Na ressaca de um dia positivo para as bolsas em todo o mundo, o dia promete ser de movimentos mais contidos - tanto no Brasil quanto no exterior. Lá fora, a segunda-feira (05) foi dia de recorde. Por aqui, o Ibovespa subiu quase 2%. O que nos leva a um dia de correção.
Depois de oscilar boa parte do dia em torno da estabilidade, o principal índice da bolsa brasileira chegou a ganhar um pouco de força, mas voltou a recuar com comentários do presidente do Banco Central sobre o Orçamento.
Por volta das 16h15, o Ibovespa operava em leve queda de 0,03%, aos 117.483 pontos, por volta das 15h. O dólar à vista segue em um movimento de recuo, em parte seguindo o movimento global e do outro um pouco mais de otimismo com relação ao Orçamento, o que alivia a questão fiscal e tem queda de 1,51%, a R$ 5,5847.
Em dia de agenda fraca, Brasília segue em foco, principalmente com relação ao Orçamento de 2021. O Congresso Nacional e a equipe econômica ainda parecem longe de um acordo, como o mostrado pelo o ministro da Economia, Paulo Guedes, em participação em evento ontem.
O Projeto de Lei Orçamentária conta com dispositivos que abrem espaço para pedaladas fiscais - mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já afirmou que não abriria um processo de impeachment por essa razão, motivo que levou a presidente Dilma Rousseff a ser destituída. A opção mais viável é que o presidente Jair Bolsonaro vete os pontos polêmicos do texto.
Comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a mostrar descontentamento com a situação. Em evento promovido pelo Itaú, Campos Neto afirmou que as polêmicas que vem causando ruídos no mercado precisam ser melhor comunicadas pelo governo e Congresso. No fim de semana, o presidente do BC já havia falado da pressão fiscal causada pela situação.
Outro ponto levando pelo comandante do BC e que mexeu com o mercado foi sobre o ritmo de alta da taxa Selic. Segundo ele, elevar os juros mais rapidamente não necessariamente leva a uma taxa mais baixa no fim do ciclo.
Falando em Brasília, a corrida eleitoral também volta ao radar. com a última pesquisa da XP/Ipespe mostrando que a gestão do presidente da República Jair Bolsonaro “ótima ou boa” se manteve em 24%, mas o número de pessoas que avaliam o governo como “ruim ou péssimo” foi para 48%.
Também de acordo com a pesquisa, a desaprovação do presidente subiu de 56% para 60% desde 12 de março. O ex-presidente Lula, agora elegível, aparece como tecnicamente empatado com Bolsonaro. Lula tem 29% das intenções de voto, em comparação a 28%do atual presidente.
No exterior, o complicado novo pacote de estímulos do presidente americano Joe Biden recebeu um impulso inesperado. A Conselheira Independente do Senado, Elizabeth MacDonough, teve decisão favorável para aprovação de uma legislação adicional que facilite a implementação de novos impostos - o que deve financiar os US$ 2 trilhões de dólares destinados ao pacote de infraestrutura.
O rali das bolsas americanas ontem teve efeito limitado na Ásia, onde os negócios não tiveram uma difereção definida. O medo de uma nova onda de coronavírus na região gera apreensão entre os investidores.
Hoje é a vez dos índices europeus voltarem do feriado em alta, com as principais bolsas do continente fechando no azul, repercutindo os indicadores econômicos de EUA e China, que reforçaram as expectativas de que os efeitos da pandemia estão sendo superados. Já os bolsas em Wall Street também operam sem muita força, próximas da estabilidade.
Sobe e desce
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
CSNA3 | CSN ON | R$ 39,42 | 4,29% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 94,39 | 4,16% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 34,70 | 3,61% |
FLRY3 | Fleury ON | R$ 26,84 | 3,59% |
BPAC11 | BTG Pactual units | R$ 101,63 | 3,23% |
Confira também as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BBDC3 | Bradesco ON | R$ 22,57 | -1,70% |
CRFB3 | Carrefour Brasil ON | R$ 23,29 | -1,56% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 14,44 | -1,50% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 14,55 | -1,49% |
BBDC4 | Bradesco PN | R$ 25,63 | -1,46% |