Os segredos da bolsa: Ações para acompanhar de perto numa semana agitada no exterior
O exterior volta a dar as cartas ao mercado nesta semana. E, em meio à turbulência, saiba quais ações podem ser destaque nos próximos dias
Chegamos à última semana de janeiro — um mês particularmente intenso para os mercados financeiros. Desde o início de 2020, já tivemos o atrito geopolítico entre Estados Unidos e Irã, a assinatura do acordo comercial entre americanos e chineses e o surgimento da nova variação do coronavírus.
- Aposente-se aos 40 (ou o quanto antes): Não depender de um salário no fim do mês é o seu grito de liberdade. Aqui está o seu plano para dar adeus ao seu chefe
Esses eventos trazem um ponto em comum: todos são acontecimentos internacionais — uma evidência de que, ao menos nesse começo de ano, o exterior tem dado as cartas para os investidores. E, na semana derradeira de janeiro, a tônica seguirá a mesma.
Afinal, o noticiário referente à doença misteriosa surgida em Wuhan, na China, continua trazendo enorme preocupação ao mundo — uma apreensão que também afeta os mercados. Mas não é só isso: a agenda econômica lá fora está cheia de eventos importantes nos próximos dias.
Dito isso, é importante ter cautela na bolsa. Por mais que os mercados tenham sustentando um desempenho positivo e buscando novas máximas — o Ibovespa, os índices americanos e algumas praças europeias bateram recordes no mês —, não dá para descartar eventuais ondas de volatilidade e turbulência.
E, nesse cenário, tenha atenção redobrada com os papéis de empresas ligadas ao setor de commodities e às exportadoras, sobretudo aquelas com fortes laços com a China. Estou falando, é claro, das ações da Vale, das siderúrgicas, da Petrobras e do setor de papel e celulose.
Disseminação
Por enquanto, o mercado tem reagido em ondas ao coronavírus. Picos de pânico são sucedidos por momentos de calmaria e correção — que por sua vez, são atropelados por uma nova enxurrada de estresse, e assim em diante.
E tudo leva a crer que, neste início de semana, os mercados vão ser inundados por uma maré cheia de tensão, em resposta aos relatos pouco animadores em relação à doença.
Os números mais recentes da China dão conta de 80 mortos e quase três mil casos confirmados — outras cinco mil pessoas estão sob suspeita de terem contraído o coronavírus. No mundo, 14 outros países já possuem manifestações comprovadas da doença, incluindo os EUA, com cinco infectados.
Havia a expectativa de que a velocidade de disseminação do vírus poderia diminuir, tendo em vista os esforços globais para combatê-lo. No entanto, os dados do fim de semana mostram o contrário: a doença parece estar se alastrando num ritmo elevado.
E uma medida drástica que está sendo estudada pelo governo chinês eleva a preocupação dos mercados: as autoridades de Pequim querem prolongar o recesso pelo Ano Novo Lunar até o dia 2 de fevereiro — as comemorações terminam oficialmente nesta quinta-feira (30). Tudo para diminuir a circulação de pessoas e, assim, tentar conter o surto.
Os investidores mostram enorme cautela em relação à medida: no Japão, o índice Nikkei abriu em queda de mais de 1% e, nos EUA, os futuros dos índices acionários tinham baixas firmes na noite de domingo — indícios de que a sessão do Ibovespa nesta segunda-feira (27) tende a ser negativa.
Assim, atenção para as ações ON da Vale (VALE3), PN da Gerdau (GGBR4), PNA da Usiminas (USIM5) e ON da CSN (CSNA3). O setor de mineração e siderurgia depende muito do mercado chinês, e uma eventual desaceleração da economia do país em função do coronavírus pode reduzir a demanda por aço e minério de ferro.
A cautela global também pode mexer com as cotações do petróleo, também obedecendo à lógica da menor demanda pela commodity — o que, consequentemente, mexe com as ações da Petrobras, tanto as ONs (PETR3) quanto as PNs (PETR4).
Por fim, o setor de papel e celulose também pode ser impactado, especialmente Suzano ON (SUZB3) e as units da Klabin (KLBN11) — a China também é uma importante consumidora desses produtos.
Abrindo os cofres
Mas nem só de exterior vive a bolsa. Aqui dentro, o setor bancário segue nos holofotes — e, desta vez, por causa do início da temporada de balanços corporativos do quarto trimestre de 2019.
O Santander Brasil é um dos que puxa a fila: reportará seus números na quarta-feira (29). E, a julgar pelos últimos trimestres, os balanços costumam mexer com as cotações das ações dos bancos.
No caso do Santander, é importante ficar atento à história que vem sendo escrita no passado recente. Há alguns trimestres, o banco tem conseguido aumentar os lucros e melhorar sua rentabilidade, entregando resultados que constantemente são elogiados pelos analistas.
Assim, resta saber se o Santander conseguirá manter a trajetória ou se uma decepção irá abalar o mercado. Os dados também servirão como sarrafo para Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, já que o Santander irá estabelecer um nível a ser superado — ou não.
Vale lembrar, ainda, que as ações do setor bancário têm apresentado desempenhos bastante fracos em 2020. Itaú Unibanco PN (ITUB4) e as units do Santander Brasil (SANB11), por exemplo, caem mais de 7% no ano.
Alguém falou em balanço?
Além do Santander Brasil, há outra empresa do Ibovespa que irá reportar seus números trimestrais nesta semana: a Cielo, que solta os seus dados já nesta segunda-feira (27).
A operadora de maquininhas de cartão de crédito, contudo, vem num momento ruim em termos financeiros: a companhia tem sofrido com o aumento na competição e, com isso, seus balanços vem perdendo o brilho.
Tanto é que, em 2019, as ações ON da Cielo (CIEL3) acumularam baixas de mais de 21%, reagindo ao mau momento da empresa. E a tendência negativa continua: desde o início de 2020, os papéis já recuaram 16%.
Pode-se dizer que ninguém espera um balanço muito forte por parte da Cielo. No entanto, uma sinalização de que a trajetória descendente está perto do fim, com indicações quanto a uma possível retomada no curto/médio prazo, podem ser suficientes para animar as ações.
Estados Unidos no foco
Para concluir os destaques dessa semana, há dois eventos importantes relacionados aos Estados Unidos que podem trazer volatilidade às negociações no mundo:
- Decisão de juros pelo Federal Reserve, na quarta-feira (29), às 16h00;
- PIB do quarto trimestre, na quinta-feira (30), às 10h30.
A decisão do Fed sempre é um evento relevante para os mercados, já que mudanças nos juros dos EUA mexem com o fluxo global de investimentos. Taxas mais baixas no país afastam recursos externos, enquanto níveis mais elevados atraem dinheiro do exterior.
Já o PIB serve para medir o estado da economia americana — 2019, afinal, foi um ano marcado por intensas dúvidas quanto ao estado da atividade no mundo, com a China e a Europa dando sinais de desaceleração.
Por fim, é importante ficar de olho no Oriente Médio: as últimas notícias deste domingo falam em um ataque com foguetes à região da embaixada americana no Iraque — ainda não há confirmações quanto à autoria dos ataques, mas qualquer turbulência na região sempre traz dor de cabeça aos mercados.
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
Bolsa hoje: Ibovespa é embalado por balanços e fecha em alta, enquanto dólar tem leve queda; Suzano (SUZB3) despenca 12%
-
Vamos (VAMO3) coloca o “pé na estrada” e dispara 12% na B3 após balanço. É hora comprar as ações?
-
Oportunidade em Vale: bancão diz que risco-recompensa melhorou e que é hora de comprar as ações VALE3
Mais lidas
-
1
'Se eu quisesse investir em golpes, esta seria a próxima grande indústria': o alerta de Warren Buffett sobre a inteligência artificial
-
2
Banrisul (BRSR6) e IRB (IRBR3) são os mais expostos pela tragédia climática no RS, diz JP Morgan, que calcula o impacto nos resultados
-
3
Campos Neto 'esnoba' dólar, o futuro dos juros no Brasil e fundos imobiliários com desconto na bolsa: os destaques do na semana