🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

As lanterninhas do ano

Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3): as piores ações do Ibovespa em 2021

O Magazine Luiza (MGLU3) desaba quase 75% no ano; Via (VIIA3), Americanas (AMER3), IRB (IRBR3) e Cogna (COGN3) completam o ranking

Victor Aguiar
Victor Aguiar
26 de dezembro de 2021
13:30
Fachada de loja do Magazine Luiza (MGLU3), um dos grandes players de varejo da bolsa, junto com Via (VIIA3) e Americanas (AMER3)
Imagem: Shutterstock

Com o fim do ano cada vez mais próximo, muitos já começam a criar as resoluções para 2022 — mas, em paralelo, também é hora de fazer um balanço do que foi bom e o que foi ruim em 2021. Na bolsa, há muito o que digerir no lado negativo, com o Ibovespa amargando perdas de mais de 10%. Mas, até mais chamativa que essa perda, é o ranking das piores ações do índice, com Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3), as gigantes do varejo, encabeçando a lista.

Pois é: o Magalu, sempre tão celebrado por sua história de forte crescimento na última década, amargou uma desvalorização de quase 75% em 2021, fechando o pregão da última quinta-feira (23) a R$ 6,20 e, com isso, retornando ao patamar de preço de meados de 2019.

Pois é: as ações do Magazine Luiza (MGLU3) voltaram aos níveis pré-pandemia. Lembram do otimismo dos investidores quanto ao avanço do e-commerce por causa das restrições sociais impostas pelo Covid? Bem, todos os ganhos relacionados a essa tese foram apagados.

O caso do Magazine Luiza salta aos olhos justamente pelo sucesso acachapante da empresa na bolsa nos anos recentes. É claro que, ao pegarmos um horizonte de tempo mais amplo, os papéis MGLU3 ainda têm um saldo positivo; mas, independente disso, uma queda de 75% em um ano é uma correção muito severa.

O Magalu, no entanto, não está sozinho nessa. Via (VIIA3), com perdas de 71%, e Americanas (AMER3), com desvalorização de 57%, completam o top 3 das piores ações do Ibovespa em 2021, deixando claro que o ano foi terrível para as grandes varejistas online.

Mas, afinal, o que aconteceu?

Leia Também

A tempestade perfeita do varejo

Há muito o que se pesar na balança. Em primeiro lugar, há o próprio comportamento da economia brasileira, com inflação alta e juros cada vez mais elevados: é uma combinação que desestimula o consumo e afeta especialmente o varejo de itens não essenciais.

Comida, por exemplo, é um produto obrigatório — você precisa se alimentar para viver, afinal. Assim, redes de supermercado e atacarejo, como GPA (PCAR3), Carrefour (CRFB3) e Assaí (ASAI3) não sentem tanto o baque da inflação e da Selic nas alturas. Mas, num contexto em que é preciso fazer escolhas, os eletroeletrônicos, roupas e artigos para o lar ficam para depois.

Essa fraqueza macroeconômica afeta as varejistas de duas maneiras. Por um lado, havia a expectativa de retomada das vendas nas lojas físicas com o avanço na vacinação, mas esse efeito ficou aquém do esperado no terceiro trimestre; por outro, a curva de crescimento do e-commerce tende a ficar menos intensa, dada a reabertura do comércio — e isso sim foi verificado.

Ou seja: os resultados de empresas como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) ficaram bastante abaixo das expectativas no trimestre ente julho e setembro, jogando um balde de água fria nos investidores. A galinha dos ovos de ouro começou a dar sinais de cansaço?

Há, ainda, o fator competição: Mercado Livre e Amazon, dois grandes players globais, representam oponentes duros na batalha pela preferência do consumidor. E, ao longo dos últimos meses, grandes sites asiáticos de e-commerce, como Aliexpress, Shoppee e Shein aumentaram sua presença no país, com esforços crescentes de marketing.

Magazine Luiza (MGLU3): corrigindo o valuation

Dito isso, chama a atenção de as três grandes varejistas online da bolsa estarem sofrendo de maneira mais ou menos parecida, apesar das particularidades operacionais e financeiras de cada uma.

Comecemos pela análise de MGLU3: o fato de ela ter se valorizado tanto nos últimos anos a colocou num patamar de preço considerado por muitos como distorcido — o valuation dos papéis encontrava-se em níveis comparados aos das big techs americanas, empresas de grande potencial de crescimento no futuro.

Em março deste ano, por exemplo, as ações do Magalu eram negociadas com um múltiplo de preço/lucro superior a 400 vezes; hoje, o indicador está ao redor de 60 vezes. O EV/Ebitda também passou por uma correção brusca, saindo de 100 vezes para algo próximo de 23 vezes.

Se, por um lado, o valuation de MGLU3 era realmente elevado, por outro esse movimento nos leva a um questionamento fundamental: qual, afinal, é o preço justo para as ações? Se os níveis vistos no primeiro trimestre eram altos demais, será que os patamares atuais não são demasiadamente baixos?

Afinal, por mais que os resultados do terceiro trimestre tenham sido decepcionantes — e que a própria administração do Magazine Luiza tenha admitido que o curto prazo trará enormes desafios ao setor —, fato é que, hoje, a empresa é muito maior que em 2019. Sendo assim, as ações valerem o mesmo que há três anos pode parecer estranho.

No fim, tudo é uma questão de crença na tese de investimento: se você vê potencial para uma continuidade da expansão do Magalu, ainda que em ritmo mais lento, o preço atual pode parecer convidativo. Mas, se você acha que o setor parece arriscado demais no futuro próximo, oferecendo mais riscos que retornos... bem, aí é hora de ficar de fora.

Via (VIIA3) e Americanas (AMER3): olhando com lupa

No caso da Via (VIIA3), também pesou muito o fato de a empresa ter anunciado mais uma provisão bilionária relacionada a questões trabalhistas — essa não é a primeira vez que a companhia faz um movimento do tipo. Quem esperava que os problemas deixados por administrações passadas estivessem sanados, levou um duro golpe.

Mas a mesma lógica do Magazine Luiza se aplica à Via: por mais que o futuro pareça nebuloso e que os itens extraordinários no balanço causem uma corrosão na confiança dos investidores, também é fato que a dona das Casas Bahia e do Ponto Frio cresceu muito nos últimos anos, conquistando terreno no campo das vendas digitais.

Com as perdas acumuladas no ano, VIIA3 está cotada a R$ 4,50, voltando aos níveis de preço de março de 2020, no auge das incertezas da pandemia. Em termos de valuation, ela é negociada com um EV/Ebitda de cerca de 43 vezes.

Já Americanas (AMER3) é um caso bastante sui generis: em linhas gerais, essas ações equivalem às da B2W (BTOW3), o braço de e-commerce do grupo. Além de todas as questões já citadas, há ainda a reorganização societária da Lojas Americanas: o plano é unificar a base acionária com a de LAME4 e LAME3, simplificando a estrutura da empresa.

Enquanto isso não acontece, os investidores mostram-se receosos com as ações de um player 'puro' de varejo digital, considerando a perspectiva de menor demanda pelas vendas on-line com a reabertura do comércio. Cotados a R$ 30,73, os papéis AMER3 também estão nos níveis de 2019, assim como MGLU3; seu EV/Ebitda, hoje, gira em torno de 22 vezes.

Magazine Luiza e as outras perdedoras do ano

Mas nem só de varejo vive a ponta negativa do Ibovespa. Completando o ranking, aparecem IRB (IRBR3), com perdas de 51%, e Cogna (COGN3), com baixa de 50% desde o começo do ano.

O IRB vive um inferno astral há tempos: desde que um embate com a gestora Squadra resultou em perda de credibilidade por parte da empresa — e, como desdobramento, desencadeou uma série de revisões negativas nos balanços — a resseguradora vem sofrendo para ganhar terreno novamente.

A Cogna, por sua vez, se viu numa situação complexa com a pandemia e o fechamento dos campus de faculdades. Amplamente dependente das aulas presenciais, a empresa teve que se adaptar rapidamente às aulas remotas — e essa transição não tem sido muito suave.

Veja abaixo o top 10 das piores ações do Ibovespa em 2021, de acordo com dados da B3:

EmpresaCódigoSetorPreço (23/12)Variação no ano
Magazine LuizaMGLU3Varejo6,20-73,97%
ViaVIIA3Varejo4,50-71,02%
AmericanasAMER3Varejo30,73-57,32%
IRBIRBR3Serviços financeiros3,91-51,13%
CognaCOGN3Educação2,41-50,00%
EZTecEZTC3Construção e incorporação20,03-49,82%
QualicorpQUAL3Saúde15,87-49,51%
NaturaNTCO3Varejo25,68-49,37%
CyrelaCYRE3Construção e incorporação15,11-45,03%
EcorodoviasECOR3Infraestrutura7,34-43,28%

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ROUPA NOVA

Shein ainda é a varejista de moda mais barata no Brasil, mas diferença diminui, diz BTG Pactual

29 de abril de 2025 - 13:29

Análise do banco apontou que plataforma chinesa ainda mantém preços mais baixos que C&A, Renner e Riachuelo; do outro lado da vitrine, a Zara é a mais cara

EM ALTA

Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa

29 de abril de 2025 - 12:02

Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos

PINGANDO NA CONTA

Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos

29 de abril de 2025 - 10:29

Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes

GOVERNANÇA CORPORATIVA

Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho

29 de abril de 2025 - 8:30

Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

COMEÇANDO BEM A SEMANA

Yudqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) vão distribuir R$ 270 milhões em dividendos; veja quem mais paga

28 de abril de 2025 - 19:09

A maior fatia dos proventos é da Yudqs, que pagará R$ 150 milhões em proventos adicionais no dia 8 de maio

O PIOR JÁ PASSOU?

Valendo mais: Safra eleva preço-alvo de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). É hora de comprar?

28 de abril de 2025 - 19:01

Cenário mais turbulento para as empresas não passou despercebido pelo banco, que não alterou as recomendações para os papéis

TOP PICK

Mercado Livre (MELI34) é a ação favorita do Safra para tempos difíceis: veja os três motivos para essa escolha

28 de abril de 2025 - 18:35

O banco é otimista em relação ao desempenho da gigante do comércio eletrônico, apesar do impacto das “dores de crescimento” nos resultados de curto prazo

VAREJO EM ALTA

Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira

28 de abril de 2025 - 12:06

XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

3 REPETIÇÕES DE SMFT3

Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP

25 de abril de 2025 - 19:15

Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

PET FIGHT

Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar

25 de abril de 2025 - 11:55

Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

SEXTOU COM O RUY

Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso

25 de abril de 2025 - 6:03

A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.

A TECH É BIG

Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre

24 de abril de 2025 - 17:59

A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)

COMPRAR OU VENDER

Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo

24 de abril de 2025 - 16:06

Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles

FUNDOS DE HEDGE

O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis

24 de abril de 2025 - 12:06

Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA

VOANDO MAIS ALTO

Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira

24 de abril de 2025 - 11:20

Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas

TÁ CHEGANDO

OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações? 

24 de abril de 2025 - 10:45

Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar