feira envolvendo o reajuste dos preços dos combustíveis da companhia.
A motivação também está em declarações de Bolsonaro, no domingo (24), de que os combustíveis deveriam ter novo reajuste devido à alta recente do petróleo. A companhia divulgou o reajuste no dia seguinte, na segunda-feira.
Vale destacar que os processos podem evoluir para uma apuração mais aprofundada ou serem encerrados, caso a caso. Procurada, a CVM informou que não comenta casos específicos. E que "acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de capitais brasileiro, tomando medidas cabíveis, sempre que necessário".
*Com informações do Estadão Conteúdo