Trio de bancões e Vale (VALE3) são as ações mais recomendadas para o São João na B3; confira as principais indicações para junho
No arraial da B3, as corretoras elegeram para o cortejo junino um trio que há muito tempo não dava as caras nos primeiros lugares da nossa seleção
O mês de junho chegou e, com o arrefecimento da pandemia de covid-19, os brasileiros se preparam para o retorno das festas de São João. No arraial da B3, as ações também já ajeitam uma celebração tipicamente junina.
A fogueira está acesa, as comidas festivas foram servidas e haverá uma quadrilha para animar a noite. A operadora da bolsa brasileira fará às vezes de padre; a ordem dos casais na dança foi escolhida pelas corretoras consultadas todos os meses pelo Seu Dinheiro.
Como não poderia deixar de ser, a noiva é a Vale (VALE3). Queridinha absoluta dos analistas, a mineradora aparece entre as favoritas em seis carteiras e ocupa o primeiro lugar no pódio da Ação do Mês desde dezembro do ano passado.
Mas, apesar do vestido branco e do véu, ela não é a estrela da festa. O que chama mesmo a atenção é que, para completar o cortejo junino, as corretoras elegeram um trio que há muito tempo não dava as caras nos primeiros lugares da nossa seleção.
De camisa xadrez, chapéu de palha e calça remendada, três dos maiores bancos brasileiros roubam os holofotes do arraial.
Com três indicações cada, Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) dividem o segundo lugar do pódio e acompanham a noiva. Já o Itaú Unibanco (ITUB4) — favorito de duas corretoras — forma o segundo casal mais importante da noite junto com a Petrobras (PETR4), que também recebeu duas menções.
E não é por acaso que eles ressurgem neste momento. O ciclo de aperto monetário ainda em curso no país leva a uma taxa de juros mais elevada, que ajuda a melhorar o spread bancário e as margens dessas instituições.
Além disso, a retomada do crescimento brasileiro — segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1% nos primeiros três meses de 2022, em relação ao quarto trimestre de 2021 — também é uma boa notícia para o setor.
A economia é aquecida pela fogueira de São João e, assim, a busca por crédito também esquenta e leva mais consumidores às instituições bancárias.
Confira abaixo todos os papéis apontados pelas 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro:
Entendendo a Ação do Mês: todos os meses, o Seu Dinheiro consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são suas apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 ações, os analistas indicam as suas três prediletas. Com o ranking nas mãos, selecionamos as que contaram com pelo menos duas indicações.
Vale (VALE3) — uma coroa de (minério de) ferro para a rainha da festa
A noiva do arraial da B3 também pode ser coroada a rainha da Ação do Mês. No pódio há sete meses consecutivos, a Vale (VALE3) manteve-se entre os favoritos de Santander, Toro e Terra Investimentos, e voltou ao “top 3” da Ativa Investimentos em junho.
Apesar da medalha do lugar mais alto do pódio ser tradicionalmente feita de ouro, a dessa majestade da B3 é feita de minério de ferro. Os preços altos da commodity, que avançou cerca de 14,8% entre janeiro e maio, ajudam a compensar tropeços na produção da empresa.
Vale lembrar que a companhia chegou a paralisar parte das operações no primeiro trimestre de 2022, e mostrou uma desaceleração operacional e financeira que desagradou o mercado.
Mas a Vale tem suas cartas na manga e neutralizou o resultado amargo com o anúncio de um novo programa de recompra de até 500 milhões de ações ordinárias e ADRs — recibos de ações negociados no exterior.
O montante estabelecido para compra e aprovado pelo Conselho de Administração da mineradora representa 10% do número total de ativos em circulação. Para o Santander, a operação demonstra que a mineradora segue com foco na remuneração dos acionistas.
Banco do Brasil (BBAS3) — ações com desempenho invejável
O segundo colocado na seleção das corretoras não aparecia por aqui desde o ano passado e escolheu as festividades juninas para seu retorno triunfal, conquistando as recomendações de Guide, Inter e Santander.
Mas, mesmo fora dos holofotes, o Banco do Brasil (BBAS3) não deixou de trabalhar. Conforme destaca o Inter, as ações do BB sobem mais que as de seus pares. De acordo com o banco, o desempenho reflete os resultados acima das expectativas do mercado.
No último trimestre, por exemplo, a instituição financeira obteve lucro líquido ajustado de R$ 6,6 bilhões; as estimativas apontavam para um lucro de R$ 5,3 bilhões. O resultado também representa uma alta de 34,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com isso, os papéis BBAS3 já acumulam alta de 27,1% neste ano — e, para o Inter, vem mais por aí. “Mantemos ainda uma visão otimista para 2022, vindo de um controle nos custos e de crescimento na margem financeira e menores despesas com provisões”, escrevem os analistas.
Além do resultado financeiro robusto, a Guide aponta que o Banco do Brasil tem outra vantagem: “a forte presença no mercado de agronegócio, com uma carteira de R$ 225 bilhões e market share de 53,7% no segmento”.
A corretora também aposta que o BB manterá as margens de rentabilidade estáveis, e acrescenta esperar que o banco siga ampliando outras fontes de receita, como a previdência e o consórcio.
Bradesco (BBDC4) — um campeão sazonal
Outro nome que andava sumido da Ação do Mês era o Bradesco (BBDC4). O banco, ao que parece, gosta de marcar presença apenas na festa de São João — sua última aparição em um lugar de destaque por aqui também havia sido em junho do ano passado.
Agora, com a volta da temporada junina, a empresa retorna ao pódio das corretoras, indicada por Daycoval, Elite Investimentos e Nova Futura.
A conquista ocorre na esteira de um bom resultado financeiro: o banco registrou lucro líquido de R$ 6,8 bilhões entre janeiro e março deste ano. O número é maior do que o projetado no consenso da Bloomberg, de R$ 6,671 bilhões e, em relação ao mesmo período de 2021, representa alta de 4,7%.
Os resultados são complementados pela disposição para enfrentar as fintechs, inimigas das financeiras tradicionais. Ao invés de se desesperar com o avanço das novas tecnologias, o Bradesco decidiu combater os bancos digitais em seu próprio terreno.
“Juntos, seus três bancos digitais (Next, Bitz e Digio) tinham, em março, 19 milhões de clientes. É menos da metade do líder Nubank, mas as iniciativas combinadas ficam acima do Inter, que tinha 18,6 milhões de clientes naquele mês”, explica a Elite Investimentos.
Segundo a corretora, o Bradesco vê nas marcas um caminho para distribuir seus produtos e serviços a um público jovem, de menor renda e desbancarizado — o alvo preferencial das fintechs. “E dá números que dimensionam o cumprimento da estratégia: 78% dos clientes Next não são correntistas do Bradesco, por exemplo”.
Nesse cenário, a Elite aposta no banco como uma empresa de caráter defensivo para o portfólio, “mas com capacidade de crescimento e perspectiva de voltar a ser uma boa pagadora de proventos”.
Antes de São João, a repercussão das ações de maio
No último mês, a bolsa brasileira mostrou que a máxima “venda em maio e vá embora” — um famoso ditado do mundo financeiro — está mais para lenda do que para sugestão de investimento.
Ao menos para o Ibovespa: o principal índice acionário da B3 terminou o mês com um avanço de 3,22%.
Já entre as ações recomendadas para o mês passado o resultado foi misto, como mostra a tabela abaixo com cores verdes e vermelhas, próximas ao equilíbrio.
A campeã do mês, Vale (VALE3), subiu 3,67%, enquanto a segunda colocada, PetroRio (PRIO3) teve um desempenho ainda melhor, com alta de 6,02%.
O destaque negativo foram as ações da Petz, que recuaram mais de 20%. Veja a lista completa:
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem antes da divulgação do PIB dos EUA; Ibovespa acompanha RTI e taxa de desemprego na véspera do feriado
-
Rodolfo Amstalden: Deus abençoe as meme stocks
-
Ranking dos ricaços: Trump engorda fortuna em US$ 4 bilhões e já supera um dos maiores investidores do planeta
Mais lidas
-
1
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
-
2
Após prejuízo bilionário, CEO da Casas Bahia está “confiante e animado” para 2024 — mas mercado não compra ideia e ação BHIA3 cai forte na B3
-
3
Ação do ex-dono do Grupo Pão de Açúcar desaba quase 50% na bolsa francesa em um único dia e vira “penny stock”