O prosseguimento do aperto monetário pelo Banco Central ao longo de 2022 é dado como certo pelos agentes do mercado financeiro.
A taxa Selic encontra-se em 7,75% e deve chegar ao fim de 2021 pelo menos a 9,25% ao ano, conforme sinalização da autoridade monetária.
Para o fim do ano que vem, o mercado já vê a taxa básica de juro a 11% ao ano. É o que mostra a mais recente edição da pesquisa semanal Focus, divulgada hoje pelo BC.
Mas...
Enquanto economistas chamam a atenção para os riscos da alta do juro sobre a atividade econômica, diretores da autoridade têm indicado que a elevação da Selic em 1,5 ponto porcentual na reunião de dezembro “ainda parece apropriado” e mostram-se confiantes na empreitada de trazer a inflação de 2022 para o “mais próximo possível” do centro da meta.
Seja como for, a autoridade monetária está disposta a colocar os juros “onde for preciso” para atingir tal objetivo.
É o que afirma a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado.
“Acho muito difícil dizer que BC está passivo acomodando política fiscal. O BC vai colocar a taxa de juros onde precisar. Não aumentar juros por preocupação com dívida não é condizente com nossas ações e independência”, argumenta ela.
Fernanda Guardado afirmou que a autarquia não trabalha com um cenário de estagflação no Brasil, muito menos no mundo. “Temos muita dificuldade em ver números negativos para o PIB em 2022”, disse.
Trabalho sério
Ainda segundo ela, a autoridade monetária leva “muito a sério seu mandato” e tem agido da maneira que acha correta para conter piora de expectativas de inflação e impactos de segunda ordem dos choques sobre os preços. “O que a política monetária pode fazer é o que estamos fazendo, estamos reagindo.”
Os comentários da diretora do BC foram feitos durante o webinar “O Brasil frente à conjuntura Internacional no pós pandemia”, promovido pela Associação e Sindicato dos Bancos do Estado do Rio de Janeiro (Aberj).
*Com informações do Estadão Conteúdo.