Reforma tributária repaginada agrada o mercado e Ibovespa volta aos 128 mil pontos
Enquanto a bolsa conseguiu fugir do mau humor que predominou nos mercados internacionais, o dólar se manteve pressionado e fechou o dia em leve alta de 0,13%
Os investidores brasileiros andam com um gosto amargo na boca desde o último dia 25 de junho, data que marcou a entrega da segunda etapa da reforma tributária pela equipe econômica ao presidente da Câmara, Arthur Lira.
O texto original, que trouxe mudanças significativas na tabela do imposto de renda e na tributação de investimentos e empresas, não foi bem recebido. Ainda que a proposta trouxesse uma redução no imposto pago por empresas, dividendos e fundos imobiliários passariam a ser tributados, o que deixou a pauta indigesta para o mercado.
Desde as primeiras críticas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se mostrou disposto a fazer o assunto andar e não deixar o texto morrer na Câmara como tantas propostas de reforma tributária antes dessa. Por isso, o ministro e sua equipe fizeram alguns acordos com o relator da pauta, Celso Sabino, para ganhar o apoio do setor privado.
Hoje, no entanto, a reforma tributária não foi a razão da dor de cabeça dos investidores e sim a salvação, já que a bolsa brasileira resgatou o apetite por risco e foi na contramão de NY com as novidades.
O parecer foi apresentado esta tarde para os líderes do Congresso e já havia sido adiantado por Sabino nas redes sociais. O novo texto, que pode ser votado ainda nesta semana, manteve a isenção dos investimentos em fundos imobiliários e reduziu o imposto de renda de empresas para 2,5% em 2023, dos atuais 15%. E foi assim que, mais uma vez, o Leão assustou o dragão da inflação americana. Pelo menos na bolsa.
O Ibovespa, que pela manhã seguiu a cautela nova-iorquina, encerrou o dia em alta de 0,45%, aos 128.167 pontos. O índice foi puxado principalmente pelas ações dos bancos e das administradoras de shoppings centers, papéis que se saíram "perdedores" com a proposta original.
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Não deu para se esconder
Com um texto de reforma tributária mais agradável aos olhos do mercado, o dólar à vista também teve o seu momento de alívio, mas não por muito tempo.
A sombra do dragão da inflação voltou a assustar os Estados Unidos nesta terça-feira (13), pressionando as bolsas em Wall Street e levando o VIX, considerado o índice do medo, a subir mais de 5%.
O dia começou com dados de inflação mais altos do que o esperado, ressuscitando o temor de que o Federal Reserve aja antes de 2023 para segurar a elevação dos preços. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,9% em junho ante maio. A expectativa dos analistas era de uma alta de 0,4%.
Vale ressaltar que o CPI não é o índice de referência utilizado pelo BC americano, mas costuma antecipar o PCE, indicador que baliza as decisões do Fed. Ao longo do dia, os investidores ficaram com os olhos colados em três dirigentes da instituição, mas nenhum deles falou sobre política monetária.
O resultado foi uma nova disparada dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, levando a uma valorização do dólar frente às moedas emergentes. Depois de tocar os R$ 5,14 na mínima do dia, movimento favorecido pelo fluxo, a divisa fechou o dia com um avanço de 0,13%, a R$ 5,1809.
As bolsas americanas até tentaram ensaiar uma alta, de olho na temporada de balanços que começou hoje. Mas não deu, e os bons números dos grandes bancos foram eclipsados pela inflação. Depois do recorde triplo de ontem, o Nasdaq recuou 0,38%, o S&P 500 caiu 0,35% e o Dow Jones teve queda de 0,31%.
Voltando para o Brasil, o mercado de juros futuros operou em alta nesta tarde em todos os principais vencimentos, acompanhando a movimentação dos Treasuries. Confira os fechamentos do dia:
- Janeiro/22: de 5,81% para 5,83%
- Janeiro/23: de 7,32% para 7,37%
- Janeiro/25: de 8,37% para 8,45%
- Janeiro/27: de 8,77% para 8,87%
O xadrez político
No meio de tantos números, foi Brasília que roubou a cena - e dessa vez de forma positiva. Quase um mês após a apresentação inicial, a reforma do Imposto de Renda segue indigesta, e o mercado espera novidades. Em reunião com líderes da Câmara, o relator da proposta de reforma do Imposto de Renda, Celso Sabino (PSDB-PA), apresentou o novo parecer.
O deputado manteve a isenção para rendimentos de fundos imobiliários. Além disso, a alíquota do IRPJ deve ir de 15% para 2,5% até 2023, como forma de compensar a tributação de dividendos, mantida em 20%. As mudanças no texto foram feitas após acordos com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para reduzir a resistência do setor privado.
O setor imobiliário, com participação das empresas administradoras de shopping centers, subiu expressivamente ao repercutir o novo texto da proposta tributária apresentado pelo relator do tema, depois de ter sofrido nas últimas semanas.
O texto original modificava o sistema de tributação para empresas de lucro presumido, como os shoppings. Além disso, boa parte dessas empresas compõem carteiras de FIIs. Para Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, isso não significa que não exista uma forte expectativa para a retomada econômica no país, principalmente com a aceleração da vacinação.
Ficou em segundo plano a divulgação feita nesta manhã dos números do setor de serviços. A elevação de 1,2% no volume de serviços prestados em maio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), veio dentro das estimativas.
Sobe e desce
A Hypera Pharma liderou as altas do dia após fechar um acordo com a Sanofi para comprar um pacote de marcas por US$ 190 milhões. A empresa irá reforçar o seu portfólio com nomes populares como Cepacol e AAS, além de outros 10 medicamentos sem necessidade de receita.
A Cia Hering também foi um dos destaques positivos após o Grupo Soma confirmar que prepara uma oferta de ações para financiar a compra da varejista de moda. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| HYPE3 | Hypera ON | R$ 36,45 | 6,36% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 38,54 | 5,56% |
| JHSF3 | JHSF ON | R$ 7,50 | 3,16% |
| MULT3 | Multiplan ON | R$ 24,48 | 2,86% |
| BRAP4 | Bradespar PN | R$ 79,30 | 2,85% |
Na ponta contrária, predominou um movimento de realização de lucros - no pregão de ontem, a Embraer subiu mais de 8%. Confira também as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| EMBR3 | Embraer ON | R$ 19,12 | -2,94% |
| CMIG4 | Cemig PN | R$ 11,89 | -2,06% |
| BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 77,00 | -2,05% |
| EQTL3 | Equatorial ON | R$ 24,15 | -1,83% |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 59,47 | -1,62% |
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
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