🔴 [EVENTO GRATUITO] COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE AQUI

Estadão Conteúdo
no radar

Justiça homologa delação do ‘doleiro dos doleiros’ Dario Messer

Messer foi alvo de três desdobramentos da Lava Jato; equipe do Rio acredita que o acordo possibilitará a coleta de novas provas nas investigações

Estadão Conteúdo
13 de agosto de 2020
7:32 - atualizado às 7:34
Polícia Federal PF
Polícia Federal - Imagem: Divulgação

A Justiça Federal do Rio de Janeiro homologou nesta quarta-feira, 12, a delação premiada firmada pelo "doleiro dos doleiros" Dario Messer com a Lava Jato Rio e a Polícia Federal. Os termos do acordo foram aprovados pelas 2ª e 7ª Varas Federais Criminais fluminenses.

Messer foi alvo de três desdobramentos da Lava Jato: "Câmbio, Desligo", que mirou "grandioso esquema" de movimentação de US$ 1,6 bilhão de recursos ilícitos no Brasil e no exterior por meio de dólar-cabo, operação que burla mecanismos de fiscalização financeira; "Marakata", contra transações e contrabando de esmeraldas e pedras preciosas; e "Patrón", que investiga organização criminosa que o teria ajudado a fugir das autoridades brasileiras no Paraguai.

A Lava Jato Rio acredita que o acordo possibilitará a coleta de novas provas nas investigações. Em troca, Messer terá que cumprir pena de até 18 anos e nove meses de prisão, com progressão de regime prevista em lei, e terá que devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

O valor de renúncia corresponde a cerca de 99% do patrimônio do "doleiro dos doleiros", de acordo com a Procuradoria, e inclui imóveis de alto padrão, valores no Brasil e no exterior, obras de arte e bens adquiridos no Paraguai ligados a atividades agropecuárias e imobiliárias. Em relação a esses bens no exterior, o Ministério Público Federal apresentará um pedido de cooperação com as autoridades paraguaias para obter partilha com o Brasil.

Messer foi preso no dia 31 de julho de 2019, após ficar 14 meses foragido, no endereço vinculado a sua namorada, Myra Athayde, em São Paulo. O doleiro ficou preso em Bangu 8, no Rio, até o início de abril de 2020, quando foi para prisão domiciliar após o STJ converter liminarmente o último dos três mandados de prisão preventiva deferidos pela Justiça Federal fluminense. Na semana passada, a Corte manteve a decisão em julgamento.

"Câmbio, Desligo"

Messer foi denunciado na Câmbio, Desligo em julho de 2018 junto do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Segundo o Ministério Público Federal, o "doleiro dos doleiros" implementaram uma "estrutura criminosa sofisticada" para evasão de divisas, crimes contra o sistema financeiro nacional, corrupção e lavagem de dinheiro. Os métodos do doleiro teriam sido utilizados no pagamento de propinas a agentes públicos do Rio investigados na Lava Jato. Ao todo, US$ 1,6 bilhão foram movimentados no esquema.

"O denunciado Dario Messer era líder da organização criminosa. Ele criou uma rede de lavagem de dinheiro, essencial para a prática de crimes como corrupção, sonegação tributária e evasão de divisas. Era sócio capitalista do "negócio", no qual angariava 60% dos lucros, e ainda financiava o sistema, aportando nele recursos próprios", afirmou a Lava Jato.

Segundo a Procuradoria, o "grandioso esquema" do doleiro movimentou US$ 1,652 bilhão em contas que se espalharam por 52 países e envolveram mais de 3 mil offshores entre 2011 e 2016. As movimentações também serviam como forma de operar as propinas a integrantes da organização criminosa ligada a Cabral, no Rio.

Após as denúncias, Messer ficou foragido na Justiça por quatorze meses. Neste período, o "doleiro dos doleiros" esteve no Paraguai e sua estadia no País vizinho desencadeou a Operação Patrón, que mirou associação criminosa que o teria auxiliado na fuga das autoridades brasileiras e abrigo no Paraguai. O ex-presidente do país, Horácio Cartes, foi acusado de repassar US$ 500 mil a Messer.

De acordo com o Ministério Público Federal, após sua saída do cargo no meio de 2018, Cartes manteve "influência no governo e no poder" paraguaio que ajudaria nas atividades da organização criminosa liderada por Messer.

O ex-presidente paraguaio foi alvo de mandado de prisão preventiva que acabou suspenso por decisão liminar do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogério Schietti Cruz. Em sua decisão, o ministro afirma que o MPF não especificou quais "atividades" ilícitas teriam sido conduzidas por Cartes, "pecando a decisão por argumentação e narrativa genéricas".

Procurada pela reportagem, a defesa não quis se manifestar devido ao sigilo do processo.

Compartilhe

FRUTOS DA INVESTIGAÇÃO

Odebrecht e outras três construtoras investigadas na Lava Jato assinam acordo milionário com o Cade para evitar novas punições; saiba mais

8 de junho de 2022 - 17:23

As empresas e os executivos implicados se comprometeram a pagar R$ 454,9 milhões e colaborar com as apurações ainda em curso no orgão regulador

PROPINA E MAIS PROPINA

De exploração de terra indígena a esquema de corrupção: Glencore vai pagar US$ 1,5 bilhão em multas por subornos em 7 países, inclusive no Brasil

2 de junho de 2022 - 12:43

A companhia pagará aproximadamente US$ 1 bilhão às autoridades norte-americanas e cerca de US$ 40 milhões pela operação no Brasil

Passivos da Corrupção

Sergio Moro curtiu? Petrobras recupera mais de R$ 6 bilhões em recursos da Lava Jato

28 de dezembro de 2021 - 15:04

O dinheiro foi recebido pela estatal em acordos de colaboração, leniência, repatriações e renúncias nos crimes investigados no âmbito da Operação Lava Jato

Radiocash

Em vez de só prender os responsáveis, Lava Jato quebrou as empresas, critica o advogado criminalista Kakay, no RadioCash

15 de dezembro de 2021 - 21:14

O assunto no RadioCash dessa semana foi a Operação Lava Jato e seus desdobramentos; veja mais

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Como Sérgio Moro pode se tornar o candidato dos sonhos do mercado financeiro nas eleições 2022

12 de dezembro de 2021 - 7:15

Ex-juiz tem chances de chegar à presidência, mas precisa de uma estratégia para firmar-se como ‘terceira via’ a Lula e Bolsonaro

DE OLHOS BEM FECHADOS

O IPO do cheque em branco chega ao Brasil: Alvarez & Marsal quer fazer oferta pública para lançar Spac na B3

8 de dezembro de 2021 - 11:51

Modalidade existe há mais de 20 anos nos EUA, mas ainda é inédita no Brasil; entenda como funciona

UMA PREOCUPAÇÃO A MENOS

Petrobras conclui obrigações e encerra acordo com Departamento de Justiça dos EUA

4 de outubro de 2021 - 10:59

Acordo fechado em 2018 derivou das irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato

Última parcela

Petrobras recebe última parcela de acordo de leniência firmado com Technip

25 de junho de 2021 - 11:19

A Petrobras já havia recebido as duas primeiras parcelas do acordo, em julho de 2019 e em junho de 2020, que somaram R$ 578,3 milhões. Com esses valores, a Petrobras ultrapassa a marca de R$ 6 bilhões em recursos recuperados

justiça

Petrobras recebe R$ 232,6 milhões de acordo de leniência firmado pela Lava Jato

30 de dezembro de 2020 - 12:43

Recursos foram pagos pela Vitol, que subornou funcionários da estatal para receber vantagens na compra de petróleo e combustíveis

Multa

Lava Jato fecha acordo e Phillips vai devolver R$ 60 milhões aos cofres públicos

10 de dezembro de 2020 - 18:28

Os termos foram homologados pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) e pela 7ª Vara Federal Criminal, do juiz Marcelo Bretas.

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar