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Investidores aumentam cautela antes de decisão do Fed e Ibovespa deve sentir fritura de Guedes

A dança das cadeiras no ministério da Economia ainda deve repercutir no pregão desta quarta-feira (28). Especialistas do mercado já afirmam que o cheiro de óleo quente está no ar, e que Guedes já está sendo empanado há algum tempo.

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Esse desgaste no Ministério da Economia acontece em um momento complicado para Bolsonaro, que enfrenta a pandemia de covid-19 e uma CPI que está mirando diretamente em seu governo. 

Brasília deve pesar, mas a bolsa pode ignorar esses fatos (como fez em alguns pregões nas semanas anteriores) e se apegar ao noticiário positivo. Hoje sai a decisão do Fed sobre política monetária, o que deve diminuir a liquidez dos mercados até o início da tarde. 

A fala do presidente da instituição, Jerome Powell, após o anúncio sobre a política monetária também deve ficar no radar dos investidores no dia de hoje.

Já a proposta de um novo pacote de estímulos para famílias carentes do presidente americano, Joe Biden, pode ser uma faca de dois gumes. Se, por um lado, a ajuda irá movimentar a economia americana, por outro, a inflação pode disparar. E com a postura acomodatícia do Fed, a taxa básica de juros não deve sofrer alterações tão cedo.

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No meio desse cenário, a temporada de balanços continua no Brasil, e o investidor deve estar atento aos destaques de Santander, Weg, Multiplan e CSN, que divulgam hoje seus dados do primeiro trimestre.

Confira esses e outros destaques para o dia de hoje:

2º maior IPO do ano

A Caixa Seguridade movimentou R$ 5 bilhões em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na B3. Esse montante só foi menor do que o da CSN Mineração, que movimentou R$ 5,2 bilhões. O preço das ações da companhia foram definidos em R$ 9,67 — acima do piso da faixa indicativa, que era entre R$ 9,33 e 12,67.

Paulo Guedes na cozinha

O Ministro da Economia, Paul Guedes, anunciou ontem a troca de cargos de confiança no Ministério. Segundo apurado pelo Estadão/Broadcast, a saída de Waldery ocorreu depois de uma série de embates em torno da sanção do Orçamento de 2021, marcado por uma série de polêmicas entre o governo e o Congresso.

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Pessoas próximas no Palácio do Planalto afirmam que Guedes recebeu pressão da ala ideológica do presidente da República, Jair Bolsonaro, para a troca dos cargos. Alguns analistas ainda afirmam que esse pode ser o início do fim do “super ministério” da economia.

Apesar de ser o ministro forte do governo, Guedes tem entrado em embates com o Congresso e já colocou o cargo à disposição diversas vezes. Essa mudança de cadeiras para uma equipe mais próxima ao governo pode sinalizar um enfraquecimento, ou (um termo mais usado pelo governo) fritura do ministro.

Guedes pisa no tomate

Não bastasse a já difícil situação do Brasil no exterior, o ministro Paulo Guedes ainda fez um comentário racista sobre o coronavírus. Sem saber que era gravado, Guedes afirmou que "o chinês" criou a covid-19 e ainda produziu vacinas de eficácia mais baixa do que aquelas desenvolvidas por farmacêuticas dos Estados Unidos.

A importação de vacinas e da matéria prima para a produção de imunizantes no país já sofre após comentários do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre o gigante asiático.

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A China chegou a pedir que Araújo deixe o cargo para destravar a compra desses produtos essenciais para o avanço da vacinação no país. Uma retaliação do país é esperada pelos investidores.

Apertem os cintos, o Fed assumiu

O Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) deverá manter sua taxa básica de juros entre 0,00% e 0,25% na decisão de política monetária de hoje. Isso pode renovar o otimismo cauteloso do mercado sobre a retomada da economia nos Estados Unidos.

Entretanto, na entrevista coletiva com o presidente da instituição, Jerome Powell, após a decisão, deve trazer um novo tom para os negócios. As expectativas giram em torno de comentários sobre quando a política de compra de ativos e estímulos irão acabar. 

O Federal Reserve colocou como meta reduzir ainda mais a taxa de desemprego, que hoje gira em torno de 6,0%. Com isso, os incentivos para geração de emprego e ajuda às empresas não devem acabar tão cedo, de acordo com especialistas. 

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Na mesma linha, eles afirmam que os Estados Unidos só voltarão ao pleno emprego em 2023 e que o Fed altere a taxa de juros em 2024. 

Auxílio emergencial (gringo)

O presidente americano, Joe Biden, anunciou na manhã desta quarta-feira (28) uma proposta de ajuda para famílias no valor de US$ 1,8 trilhão. A notícia deve ser positiva para aumentar o nível de consumo das famílias mais carentes.

Mas os dados da inflação americana, que devem ser divulgados ainda esta semana, e a decisão da política monetária podem pressionar a aprovação do novo pacote. De acordo com o Broadcast, Biden propõe um aumento de impostos sobre os mais ricos para financiar gastos com o novo programa de auxílio.

Bolsas pelo mundo

Os principais índices asiáticos fecharam o pregão majoritariamente em alta. Os investidores internacionais estão de olho na decisão do Federal Reserve sobre a política monetária para os EUA. Entretanto, o avanço da pandemia na Índia tem contaminado o bom humor das bolsas.

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Já as bolsas na Europa operam com leve alta, também em compasso de espera pelo anúncio da política monetária do Fed e a coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell. A temporada de balanços tem animado os negócios do Velho Continente, com destaque para os balanços do Santander e Deutche Bank no dia de hoje.

Por fim, os futuros de Nova York operam sem direção definida. Os investidores norte-americanos devem estar atentos aos desdobramentos do plano de impostos de Biden e na decisão de política monetária do Fed.

Agenda do dia

Confira os principais eventos e indicadores para esta quarta-feira (28):

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