Protagonista das reformas, Maia mira 2022 em último ano no comando da Câmara
Deputado evita antecipar a própria sucessão. Não tem declarado apoio a ninguém, o que faz aumentar o número de aliados de olho na disputa pela sua cadeira

Protagonista das últimas reformas econômicas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), volta do recesso parlamentar amanhã (3) com o desafio de continuar dando as cartas na relação entre o Congresso e o Planalto e a perspectiva de perder o poder no fim do ano.
O deputado evita antecipar a própria sucessão. Não tem declarado apoio a ninguém, o que faz aumentar o número de aliados de olho na disputa pela sua cadeira, marcada para fevereiro do ano que vem. Um movimento calculado.
Seu desafio será arrastar a visibilidade até as eleições gerais de 2022. "Só não posso apoiar quem antecipar o processo eleitoral (na Câmara)", disse o deputado ao Estado.
No comando da Câmara desde 2016 e segundo na linha de sucessão presidencial, Maia não é um campeão de votos e sabe que a liderança na Casa é uma garantia que tem por pouco tempo. Recentemente, reformulou sua imagem nas mídias sociais, mas tem sido triturado virtualmente por uma rede capitaneada pessoalmente pelos integrantes da família Bolsonaro.
O último ano de Maia no comando da Câmara será mais curto, o que não significa que ficará livre de turbulências. No segundo semestre, as eleições municipais de outubro vão monopolizar as atenções. Ainda assim, há expectativa de crise em torno dos desdobramentos da briga interna no PSL, maior partido da Casa ao lado do PT, com 53 deputados.
A disputa põe de um lado o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, e, de outro, o grupo liderado pelo desafeto da família presidencial, deputado Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, partido que Bolsonaro deixou no ano passado. Em jogo está quem vai mandar na bancada, inclusive, orientando os 53 votos.
Leia Também
Barroso anuncia aposentadoria e vai deixar cargo de ministro do STF
Outro foco de tensão que colocará o Parlamento em alerta este ano será o controle do Orçamento. A queda de braço é com o governo. Enquanto o Congresso quer ter o direito de indicar o destino R$ 46 bilhões para atender suas bases, o Planalto resiste. O valor foi apresentado pelo relator do Orçamento, Domingos Neto (PSD-CE), aliado de Maia, no fim do ano passado.
Deputados e senadores consideram que garantir o pagamento de todas as emendas parlamentares é a principal tarefa das próximas semanas. Muitos deputados vão disputar vagas de prefeito ou trabalhar para alavancar candidaturas de seus aliados. "No momento em que começa uma eleição, isso cria um ambiente de tensão que é natural", afirmou Neto.
O próprio Maia também vai protagonizar embates na retomada de trabalhos no Congresso. Na semana passada, ele fez ataques diretos ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao acusá-lo de "brincar" com o futuro das crianças.
Maia ficou contrariado com a demissão do advogado Rodrigo Sergio Dias, indicado por ele para o comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em dezembro, em pleno recesso parlamentar.
"Fiz apenas uma crítica (a Weintraub), pois fui perguntado. Minha opinião pessoal não interfere na minha relação com o governo", minimizou Maia. Apesar disso, ele prefere restringir sua interlocução no Executivo ao presidente Bolsonaro. "Minha relação é com o presidente da República. A relação está muito boa", garantiu.
Para manter vivo seu protagonismo, Maia conta com aliados que dependem dele para ter uma ponte com o Planalto, uma vez que rejeitam dialogar com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política.
"A partir do momento que o governo não tem articulador, Maia continua a ser protagonista", resumiu o líder do Podemos, José Nelto (GO). O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), diz o mesmo: "Maia virou uma liderança e esperamos que ele mantenha esse protagonismo."
Senado
Pelo comando da Câmara brigam de forma velada os aliados Arthur Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Elmar Nascimento (DEM-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Marcelo Ramos (PL-AM).
Maia declarou que não fará movimentos para possibilitar sua reeleição, atualmente vedada pela Constituição. Essa alteração é o desejo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
A exemplo de Maia, Alcolumbre sai da presidência em fevereiro de 2021 e também quer deixar uma grande reforma concluída: a tributária. Esta, no entanto, não encontra consenso. Ao Estado, o presidente do Senado classificou a agenda econômica como um esforço conjunto.
"A aprovação da reforma da Previdência foi exemplo disso", disse. "O protagonismo do Congresso foi indiscutivelmente decisivo. Esse mesmo empenho será necessário em 2020."
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo
Debêntures incentivadas devem continuar isentas de IR, mas LCI e LCA seguem na mira da MP que muda a tributação dos investimentos, diz jornal
Texto deve manter mudanças na alíquota única de IR para ativos tributáveis e na compensação de créditos tributários, pontos que despertam preocupação no mercado
Governo Trump sobe o tom contra o Brasil, e Itamaraty condena ameaças dos EUA de usar “poder militar”
O documento do Itamaraty foi publicado após a porta-voz da Casa Branca ser questionada sobre a possibilidade de novas sanções ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro
Bolsonaro era líder de organização criminosa que tentou golpe de Estado, diz Moraes — Dino acompanha o relator e vota por condenação
Ministros destacaram provas de uma trama articulada desde 2021 e pediram condenação dos sete réus. Dino, entretanto, vê diferentes níveis de culpa
O julgamento de Bolsonaro e o xadrez eleitoral com Lula e Tarcísio: qual é o futuro do Brasil?
O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, analisa o impacto da condenação de Jair Bolsonaro, a estratégia de Tarcísio de Freitas e as dificuldades de Lula em chegar com força para as eleições de 2026
Pedimos para a inteligência artificial da Meta produzir imagens de Lula, Trump, Bolsonaro, Alexandre de Moraes e outros — e o resultado vai te surpreender (ou não)
A inteligência artificial da Meta entregou resultados corretos em apenas duas das seis consultas feitas pela redação do Seu Dinheiro
STF encerra primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados; confira os principais pontos do segundo dia
A sessão será retomada na próxima terça-feira (9), às 9 horas, com o voto do relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes
A suspeita de rombo nos cofres que levou ao afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, pelo STJ
Investigado na Operação Fames-19, Barbosa é suspeito de participar de um esquema de R$ 73 milhões em contratos emergenciais durante a pandemia
Filho de ourives e clientes como Neymar, Vini Jr e Ludmilla: quem é TH Joias, deputado preso por suspeita de negociar armas com o Comando Vermelho
Investigado por suposta ligação com o Comando Vermelho, o parlamentar conhecido como TH Joias já havia sido preso em 2017 por acusações semelhantes