Apesar das incertezas em torno da insolvência da incorporadora chinesa Evergrande ainda assombrarem os mercados globais, os investidores se permitem um dia de mais otimismo após uma segunda-feira sangrenta.
Com a proximidade das decisões de política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos, que serão divulgadas amanhã, os investidores já começam a voltar os seus olhares para as reuniões do Copom e do Fomc. As bolsas americanas reagem com volatilidade, alternando entre perdas e ganhos.
O Ibovespa, no entanto, mostra mais fôlego que Wall Street, principalmente após os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciarem um acordo para encaminhar a pauta dos precatórios. A proposta orquestrada pelos Poderes tem como objetivo respeitar o teto de gastos, com o saldo restante de R$ 50 bi sendo transferido para o ano seguinte.
Lira e Pacheco também falaram sobre a importância de garantir que o Auxílio Brasil, novo programa social do governo, entre em vigor ainda em 2021 para auxiliar as famílias carentes. O total destinado ao aumento do Bolsa Família virá da arrecadação com a elevação do Imposto sobre Transações Financeiras (IOF).
Com uma possível solução para uma das maiores dores de cabeça da saúde fiscal brasileira, a bolsa brasileira aproveitou para subir com mais força do que Wall Street. Por volta das 15h30, o principal índice da B3 subia 1,36%, aos 110.321 pontos. O dólar à vista recua 0,82%, a R$ 5,2878.
A solução encontrada para a dívida federal bilionária agrada também o mercado de juros, que opera em queda na véspera do Copom. Confira:
- Janeiro de 2022: de 7,08% para 7,09%.
- Janeiro de 2023: de 9,00% para 8,90%
- Janeiro de 2025: de 10,14% para 9,96%
- Janeiro de 2027: de 10,55% para 10,37%
Sem forças para seguir
Após dias de fortes perdas e uma desvalorização de mais de 60% em três meses, o minério de ferro fechou praticamente estável, em leve alta de 0,05%, mas ainda abaixo dos US$ 100 a tonelada.
A Vale e as siderúrgicas até ensaiaram uma recuperação no início do pregão, mas não conseguiram segurar o movimento e agora operam entre as maiores quedas do dia.
Fica em segundo plano também o discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU. O presidente usou o seu tempo para defender o seu governo e responder a críticas envolvendo o controle da pandemia e desmatamento.
Sobe e desce do Ibovespa
As ações da Méliuz, companhia que tem exibido forte volatilidade desde o desdobramento dos seus papéis, voltaram a ter forte alta nesta terça-feira. Outro destaque é a Via, que repercute bons números do seu marketplace. Confira:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
CASH3 | Meliuz ON | R$ 7,25 | 8,37% |
VIIA3 | Via ON | R$ 8,57 | 8,62% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 3,01 | 4,88% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 21,60 | 4,85% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 25,19 | 4,44% |
Na ponta contrária, as siderúrgicas afundam novamente, mesmo com a estabilidade do minério de ferro. Confira as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 23,79 | -2,38% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 28,28 | -2,08% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 11,06 | -1,69% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 13,49 | -1,68% |
IRBR3 | IRB ON | R$ 4,81 | -1,43% |