Lucro da Netflix sobe no segundo trimestre, mas a temporada está indo por um mau caminho
A Netflix reportou crescimento firme na receita e no lucro no segundo trimestre. Mas as projeções para os próximos meses não são animadoras

O que você andou assistindo na Netflix ultimamente? Não faltam opções no enorme catálogo da empresa — eu, particularmente, vi O Gambito da Rainha há não muito tempo, mas eu costumo estar atrasado com os lançamentos.
Para a alegria da Netflix, o meu padrão de consumo não é a regra entre os assinantes. Veja alguns números das principais novidades da empresa nos últimos meses — os dados de audiência dizem respeito às primeiras quatro semanas de exibição:
- Army of the Dead — Invasão em Las Vegas: 75 milhões de espectadores;
- Fatherhood: 74 milhões;
- Sweet Tooth: 60 milhões;
- Sombra e ossos: 55 milhões; e
- A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas: 53 milhões
São números que não fazem feio perto de qualquer blockbuster, ainda mais nos tempos de hoje, em que ir ao cinema (infelizmente) é tarefa arriscada. E esse consumo de filmes e séries em casa ajudou a companhia a ter mais um trimestre bom em termos financeiros.
Entre abril e junho deste ano, a Netflix teve receita global de US$ 7,3 bilhões, alta de 19% em relação ao mesmo período de 2020. O lucro líquido aumentou quase 90% na mesma base de comparação, para US$ 1,35 bilhão — o lucro por ação foi de US$ 2,97.
Os números ficaram em linha com as expectativas do mercado, segundo dados compilados pelo Yahoo Finance; o lucro por ação ficou ligeiramente abaixo da média das projeções, de US$ 3,14, mas isso não causou grande transtorno.
O que realmente incomodou o mercado — como um episódio que fica travando o tempo todo — foram as projeções para o futuro. A temporada de 2021 para a Netflix foi boa até aqui, mas a história está caminhando para um lado mais dramático e sombrio.
Leia Também
Tanto é que, no after market de Nova York, as ações da Netflix (NFLX) recuavam 1,2% por volta das 18h (horário de Brasília), a US$ 525,61 — logo depois da publicação do balanço, os papéis chegaram a despencar mais de 5%. Na B3, as BDRs da Netflix (NFLX34) fecharam em queda de 0,05% hoje, a R$ 55,62.
Quer saber como investir em BDRs e quais as perspectivas para essa classe de ativos no segundo semestre? O Seu Dinheiro preparou um vídeo com as dicas e opiniões de especialistas:
Para onde crescer?
Em termos operacionais, a Netflix reportou a adição de 1,5 milhão de novos usuários pagos, novamente superando as expectativas do mercado. O problema é que, para o terceiro trimestre, a empresa espera resultados, no mínimo, tímidos.
Veja o resumo das previsões fornecidas pela própria Netflix para os próximos três meses:
- Receita líquida: US$ 7,48 bilhões;
- Lucro líquido: US$ 1,2 bilhão;
- Lucro por ação: US$ 2,55; e
- Novos usuários pagos: 3,5 milhões.
Ou seja: em termos financeiros, a Netflix projeta uma receita praticamente estável e um lucro menor no terceiro trimestre.
E, talvez o que mais gere desconforto em Wall Street: com apenas 3,5 milhões de novos usuários pagos sendo adicionados, a Netflix caminha para um ano com uma expansão da base de assinantes bastante inferior ao passado recente:

Essas projeções modestas causam certo estranhamento, considerando que o terceiro trimestre terá a estreia de novas temporadas de series bastante populares, como La Casa de Papel, Sex Education e Virgin River.
Quanto à expansão da base, o segundo trimestre já mostrou algumas tendências preocupantes. O mercado dos Estados Unidos e Canadá encolheu em cerca de 400 mil usuários pagos em relação ao trimestre anterior; o aumento de 1,5 milhão se deve, em grande parte, ao bom desempenho na América Latina e na Ásia e Pacífico.
A sombra da competição
A Netflix, antes revolucionária no entretenimento digital, é hoje uma velha conhecida, quase uma veterana. Há agora um sem-número de serviços de streaming, cada um com sua biblioteca — Disney+, HBO Max, Globoplay, Amazon Prime, Apple TV+, Paramount+, Looke... A lista vai longe.
Eu mesmo disse no começo do texto que costumo não acompanhar os lançamentos de perto, mas vi O Caso Evandro, do Globoplay, praticamente na estreia; também consumi coisas no Disney+ e no Amazon Prime.
O ponto é que a Netflix já não nada mais de braçada no setor de streaming de conteúdo em vídeo. Além de outros serviços semelhantes, a companhia também compete com o YouTube, com redes sociais como o TikTok e com o mercado de games.
A própria Netflix divulgou em seu balanço alguns dados coletados pela Nielsen a respeito da disputa por audiência nos EUA. A TV aberta, com 23%, e a TV a cabo, com 40%, ainda dominam de longe o espectador americano.
A Netflix, segundo esse levantamento, tem 7%, seguida por YouTube (6%), Hulu (3%), Prime Video (2%) e Disney+ (2%). Outros serviços de streaming, somados, têm 8%; outras atividades, como videogames, têm 9%.
Com esses dados, a Netflix tenta passar a mensagem de que há muito espaço para os serviços de streaming avançarem, roubando audiência da TV aberta e a cabo — e a empresa, naturalmente, seria uma das mais aptas a conquistar o público. Ela, inclusive, planeja uma entrada gradual no setor de games, oferecendo jogos via streaming aos assinantes.
Ainda assim, as projeções financeiras e operacionais para o terceiro trimestre mostram que a tarefa não será fácil — e que essa história não vai ser resolvida já nessa temporada.
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora
A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
Boeing tem prejuízo menor do que o esperado no primeiro trimestre e ações sobem forte em NY
A fabricante de aeronaves vem enfrentando problemas desde 2018, quando entregou o último lucro anual. Em 2025, Trump é a nova pedra no sapato da companhia.
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell