Esquenta dos mercados: aumento de IOF pega investidor de surpresa e vencimento de opções no exterior deve movimentar bolsa hoje
O dia deve contar com alta volatilidade nos mercados internacionais, com o quadruple witching e o investidor fica de olho na nova medida do governo

No último pregão da semana, o Ibovespa deve digerir a medida que aumenta o IOF, divulgada ontem pelo Ministério da Economia e a nova pesquisa do Datafolha. Lá fora, os olhos se voltam para o vencimento de opções nas bolsas estrangeiras.
A queda das commodities metálicas da última quinta-feira (16) fez a bolsa brasileira cair 1,10%, aos 113.794 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,53%, aos R$ 5,2650.
Saiba o que deve movimentar o Ibovespa nesta sexta-feira (17):
Auxílio Brasil a qualquer custo
Na noite de ontem (16), o mercado foi surpreendido por uma medida do governo federal que aumenta o Imposto sobre Operação Financeira (IOF) entre 20 de setembro a 31 de dezembro de 2021. A medida deve afetar pessoas jurídicas (PJ) e pessoas físicas (PF).
De acordo com a proposta, os novos valores ficam da seguinte forma:
Quem | Alíquota anual (atual) | (%) hoje | (%) a partir de segunda-feira (20) | Alíquota anual (com o novo aumento) |
Pessoa jurídica | 1,50% | 0,0041% | 0,00559% | 2,04% |
Pessoa Física | 3,0% | 0,0082% | 0,01118% | 4,08% |
De acordo com o Ministério da Economia, a receita gerada deve ser de aproximadamente R$ 2,14 bilhões. Entretanto, essa medida não deve ser suficiente para financiar os planos do governo.
Leia Também
A elevação do IOF não deve gerar recursos suficientes para o pagamento do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) de R$ 300, como espera o governo. O valor, entretanto, deve conseguir pagar o benefício turbinado por poucos meses.
A medida tem caráter populista. Em primeiro lugar, por valer para pouco mais de 4 meses e não resolver o problema da arrecadação para financiar o novo programa. Em segundo, a aprovação de uma medida para aumentar o benefício social deve ocorrer antes da eleição de 2022, quando esse tipo de elevação é proibida em virtude das eleições.
Os especialistas afirmam que a nova medida deve encarecer a tomada de dinheiro, em especial em um momento de alto endividamento e elevação da taxa básica de juros, a Selic.
O impasse com os precatórios, as dívidas que o governo tem com o judiciário, que poderiam abrir um espaço de R$ 89 bilhões no Orçamento e “pagar” o aumento do Bolsa Família, deve pressionar a bolsa e o investidor durante mais um pregão.
Popularidade em baixa
O presidente da República Jair Bolsonaro sofre com uma crise de popularidade e a aprovação de um aumento do Auxílio Brasil pode segurar esse cenário. De acordo com a primeira pesquisa após o 7 de setembro:
- A reprovação do presidente passou de 51% em julho para 53% neste mês;
- A aprovação do presidente passou de 24% para 22% no mesmo período;
- A gestão é considerada regular por 24% dos entrevistados.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O principal opositor do presidente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 44% das intenções de voto no primeiro turno em 2022, frente às 26% das intenções para o atual presidente, segundo a mesma pesquisa.
A nova pesquisa do Datafolha deve fazer os investidores brasileiros ajustarem suas carteiras no último pregão da semana.
Consumidor americano salva o dia
Os analistas internacionais seguem com um olho no consumo e outro no Federal Reserve. As vendas do varejo, dado divulgado na última quinta-feira (16), surpreenderam os mercados. Enquanto especialistas esperavam queda de 0,8%, o número veio positivo em 0,7%.
A estagnação durante a retomada da economia pós crise da covid-19 é uma preocupação de todos, em especial de grandes economias como China e Estados Unidos. Os dados do gigante asiático também mostram que as atividades retornam em um ritmo menor do que o esperado.
Dessa forma, os dados de emprego e atividade econômica dos EUA são utilizados para balizar a decisão de política monetária do Banco Central americano, o que deve ser observado de perto pelos investidores antes da reunião da semana que vem.
Para hoje, o investidor internacional deve contar com uma alta volatilidade no mercado, em dia de vencimento de opções no exterior, chamado de quadruple witching. O volume de negociações deve ser elevado e movimentar as bolsas hoje.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos encerraram o último pregão da semana em alta, em movimento de recuperação após quatro sessões de perdas. Os desdobramentos do caso da Evergrande, gigante imobiliária chinesa que deve dar um calote no pagamento de juros, seguem no radar.
Na Europa, as principais bolsas da região reagem aos dados de inflação (CPI, em inglês) em linha com o esperado e sobem majoritariamente.
Por fim, os futuros de Nova York apontam para um pregão de baixa hoje, à espera de dados do consumo e poços de petróleo.
Agenda do dia
- Fipe: IPC de setembro (5h)
- Zona do Euro: CPI e Núcleo do CPI (6h)
- FGV: IPC-S Capitais (8h)
- Estados Unidos: Presidente do BoE, Andrew Bailey, e diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, participam de evento do Fundo (9h)
- FGV: Monitor do PIB de julho (10h15)
- Estados Unidos: Índice de sentimento do consumidor preliminar de setembro (11h)
- Estados Unidos: Poços de petróleo (14h)
Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”
O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores
O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair
Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas
Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420
As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia
Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas
O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC
Economia verde: União Europeia quer atingir neutralidade climática até 2050; saiba como
O BCE vai investir cerca de 30 bilhões de euros por ano; União Europeia está implementado políticas para reduzir a emissão de carbono
A escalada continua: Inflação acelera, composição da alta dos preços piora e pressiona o Banco Central a subir ainda mais os juros
O IPCA subiu 0,67% em junho na comparação com maio e 11,89% no acumulado em 12 meses, ligeiramente abaixo da mediana das projeções
Focus está de volta! Com o fim da greve dos servidores, Banco Central retoma publicações — que estavam suspensas desde abril
O Boletim Focus volta a ser publicado na próxima segunda-feira (11); as atividades do Banco Central serão retomadas a partir de amanhã
Greve do BC termina na data marcada; paralisação durou 95 dias
Os servidores do Banco Central cruzaram os braços em abril e reivindicavam reajuste salarial e reestruturação da carreira — demandas que não foram atendidas a tempo
Vai ter cartinha: Banco Central admite o óbvio e avisa que a meta de inflação para 2022 está perdida
Com uma semana de atraso, Banco Central divulgou hoje uma versão ‘enxuta’ do Relatório Trimestral da Inflação
Greve do BC já tem data pra acabar: saiba quando a segunda mais longa greve de servidores da história do Brasil chegará ao fim — e por quê
A data final da greve dos servidores do BC leva em consideração a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem previsão de acordo para a categoria
O fim da inflação está próximo? Ainda não, mas para Campos Neto o “pior momento já passou”
O presidente do BC afirmou que a política monetária do país é capaz de frear a inflação; para ele a maior parte do processo já foi feito
O Seu Dinheiro pergunta, Roberto Campos Neto responde: Banco Central está pronto para organizar o mercado de criptomoedas no Brasil
Roberto Campos Neto também falou sobre real digital, greve dos servidores do Banco Central e, claro, política monetária
O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
A renda fixa virou ‘máquina de fazer dinheiro fácil’? Enquanto Bitcoin (BTC) sangra e bolsa apanha, descubra 12 títulos para embolsar 1% ao mês sem estresse
O cenário de juros altos aumenta a tensão nos mercados de ativos de risco, mas faz a renda fixa brilhar e trazer bons retornos ao investidor
Sem avanços e no primeiro dia de Copom, servidores do BC mantêm greve
A greve já dura 74 dias, sem previsão de volta às atividades; o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deve comparecer à Câmara para esclarecer o impasse nas negociações com os servidores
Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza
Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos
Greve do BC: Vai ter reunião do Copom? A resposta é sim — mesmo com as publicações atrasadas
A reunião do Copom acontece nos dias 14 e 15 de junho e os servidores apresentaram uma contraproposta de reajuste de 13,5% nos salários
Nada feito: sem proposta de reajuste em reunião com Campos Neto, servidores do BC seguem em greve
Mais uma vez, a reunião do Copom de junho se aproxima: o encontro está marcado para os dias 14 e 15 e ainda não se sabe em que grau a paralisação pode afetar a divulgação da decisão
Inflação no Brasil e nos EUA, atividade e juros na Europa; confira a agenda completa de indicadores econômicos da semana que vem
Nesta semana, o grande destaque no Brasil fica por conta do IPCA, o índice de inflação que serve de referência para a política monetária do BC