🔴 [NO AR] TOUROS E URSOS: QUEM FICOU EM BAIXA E QUAIS FORAM AS SURPRESAS DE 2025? – ASSISTA AGORA

Estadão Conteúdo

receita para a longevidade

Gerdau, Klabin e RaiaDrogasil: Marcas com mais de cem anos fazem aposta na inovação

Seis casos analisados abaixo pela reportagem mostram que, se há uma receita para a longevidade, uma delas é a disposição em mudar e em se adaptar às novas realidades de mercado

Estadão Conteúdo
11 de outubro de 2021
20:28 - atualizado às 20:33
Homem usando equipamentos de proteção individual com a mão direita numa bobina de papel; imagem simboliza as empresas do setor, como Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11)
Homem usando equipamentos de proteção individual com a mão direita numa bobina de papel; imagem simboliza as empresas do setor, como Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) - Imagem: Shutterstock

Em um mercado difícil como o do Brasil, onde períodos de crescimento são seguidos de duros momentos de recessão, uma empresa sobreviver por um século é uma prova clara de competência e de capacidade de adaptação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar de todas as dificuldades de se fazer negócios no País, há vários exemplos de companhias que até hoje são relevantes para a economia e também para o consumidor, incluindo casos de negócios centenários na indústria pesada, na fabricação de alimentos, em moda, higiene e beleza e também no segmento de mídia, como é o Estadão, fundado em 1875.

Mas existe um segredo para a sobrevivência no longo prazo? Os seis casos analisados abaixo pela reportagem mostram que, se há uma receita para a longevidade, uma delas é a disposição em mudar e em se adaptar às novas realidades de mercado sem abrir mão daquilo que faz a empresa ser singular e garante a fidelidade de seus consumidores.

Difícil equilíbrio

Parece - e é - um equilíbrio difícil de atingir, tanto que são raros os negócios que conseguem se perpetuar para além do primeiro século. Não há estatísticas oficiais no Brasil sobre a quantidade de empresas centenárias em atividade, mas consultores dizem que chegar aos 100 anos tem ficado cada vez mais difícil.

"A empresa precisa se manter moderna, com tecnologia de ponta. Precisa responder rápido às mudanças. Poucos negócios conseguem esse dinamismo na gestão", afirma o presidente da consultoria Corporate Consulting, Alberto Paiva.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em algum momento, as companhias centenárias citadas nesta reportagem tiveram de dar um "salto" fora de sua zona de conforto.

Leia Também

Algumas delas já trocaram de dono algumas vezes - caso da Alpargatas, dona das tradicionais sandálias Havaianas - ou enfrentaram severas dificuldades financeiras antes de mudar de mãos, como ocorreu com a fabricante de higiene e beleza Granado, que ficou na família fundadora por um longo período, até ser comprada por um empresário inglês nos anos 1990.

Por outro lado, há negócios que conseguiram prosperar sem abandonar sua origem. É o caso das indústrias Klabin (de papel e celulose) e da siderúrgica Gerdau. A primeira continua sendo controlada pelas famílias originais (Klabin e Lafer), enquanto a segunda só deixou suas mais profundas raízes familiares recentemente.

Foi só há quatro anos que a companhia, que ainda é controlada pelos descendentes dos fundadores, escolheu pela primeira vez ter um presidente sem o sobrenome Gerdau Johanpetter - o atual CEO, Gustavo Werneck.

O executivo, além de trazer inovações para o negócio, adotou um toque pouco associado a uma indústria. Adaptando-se ao discurso dos novos tempos, a Gerdau passou a abraçar com força a causa da diversidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Adequar-se às mudanças da sociedade - que, em um século, são muitas - é fundamental para a sobrevivência. Por mais que os negócios permaneçam basicamente os mesmos, os desafios de se administrar uma estrutura gigante impõem nova forma de pensar.

O presidente da consultoria Mesa Corporate Governance, Luiz Marcatti, lembra que o sucesso do passado não garante mais a sobrevivência de qualquer companhia e que o processo de inovação precisa ser contínuo. "Todas as empresas precisam constantemente avaliar seu mercado, o comportamento dos seus clientes, as tendências de transformação nos hábitos de consumo, os movimentos dos seus concorrentes e o surgimento de novos players", diz o especialista.

Marcatti destaca que muitas empresas têm a história, além do seu tempo de vida, atrelados ao período mais produtivo dos seus fundadores e, por essa razão, muitas acabam não conseguindo seguir em frente. "A administração dos negócios costuma ter uma marca personificada nos donos. As empresas mais longevas são aquelas que conseguem avaliar seu ciclo de vida e desempenho, e têm a coragem de se transformar para viver novos ciclos produtivos."

Gerdau mira em inovação

Com 120 anos, a Gerdau começou como uma fábrica de pregos e se transformou na maior siderúrgica do País, com forte presença nos EUA e faturamento de mais de R$ 40 bilhões. Representante tradicional da "velha indústria", a empresa direcionou o negócio para a inovação e caminha para os serviços ligados ao aço.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo o presidente da empresa, Gustavo Werneck, há alguns anos, a companhia passou por uma reflexão profunda para se adaptar às novas demandas do mercado. "Para sobreviver nos próximos 120 anos e por medo de não acompanhar o mercado, decidimos ouvir nossos parceiros, clientes e o mercado de capitais", diz.

Essa reflexão já gerou frutos, como a Gerdau Graphene, focada no desenvolvimento e na comercialização de produtos com a aplicação do grafeno, material ao mesmo tempo forte e leve. Lançou ainda a Juntos Somos Mais, em sociedade com a Votorantim Cimentos e a Tigre.

Outra empresa criada foi a G2L, de logística. Para Werneck, a prova de que a siderúrgica está no caminho certo é o próprio balanço, que bateu recorde no segundo trimestre de 2021. "Chegamos aos 120 anos com os melhores resultados financeiros da história, com as pernas fortes", diz o executivo, o primeiro nome de fora da família Gerdau Johannpeter a chefiar o negócio criado há mais de um século.

Klabin quer ser a 'Ambev do papel'

Fundada em 1899 como fabricante e importadora de artigos de escritório, a Klabin hoje é uma das maiores produtoras e exportadoras de papel e celulose do mundo, com faturamento anual de quase R$ 12 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar de estar na Bolsa desde 1979, o controle do negócio continua nas mãos das famílias Klabin e Lafer. A influência familiar, que para muitos analistas pode ser um risco de governança, para Cristiano Teixeira, presidente da empresa, é um dos segredos da longevidade.

"Muitos podem pensar que a governança de uma empresa familiar é pior do que a de uma corporação, mas já estive em todos os tipos de empresa e não vejo dessa maneira", diz Teixeira.

Segundo o executivo, a família teve participação na decisão de atuar com todos os tipos de celulose: fibra curta, longa e fluff (usada para materiais higiênicos). Os herdeiros dos fundadores também encamparam um programa de sustentabilidade que permitiu a redução das emissões de carbono da empresa em 60% desde 2004.

Teixeira crê que o futuro da Klabin é ser uma "Ambev do papel". Ou seja: procurar sócios no exterior e criar uma empresa ainda mais global, mesmo que isso leve as famílias fundadoras a abrir mão do controle após mais de cem anos. "A empresa tem pernas para continuar sendo líder não só no Brasil, mas também no mundo."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Leia também:

Raia Drogasil está de olho na saúde

Uma das tarefas semanais de Antônio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da Raia Drogasil (RD), é se reunir com os novos gerentes da varejista farmacêutica, que tem 2,3 mil lojas pelo País. Nesses encontros, Pipponzi conta a história da Droga Raia, fundada pelo seu avô João Baptista Raia, em 1905, em Araraquara (SP) - sem se esquecer, claro, da fusão com a então rival Drogasil, em 2011.

Líder do setor, com faturamento de R$ 21 bilhões, a empresa tem uma vantagem de R$ 10 bilhões sobre a segunda colocada. Para Pipponzi, isso só foi possível porque a companhia conectou os ensinamentos de seu avô, que sempre primou pelo atendimento, com as lições de gestão das gerações seguintes e os aprendizados vindos da Drogasil. "O meu avô estaria realizado, pois o que estamos fazendo é uma multiplicação do que ele fazia, que era ter o foco nas pessoas", diz

Para Pipponzi, o futuro da RD é se tornar mais uma empresa de saúde do que de varejo. Um dos passos dessa estratégia foi o lançamento da plataforma de saúde Vitat, visando à expansão de serviços como orientações nutricionais, psicológicas e físicas.

No entanto, a expansão continuará forte. Atualmente, a Raia Drogasil abre uma loja no Brasil a cada dia útil. Contando este ano e 2022, a empresa deve alcançar 480 novas unidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXCLUSIVO

Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares

26 de dezembro de 2025 - 16:01

Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group

NOVELA CORPORATIVA

IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3

26 de dezembro de 2025 - 14:00

A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto

GRANDE COMPRA

Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história

26 de dezembro de 2025 - 13:21

Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup

FIM DA DISPUTA

Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3

26 de dezembro de 2025 - 12:30

O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas

DISPUTA DE ACIONISTAS

Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo

26 de dezembro de 2025 - 11:45

Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações

MAIS CHINELOS NO CARRINHO

Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas

26 de dezembro de 2025 - 9:36

Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação

NEGÓCIOS

Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa

25 de dezembro de 2025 - 18:11

CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill

MAIS AÇÕES

Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão

25 de dezembro de 2025 - 15:15

Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões

MARCA FIT

Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões

25 de dezembro de 2025 - 8:00

Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades

CHUVA DE PROVENTOS

Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar

24 de dezembro de 2025 - 12:00

O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos

GRANDES MUDANÇAS

Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar

24 de dezembro de 2025 - 11:15

A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA

COMPRAR OU VENDER?

O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações 

24 de dezembro de 2025 - 10:38

Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026

ATENÇÃO, ACIONISTAS!

B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições

23 de dezembro de 2025 - 19:38

Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões

COMPRAR OU VENDER?

2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações

23 de dezembro de 2025 - 19:33

O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%

RECALCULANDO A ROTA

Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão

23 de dezembro de 2025 - 18:55

Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação

UM NOVO GÁS

Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos

23 de dezembro de 2025 - 16:29

Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3

VAREJO EM ALERTA

Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal

23 de dezembro de 2025 - 15:39

Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios

ALIANÇA PET

AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes

23 de dezembro de 2025 - 14:00

Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho

DE OLHO NA B3

IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança

23 de dezembro de 2025 - 13:01

A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial

MUDANÇAS À FRENTE?

Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3

23 de dezembro de 2025 - 11:58

Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar