O anúncio dos caminhos encontrados pelo governo para financiar o programa Renda Cidadã, proposto para substituir o Bolsa Família, não vem agradando o mercado. Depois da polêmica envolvendo a postergação do pagamento de precatórios e parte do Fundeb, o governo tem estudado outras formas para financiar o programa social sem que a saúde fiscal do país seja mais comprometida.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o governo estuda acabar com o desconto de 20% do Imposto de Renda da Pessoa Física, aplicado para aqueles que optam pela entrega da declaração simplificada, para financiar o novo programa social. Só no ano passado, 17 milhões de declarações simplificadas foram entregues.
Mesmo com a abolição do desconto simplificado, as deduções com saúde, educação e dependentes continuariam válidas.
Ainda segundo o jornal, a ideia inicial do ministro Paulo Guedes era acabar com as deduções médicas de de educação, já que elas beneficiam somente a classe média e não as camadas mais pobres da sociedade, tendo um grande custo para a União, de cerca de R$ 20 bilhões ao ano.
A ideia no entanto mudou para que não sofra rejeição da classe média, maior afetada pela medida. A equipe econômica ainda realiza os cálculos de quanto seria possível captar com o fim do desconto.
A declaração simplificada é vantajosa em muitas situações pois aplica o desconto de 20% mesmo que o contribuinte não tenha despesas a serem deduzidas.
Segundo técnicos do Ministério d a Economia, o desconto só fazia sentido em um mundo menos digitalizada, quando reunir a documentação necessária para a declaração significava um trabalho muito maior. Com a medida, os técnicos dizem ser possível aumentar o valor do Bolsa Família de R$ 190 para a faixa de R$ 230 e R$ 240.