Eletrobras dá susto na reta final, mas Ibovespa segue se recuperando do tombo recente; dólar recua
Estatais seguem se recuperando do tombo recente e a bolsa brasileira também conta com uma ajudinha do exterior

Depois de alguns pregões frenéticos - para o bem ou para o mal -, o Ibovespa teve um dia de relativa paz, ainda que instável durante boa parte do dia e com surpresas na reta final desta quarta-feira (24). No entanto, o desempenho ainda não é suficiente para reverter as perdas recentes.
Para limpar a barra após episódio de intervenção no comando da Petrobras, anunciado na noite de sexta-feira, o governo utilizou os últimos dias para sinalizar que o fato não significa um rompimento do “pacto liberal” feito com o mercado. Após aumentar as preocupações com ruídos sobre a possibilidade de uso político das estatais ao longo do fim de semana, o governo cedeu em diversos pontos.
Primeiro, o presidente Jair Bolsonaro reforçou que a política de preços da companhia deve seguir independente. Depois, acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou ao Congresso uma Medida Provisória que abre caminho para a tão esperada privatização da Eletrobras.
A sinalização de que o governo segue comprometido com as reformas veio também do presidente da Câmara, Arthur Lira, que ontem voltou a falar em prazos para a reforma tributária e da importância de se aprovar um auxílio emergencial levando em conta o compromisso fiscal,
Do outro lado da balança, pesou o fato de que a PEC Emergencial, que parecia já estar encaminhada e havia sido prometida para entrar em votação amanhã (25), parece ter subido no telhado após as críticas de diversos senadores, o que deve adiar a decisão sobre o auxílio emergencial para a semana que vem. Mais uma vez.
Sem maiores novidades no campo corporativo, restou ao Ibovespa seguir o balanço das ondas do mercado internacional. Lá fora, os investidores estavam atentos ao discurso de Jerome Powell, em meio a uma disparada dos juros mais longos americanos.
Leia Também
O presidente do Federal Reserve reforçou a importância dos estímulos fiscais e monetários e minimizou os temores de que uma escalada da inflação esteja no radar. Isso foi o suficiente para que as bolsas americanas fechassem o dia no azul.
Aliás, foram as bolsas americanas as responsáveis por refletir a instabilidade na bolsa brasileira, segundo Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. “O mercado externo ficou mais animado, depois de alguns pregões de queda, com receios com relação à taxa de juros. O petróleo e as commodities em geral continuaram subindo. Isso acabou jogando a bolsa para cima”.
A maior alta do dia ficou com o índice Dow Jones, que renovou máximas e avançou 1,44%. Já o S&P 500 e o Nasdaq subiram respectivamente 1,19% e 0,94%.
O principal índice da bolsa brasileira teve um dia com uma alta mais modesta, de 0,38%, mas retomando o patamar dos 115 mil pontos, visto por muitos analistas como um ponto crítico para o índice, aos 115.667 pontos. O dólar seguiu sua trajetória global e o clima no exterior, recuando 0,40%, a R$ 5,4207. A Petrobras, grande algoz da bolsa na segunda-feira, teve alta superior a 1%.
Em meio às preocupações com o índice de inflação, os investidores também repercutiram, principalmente no câmbio e nos juros, o IPCA-15, divulgado pela manhã. Embora o número tenha vindo menor do que a mediana das expectativas do mercado, o índice, considerado uma prévia da inflação, teve alta de 0,48%, o maior nível para fevereiro desde 2017. O resultado foi pressionado principalmente pela alta dos combustíveis.
Com o resultado, e refletindo também o aumento dos juros longos do Tesouro americano, o mercado de juros seguiu pressionado, precificando a retomada de alta da taxa Selic, hoje em 2% ao ano, já na próxima reunião do Copom. Confira as taxas de fechamento dos principais contratos:
- Janeiro/2022: de 3,45% para 3,51%
- Janeiro/2023: de 5,19% para 5,28%
- Janeiro/2025: de 6,82% para 6,97%
- Janeiro/2027: de 7,49% para 7,67%
Subindo no telhado?
Ontem, a bolsa brasileira se recuperou pesando as sinalizações de que a intervenção do governo na Petrobras foi pontual e que a agenda de reformas e as pautas econômicas devem seguir caminhando. A apresentação da MP que permitirá a capitalização da Eletrobras foi a cereja do bolo.
No começo da noite, o texto foi entregue pelo presidente Jair Bolsonaro, que estava ao lado dos ministros da Economia, Paulo Guedes, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Publicado em edição extra do Diário Oficial, o texto prevê que a União irá iniciar um processo de estudo para a capitalização da companhia, com a diluição da participação do governo por meio da emissão de ações.
O estudo abrange todas as subsidiárias da Eletrobras, com exceção da Eletronuclear e da Itaipu Binacional. Com a medida, é dada a largada para possibilitar a contratação dos serviços técnicos necessários ao processo de desestatização.
As ações da companhia dispararam 13% ontem e passaram o dia entre as maiores altas do Ibovespa. Mas um “susto” no fim da tarde levou a companhia a figurar no campo negativo.
Rumores de que a MP havia sido devolvida pelo presidente da casa, Rodrigo Pacheco, pesaram sobre os papéis preferenciais (ELET6), que chegaram a recuar quase 2%. No entanto, a informação foi desmentida pelo Senado. O que existe é uma pressão da oposição para que essa seja a postura adotada por Pacheco. Um pedido foi protocolado pelas lideranças das bancadas de PT, PSB, PCdoB, PDT, PSOL e Rede. Na nota, a defesa é de que a MP carece de urgência "sobretudo no momento atual com a pandemia de covid-19".
Mesmo com o encaminhamento da Medida Provisória, o analista Marcio Lórega, da Ativa Investimentos, ressalta que muitos agentes do mercado seguem céticos sobre a possibilidade de privatização, o que deve trazer uma volatilidade maior aos papéis até que haja maior clareza sobre o movimento.
Vale a pena ver de novo
O dia começou agitado, com a repercussão do que até parece notícia velha, de tanto que se repete. A votação da PEC Emergencial, que deve destravar a nova rodada do auxílio emergencial, deve mais uma vez ficar para a semana que vem.
A pauta estava prevista para ser votada na próxima quinta-feira (25), mas, devido às críticas, deve passar por alterações. No texto atual, o governo retira os gastos mínimos com saúde e educação, fazendo com que o montante total destinado a esses setores seja revisto todos os anos. Na leitura dos analistas da XP Investimentos, a proposta da PEC é positiva "dadas as condições de contorno". O risco fica justamente com a capacidade de aprovação do texto.
Existe também uma preocupação com a desidratação do texto, fazendo com que os parlamentares só aprovem o necessário para destravar o auxílio. Durante a tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, confirmou que a pauta segue na agenda de quinta-feira, mas que pode, de fato, ser adiada para a semana que vem.
Powell em destaque
No exterior, o mercado ficou de olho em mais uma participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na Câmara dos Representantes. Em meio à retomada das principais economias do globo, preocupa o estágio da inflação, o que pode obrigar os BCs a apertarem novamente suas políticas monetárias. Também causa preocupação a disparada dos títulos do Tesouro Americano, o que pressiona o câmbio e também o mercado de juros brasileiro.
Nesta manhã, os juros longos dos Estados Unidos alcançaram a máxima do ano, alimentados pela ideia de que os estímulos fiscais abundantes irão resultar em inflação. Em participação no Congresso, Powell voltou a sinalizar que, para uma economia forte, é preciso haver estímulos monetários e que não enxerga riscos para a inflação no longo prazo, que deve ficar ancorada em 2%.
Durante a madrugada, as bolsas asiáticas fecharam em queda. Refletindo um otimismo com números mais brandos da pandemia, o dia também foi positivo para os negócios na Europa.
Sobe e desce
A Braskem liderou as altas do dia, repercutindo a notícia de que a subsidiária mexicana da companhia está próxima de um acordo com o governo do México, o que permitira a retomada integral das atividades no país.
Mesmo após o susto com a situação da MP, a Eletrobras também seguiu em destaque. Repercutindo a alta do minério de ferro, a Usiminas foi um dos destaques positivos. Já a Gerdau repercutiu dados positivos do seu balanço do quarto trimestre de 2020.
Confira as principais altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VARIAÇÃO |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 33,14 | 10,14% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 17,24 | 9,53% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 13,10 | 6,07% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 27,14 | 5,48% |
ELET6 | Eletrobras PNB | R$ 34,00 | 4,94% |
Confira também as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
CRFB3 | Carrefour Brasil ON | R$ 19,80 | -2,61% |
LREN3 | Lojas Renner ON | R$ 37,32 | -2,46% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 26,60 | -2,31% |
SANB11 | Santander Brasil units | R$ 39,44 | -2,18% |
ENGI11 | Engie units | R$ 46,13 | -1,64% |
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje