A incerteza destrói os seus investimentos na bolsa, mas você também pode lucrar com ela; veja como
Na incerteza, saímos vendendo todos os nossos ativos por preços descontados com esperança de conseguir salvar uma parte do capital que pode virar pó
Imagine a seguinte situação: você está sentado numa cadeira e é avisado que levará um pequeno choque elétrico nos próximos dez segundos. Não existe incerteza aqui: você levará um choque, apenas não sabe o exato momento em que isso irá acontecer.
Agora imagine uma outra situação: você está na mesma cadeira, mas desta vez é informado que poderá receber um choque nos próximos segundos – ou seja, pode ou não receber.
Em qual dessas situações você acha que se sentiria mais desconfortável?
Odiamos incerteza
Se você me perguntasse qual dessas situações é a mais fácil de suportar, eu não pensaria duas vezes para responder que a menos pior é segunda: é melhor ter alguma chance de não levar um choque do que ter a certeza de que isso vai acontecer.
Parece óbvio, não é?
No entanto, não foi essa a conclusão de um estudo realizado pela Nature Communications há alguns anos.
Leia Também
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
O tal experimento concluiu que os indivíduos submetidos ao teste atingiam níveis menores de estresse nas situações nas quais sabiam que iriam levar um choque. Nas situações onde poderiam ou não receber o choque, os níveis de estresse acabavam sendo maiores por causa da incerteza.
Apesar de não fazer muito sentido, isso explica alguns comportamentos estranhos dos investidores no mercado.
As eleições, sobre as quais falamos na semana passada, costumam ser um bom exemplo. Sem ter um cenário definido, investidores não aguentam o estresse e vendem suas posições por não suportar as incertezas – mesmo sem se perguntar se os resultados possíveis seriam tão ruins assim.
Mais incerteza
Se os investidores ficam angustiados com incertezas, a nova variante da Covid-19, chamada de Ômicron, se torna um problemão.
Ainda sabemos muito pouco sobre ela. E ela pode nem ser assim tão ruim, na comparação com outras cepas que já tivemos de enfrentar. Mas o simples fato de termos muitas perguntas ainda sem respostas é insuportável para a maioria dos investidores.
A variante Ômicron pode ser mais perigosa do que as anteriores, sim. Ela também pode provocar um surto parecido ou pior do que a Delta fez na Índia.
As vacinas já aplicadas na população podem não ser eficazes contra as mutações da nova cepa.
Caso as vacinas atuais não forem eficientes, pode ser que demore muito tempo para recebermos um imunizante eficaz.
E na hipótese de isso realmente acontecer, pode ser que tenhamos de passar por novos lockdowns, o que também pode estragar de vez a recuperação econômica e a situação fiscal do país.
Perceba quantos "pode" estão escritos nas linhas acima. Isso é uma verdadeira bomba de estresse para os investidores. Não é à toa que boa parte deles não aguenta e prefere desovar suas ações em busca de segurança.
Teoria da involução
O mais interessante nessa história toda é que essa é uma daquelas evoluções da espécie que nos permitiu chegar até aqui mas que nos atrapalham demais como investidores.
Nos momentos de incerteza, esperamos sempre pelo pior.
Na natureza selvagem, um arbusto se mexendo pode ser apenas efeito de uma brisa mais forte. Mas também pode ser uma leoa realizando os últimos ajustes para te levar para a "casa" como janta e, sendo assim, é melhor não esperar para ver – esperar pelo pior nos livrou de grandes problemas no passado.
Mas no mundo dos investimentos esse viés costuma nos prejudicar. Na incerteza, esperamos sempre o pior e saímos vendendo todos os nossos ativos por preços descontados, na esperança de conseguir salvar uma parte do capital que pode virar pó, porque as coisas podem continuar piorando – "melhor vender antes que caia mais."
Essa incerteza leva a maior parte dos investidores a vender as ações em momentos de desespero por preços descontados.
Esperando as janelas de oportunidade
Neste momento, a Bolsa negocia por múltiplos extremamente baixos, o que não necessariamente significa que as ações vão subir no curto prazo. Elas estavam negociando por múltiplos baixos já no mês passado e isso não foi motivo para elas subirem, não é mesmo?
O curto prazo deve continuar muito conturbado, com novas variantes surgindo, o tema eleições esquentando, os velhos problemas fiscais nos atormentando, e por aí vai.
E nos sentimos tentados a esperar o fundo do poço chegar para só então começarmos a comprar ações.
O problema é que nunca sabemos a priori quando chegamos lá. Ninguém sabe! Só sabemos que o fundo era o fundo depois que já saímos de lá.
Por isso, o objetivo do investidor não é adivinhar a mínima dos mercados.
O seu objetivo é esperar pacientemente por algumas janelas de oportunidades que aparecem de tempos em tempos, nas quais o mercado vai sofrer com a incerteza e vender para você ações boas, por menos do que o valor justo delas.
É exatamente essa a filosofia que utilizamos na série FIRE – Financial Independence, Retire Early (traduzindo: Independência Financeira, Aposentadoria Precoce). Comprar ações boas, por preços baixos, com o objetivo de carregar por longos períodos.
Por exemplo, dentre as várias indicações da série, uma das minhas preferidas é a Lojas Quero-Quero (LJQQ3), uma companhia que gera caixa, é pouco endividada, cresce com taxas relevantes e ainda tem muito espaço para crescer. No entanto, todo o pessimismo já fez os papéis caírem 60% desde as máximas do ano, e certamente são uma compra interessante nesses patamares visando um horizonte de investimento mais longo.
Se quiser conferir esta e outras oportunidades, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a próxima!
Ruy
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa