Setor de commodities puxa Ibovespa e tensão política fica de lado; dólar recua
Com o cenário político-fiscal pesado, o mercado brasileiro pega carona no bom desempenho das empresas do setor de varejo e commodities. No exterior, inflação dos Estados Unidos é destaque
Assim como ontem, o Ibovespa busca deixar para trás os seus fantasmas para se firmar no positivo. É bem verdade que o exterior não ajuda - com as bolsas internacionais exibindo um comportamento misto-, e Brasília também não, mas o setor de commodities e o de varejo ajudam a tirar o índice do vermelho.
Por volta das 16h, o Ibovespa avançava 0,36%, aos 119.208 pontos. O dólar à vista recua 0,36%, a R$ 5,7021. O movimento acompanha a tendência global da moeda, que opera em queda seguindo o retorno dos Treasuries. Os juros longos americanos atingiram as mínimas após um leilão do Tesouro.
A preocupação com a deterioração das contas públicas mais uma vez recai sobre os juros futuros, que exibem uma tendência de alta mais expressiva na ponta mais longa. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 4,72% para 4,73%
- Janeiro/2023: de 6,55% para 6,62%
- Janeiro/2025: de 8,25% para 8,33%
- Janeiro/2027: de 8,93% para 8,97%
O dia é embalado pela alta do petróleo, que avança com uma melhora na projeção de demanda feita pela Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). Por tabela, as ações de Petrobras e Petro Rio sobem. Ainda que o minério de ferro tenha tido um dia de recuo, as ações das siderúrgicas e da Vale também avançam. Com grande peso no índice, essas empresas garantem um bom desempenho para o mercado brasileiro.
VÍDEO: Estamos em um novo ciclo de alta de commodities?
O setor de varejo também é um destaque positivo, principalmente após a divulgação de crescimento de 0,6% no volume do setor em fevereiro. As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) são o grande destaque do dia, após o controlador da empresa, o grupo francês Casino, anunciar que estuda realizar uma oferta de ações da unidade de e-commerce que o Pão de Açúcar tem participação. Veja os detalhes nesta matéria do Ivan Ryngelblum.
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Já a alta das ações da Cogna ocorre logo após a companhia anunciar mudanças em sua gestão. Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| PCAR3 | GPA ON | R$ 39,15 | 5,81% |
| LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 23,24 | 5,54% |
| BTOW3 | B2W ON | R$ 66,57 | 5,17% |
| PRIO3 | PetroRio ON | R$ 101,57 | 4,81% |
| YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 32,69 | 4,44% |
Segundo informações da Broadcast, o recuo dos papéis da Eneva se deve a venda de um bloco de 27 milhões de ações feita pelo BTG Pactual, o equivalente a 10% da posição do banco na companhia. Confira também as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
| ENEV3 | Eneva ON | R$ 17,32 | -4,10% |
| ENGI11 | Engie units | R$ 42,50 | -2,25% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 20,02 | -2,25% |
| MRVE3 | MRV ON | R$ 18,09 | -2,22% |
| CVCB3 | CVC ON | R$ 20,23 | -2,03% |
Brasília em foco
O Orçamento de 2021 segue sendo o principal ponto de tensão doméstica, pressionando tanto o lado político quanto o fiscal. O presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado a vetar trechos da pauta pela equipe econômica, para evitar crimes de responsabilidade. Os investidores estão no aguardo da sanção presidencial, para saber se ela deve ocorrer com ou sem veto.
Uma das saídas pode ser uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê um aporte de até R$ 18 bilhões em obras patrocinadas por parlamentares fora do teto de gastos, mas a ideia não agrada o mercado, já que seria uma forma de contornar o limite.
Outro elemento que pressiona o cenário político-fiscal é a CPI da Covid. A leitura no Plenário do Senado do requerimento de criação da CPI da Covid está prevista para esta terça-feira (13). O temor do mercado é que o assunto monopolize a atenção do Congresso e deixe de lado pautas como as reformas e privatizações. Um requerimento já foi apresentado para que a CPI seja adiada para outubro.
A comissão parlamentar de inquérito deve investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia e o colapso da saúde no estado do Amazonas no começo do ano. O temor do mercado é que o assunto monopolize a atenção do Congresso e deixe de lado pautas como as reformas e privatizações.
De olho no dragão (e na vacina)
Nos mercados internacionais, a situação é mista. Os negócios na Ásia fecharam sem uma direção definida e as bolsas europeias fecharam majoritariamente em alta. Wall Street também segue sem um direcionamento único.
Os investidores repercutem de forma negativa a decisão de órgãos americanos de suspender a vacina da Johnson & Johnson para investigação de alguns efeitos colaterais relatados. Hoje pela manhã tivemos também dados da inflação americana que vieram acima da mediana das expectativas dos analistas. O índice de preços ao consumidor (CPI) americano apresentou um avanço de 0,6% em fevereiro.
Mesmo com o Federal Reserve reafirmando inúmeras vezes que a pressão inflacionária deve ser passageira durante o período de recuperação econômica dos Estados Unidos, os juros futuros americanos voltaram a exibir um viés de alta. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, falou sobre o assunto no fim de semana e afirmou que a alta de juros para este ano faz parte de um cenário muito improvável.
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