Defensivas e com potencial de crescimento: como as ações do setor de saúde ainda podem dar muitas alegrias na bolsa
A combinação de baixo endividamento, bons níveis de caixa e espaço para consolidação torna as ações do segmento muito atrativas, segundo analistas
Imagine uma empresa já de grande porte, sólida, com boa previsibilidade de resultados e que paga dividendos com regularidade. Além disso, a configuração do seu setor permite que ela cresça ainda mais, principalmente comprando outras companhias.
É possível dizer que o segmento de saúde suplementar consegue se encaixar nessa descrição. Ações de empresas como Rede D’Or (RDOR3), Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3) não costumam ter variações abruptas, e já podem ser colocadas na categoria de ações “defensivas”, que pagam bons dividendos e com menos instabilidade.
Mas se esse perfil mais sólido não convence parte dos investidores, analistas que acompanham de perto as empresas chamam atenção para o grande potencial de crescimento que este segmento possui no Brasil.
Giovana Scottini, sócia e analista de renda variável da Meraki Capital, aponta que as três empresas citadas acima, que são líderes em serviços hospitalares, respondem por 3% dos leitos disponíveis no país.
“Quando se conta somente os hospitais privados, Rede D’Or, Hapvida e NotreDame têm, somados, 9,5% do total de leitos disponíveis”, explica Scottini.
Não à toa, as companhias têm promovido uma verdadeira corrida por aquisições. A Rede D’Or, maior em valor de mercado, tem procurado inclusive diversificação geográfica, já que sempre foi forte em São Paulo e Rio de Janeiro.
Leia Também
Recentemente, a empresa adquiriu hospitais em Minas Gerais e Paraíba, além de ampliar sua atuação em São Paulo, com a compra de uma unidade no bairro do Capão Redondo, na zona Sul da capital paulista.
E a vontade de crescer é tanta, que menos de seis meses depois de realizar sua abertura de capital, a Rede D’Or fez outra oferta de ações no fim de maio, que movimentou um total de R$ 4,9 bilhões, dos quais R$ 1,8 bilhão reforçaram o caixa da empresa.
“A Rede D’Or já não tinha muita competição no segmento premium. E agora, tem muito espaço para fazer uma consolidação, em lugares onde ainda não atua, e até mesmo onde já está presente”, projeta João Julio Matos, sócio da Helius Capital.
Outra possibilidade para a empresa é a aposta em verticalização, que consiste em atuar em toda a cadeia de serviços hospitalares, desde a operação de planos até exames laboratoriais. Em relação aos planos de saúde, a Rede D’Or atingiu em maio mais de 25% de participação no capital da Qualicorp.
“Este movimento é muito bom para a empresa. Mas também é importante lembrar que ainda há um potencial muito grande para crescimento em hospitais”, lembra Scottini.
Gigantes unidas
Para fazer frente à Rede D’Or, Hapvida e NotreDame Intermédica estão próximas de concluir a esperada fusão.
A Hapvida foi outra que fez nova oferta de ações recentemente, captando cerca de R$ 2 bilhões. O dinheiro vai servir principalmente para financiar a fusão com a NotreDame.
Depois que a operação foi aprovada pela Agência Nacional de Saúde (ANS), na semana passada, os analistas do BTG Pactual chamaram atenção para o fato de que as ações das duas empresas ainda não refletem os principais benefícios resultantes da transação.
“Apesar do momento mais complicado para os lucros das empresas, ainda atingidas pelos efeitos da pandemia de covid-19, existem três fatores de valorização das ações que ainda não estão nos preços atuais”, explica o BTG.
Segundo a equipe do banco, as sinergias em custos, tanto operacionais quanto tributários, e nas receitas, além do potencial de fazer novas fusões e aquisições, colocam os papéis das duas empresas como os preferidos do BTG dentro do setor.
Atualmente, as duas empresas têm um valor de mercado combinado de R$ 114 bilhões, contra R$ 137,5 bilhões da Rede D’Or.
No entanto, o espaço para endividamento da nova empresa seria muito maior, já que a Hapvida fechou março com caixa líquido, e a NotreDame tem uma relação dívida líquida/Ebitda próxima de zero, contra 2,4 vezes da concorrente Rede D’Or.

“Com a fusão, Hapvida e NotreDame teriam cerca de 18% do mercado de planos de saúde. É possível crescer mais. E há uma boa complementaridade geográfica entre elas”, explica Giovana Scottini, da Meraki.
João Julio Matos, da Helius Capital, ressalta outra vantagem, presente principalmente na Hapvida. “Um dos segredos para quem atua neste setor é o controle de custos. E a Hapvida consegue, por ter operação mais verticalizada, oferecer planos que chegam a custar um terço dos oferecidos pelas seguradoras, por exemplo”.
E a fusão deve inclusive, na opinião dos analistas, melhorar o acesso da população aos serviços. “Hoje, só 23% das pessoas possuem plano de saúde no Brasil”, lembra Scottini.
E os laboratórios?
Quando se fala em medicina diagnóstica, os dois principais nomes são Dasa e Fleury. E para os analistas, o grande desafio das duas empresas é diversificar tanto os serviços quanto o atendimento.
“A Dasa já tem uma rede de hospitais e a ideia da empresa, principalmente depois da última oferta de ações, é criar um ecossistema de prestador de serviços. Já o Fleury comprou recentemente clínicas de ortopedia e de olhos. As duas tentam se tornar mais relevantes para os planos de saúde”, explica Matos, da Helius.
Nos últimos cinco anos, o Fleury já investiu cerca de R$ 1 bilhão em aquisições. A Dasa, recentemente, anunciou a compra da HBA, que opera o Hospital de Salvador, na Bahia, por R$ 850 milhões.
Os analistas ressaltam que estas ações são boas alternativas para o investidor que pensa em longo prazo. “Hoje já é um setor defensivo, um ‘call estrutural', já que sempre há demanda por serviços de saúde”.
Em relação a dividendos, há uma diferenciação, já que redes de hospitais demandam mais investimentos que operadores de planos de saúde.
Mesmo assim, a Rede D’Or anunciou que vai pagar, no dia 5 de julho, mais de R$ 156 milhões em juros sobre capital próprio aos seus acionistas. O que resume a tese de que as empresas estão com saúde suficiente para crescer e ainda dividir seus lucros.
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.