O noticiário envolvendo o Banco do Brasil (BBAS3) foi movimentado na terça-feira (13) à noite.
A primeira notícia se refere ao Banco Votorantim (Banco BV), controlado pelo banco público em parceria com o Grupo Votorantim, da família Ermírio de Moraes.
Segundo o BB, foi solicitado o cancelamento dos pedidos de registro de companhia aberta e da oferta pública de distribuição primária e secundária (IPO, na sigla em inglês) de "units" do BV junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O banco informou que a decisão foi tomada diante da "conjuntura atual de mercado", uma alegação que motivou muitos outros cancelamentos de IPOs nos últimos tempos.
O BV retomou os planos de IPO em agosto, depois de cancelá-los em março por conta dos efeitos da pandemia de covid-19 nos mercados na ocasião. A expectativa, segundo notícias que circulavam no mercado, é de que a operação levantasse até R$ 3,5 bilhões.
Antes da pandemia, os donos do banco esperavam arrecadar um total de R$ 5 bilhões com o IPO.
Novos vice-presidentes
Não bastasse isso, o Banco do Brasil também anunciou ontem que Carlos André renunciou ao cargo de vice-presidente gestão financeira e de relações com investidores, por motivo de aposentadoria, e Mauro Ribeiro Neto pediu sair do cargo de vice-presidente corporativo por motivos pessoais.
A saída dos executivos será efetivada a partir de 26 de abril, no caso de André, e a partir de 30 de abril, para Ribeiro Neto. A saída de ambos foi antecipada por fontes ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Para o lugar deles, a instituição informou a indicação de José Ricardo Fagonde Forni, atualmente diretor de suprimentos, infraestrutura e patrimônio, e Ênio Mathias Ferreira, atual diretor de governo, para os cargos de vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores e de vice-presidente corporativo, respectivamente.
As mudanças foram anunciadas após Fausto Ribeiro assumir a presidência do Banco do Brasil em 1º de abril.
Ele entrou no lugar de André Brandão, que apresentou seu pedido de renúncia ao cargo de presidente do banco em 18 de março, após meses de atrito com o presidente Jair Bolsonaro. Ele foi o segundo executivo a deixar o comando da instituição no atual governo.
A saída de Brandão era cogitada desde que Bolsonaro expressou descontentamento com o plano de reestruturação do Banco do Brasil – que envolvia a demissão incentivada de mais de 5 mil funcionários, além do fechamento de agências.
A forma como a troca foi feita desagradou parte do conselho de administração, levando inclusive à renúncia do presidente do colegiado, e foi criticada por membros do comitê de pessoas, remuneração e elegibilidade (Corem) da instituição, responsável por analisar indicações para os cargos de comando.
Em carta enviada aos funcionários no dia 5 de abril, o novo presidente do Banco do Brasil prometeu "austeridade" nas despesas e sequência à agenda de venda e de reorganização societária de negócios secundários, mas demonstrou alinhamento com a agenda de Bolsonaro.
* Com informações da Estadão Conteúdo